Mercedes-Benz é acusada de burlar testes de emissões na Europa
Na Alemanha, marca terá que fazer um recall
As agências governamentais de todo o mundo continuam a manter as montadoras sob uma lupa após o escândalo Dieselgate em 2015. De acordo com uma carta que vazou da Autoridade Federal de Transporte Motorizado da Alemanha, a Mercedes-Benz estava permanecia na mira da agência agora no meio de 2023, acusada de usar dispositivos manipuladores para burlar os testes para os padrões de emissões Euro 6.
O memorando, em alemão e datado de 7 de julho de 2023, detalhava três dispositivos manipuladores baseados em software encontrados no motor diesel OM642 usado no Mercedes-Benz E350 BlueTec. Dois dos dispositivos alteraram a operação do motor com base em determinados parâmetros de temperatura. Na carta, a agência informou à montadora que ela deveria corrigir os problemas, caso contrário, os carros seriam proibidos de rodar e seriam recolhidos. O grupo alemão de proteção ao consumidor e meio ambiente Deutsche Umwelthilfe (DUH) publicou a carta vazada na última sexta-feira, afirmando que recebeu o conteúdo de uma fonte anônima.
A Mercedes, que está cooperando com a agência federal alemã, disse à Reuters que acredita já ter desenvolvido e implantado as atualizações de software adequadas necessárias para resolver os problemas. O exame minucioso adicional ocorreu depois que o Tribunal de Justiça Europeu decidiu, em julho de 2022, que os dispositivos manipuladores baseados em software eram ilegais. A agência havia dado à empresa até 27 de julho para cumprir a decisão, mas a Reuters informa que ela recebeu uma prorrogação.
Essa não é a primeira vez que a Deutsche Umwelthilfe examina a Mercedes. Em novembro de 2021, a organização emitiu um relatório público em que acusava a empresa de usar oito dispositivos manipuladores em seus modelos Classe E equipados com o motor a diesel OM642 em conformidade com a norma Euro 6. A DUH considerou os dispositivos ilegais. De acordo com o relatório, os dispositivos reduziram a quantidade de Arla 32 injetada nos gases de escape. A substância é necessária em veículos a diesel para neutralizar os óxidos de nitrogênio nocivos.
A Mercedes não é a única montadora que ainda está enfrentando as consequências do escândalo Dieselgate oito anos depois de o caso vir a público. Em julho, um tribunal multou o ex-CEO da Audi, Rupert Stadler, em 1,1 milhão de euros por seu envolvimento no escândalo. Ele confessou - e aceitou a multa - para evitar uma sentença de prisão. A fornecedora de componentes automotivos Bosch pagou US$ 25 milhões em multas no ano passado.
Em 2020, a Daimler, controladora da Mercedes, teve de pagar US$ 2,8 bilhões para resolver reclamações contra a empresa nos Estados Unidos. A montadora enfrentou casos da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, do Conselho de Recursos Aéreos da Califórnia, do Departamento de Justiça dos EUA e de uma ação coletiva. Mais da metade dos quase US$ 3 bilhões pagos foi destinada a várias agências governamentais, enquanto US$ 700 milhões foram destinados ao acordo da ação judicial.
VEJA MAIS NO CANAL DO MOTOR1.COM
Fonte: Deutsche Umwelthilfe via Reuters
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Papa recebe seu 1º carro elétrico: um Mercedes-Benz Classe G
Sedãs da Hyundai vivem boom nas vendas; Elantra e Sonata crescem até 200%
Mercedes-AMG GT43 Coupé é um dos 4 cilindros mais caros já feitos
VW Santana: os 40 anos de história do sedã mais famoso da marca no Brasil
Mercedes-Benz CLA elétrico bate recorde do Porsche Taycan
GAC iniciará operação no Brasil com 7 lançamentos em 2025 e aposta em flex
Novo Mercedes CLA 2026 terá motor 2.0 turbo fabricado na China pela Geely