O infame escândalo no Grupo Volkswagen, o "Dieselgate", desencadeou o início do fim para os motores a diesel na Europa. Não apenas isso, mas regras de emissões cada vez mais rígidas estão deixando esse tipo de propulsor mais próximos à extinção. Tanto que muitas montadoras já pararam de oferecer a opção do diesel em carros menores.

Os números de vendas de junho divulgados pela Associação Européia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) mostraram que a demanda por carros a diesel está em tendência de queda. Nos países da União Europeia, a participação de mercado do diesel caiu para apenas 13,4% no mês passado, consideravelmente menor do que os 17,4% alcançados em junho de 2022.

ACEA

A demanda mais fraca permitiu que os veículos puramente elétricos superassem os diesel pela primeira vez. De fato, os carros com emissão zero representaram 15,1% da participação total, contra 10,7% em junho de 2022. Os híbridos convencionais também foram mais populares do que os diesel, graças a uma participação de mercado de 24,3%, enquanto os híbridos plugin representaram 7,9% da demanda total, ou abaixo dos 8,2% em junho de 2022.

O estudo da ACEA mostra que os motores a gasolina continuam a reinar por enquanto, com mais de um terço de todas as vendas, ou 36,3%. Isso se traduz em 379.067 carros, ou 11% a mais do que em junho de 2022. Embora os números de vendas tenham aumentado, a participação de mercado caiu de 38,5% para 36,3% devido ao aumento dos veículos elétricos.

tesla-model-3-super-bateria

Embora os motores a diesel estejam caindo gradualmente em desuso na União Europeia, a ACEA observa um aumento significativo nas vendas de 10,3% na Alemanha, bem como nos mercados da Europa Central. A Romênia teve o maior crescimento (em termos percentuais) em junho de 2023 em comparação com o mesmo mês do ano passado, com as vendas de carros a diesel novos aumentando em impressionantes 22,4%.

No geral, as vendas de carros novos, considerando todos os tipos de propulsão, aumentaram na União Europeia durante os primeiros seis meses de 2023 em 17,9%, para 5,4 milhões de veículos. Mas isso ainda é 21% menor em comparação com o primeiro semestre de 2019, antes da pandemia. A ACEA aponta que os gargalos na cadeia de suprimentos são cada vez menos um problema, embora os compradores ainda estejam esperando muito tempo para receber alguns modelos.

Com as novas regras Euro 7 programadas para entrar em vigor em 2025, esperamos que as montadoras acelerem a transição para os veículos elétricos. Em outras palavras, haverá menos carros puramente a combustão à venda. O Grupo VW alertou que os carros do segmento de compactos estão mais em perigo, pois ajustar seus motores para atender à legislação mais rígida pode tornar os carros de entrada muito caros. A partir de 2035, as montadoras ativas na União Europeia não poderão vender carros novos que gerem emissões nocivas ou de poluentes.

VEJA MAIS NO CANAL

Envie seu flagra! flagra@motor1.com