Picapes médias recebem notas ruins em teste de colisão nos EUA
Passageiros nos bancos traseiros correm o risco de bater a cabeça contra o assento da frente
Nos Estados Unidos, existem dois testes de colisão. O oficial é feito pela National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), agência governamental responsável pelo trânsito. Porém, também existe a avaliação do Insurance Institute for Highway Safety (IIHS), uma ONG criada por três seguradoras. Os crash-test da IIHS são conhecidos por serem extremamente difíceis e por criarem cenários diferentes dos testes tradicionais.
A IIHS assustou bastante as fabricantes ao criar testes bem peculiares e que mostraram algumas falhas de segurança que não estavam previstas nos projetos. Por exemplo, em 2012, iniciou um crash-test em que apenas 25% da frente do veículo bate contra uma barreira sólida, simulando uma batida contra um poste ou árvore. A justificativa é que 25% das mortes em colisões frontais acontecem neste tipo de situação.
Na última rodada de testes, a IIHSA resolveu avaliar cinco picapes médias e elas tiveram dificuldade na avaliação de colisão frontal moderada atualizada (contra 40% da frente do veículo), que agora considera também a segurança do passageiro no banco traseiro. E nenhuma delas recebeu a nota máxima.
A tabela abaixo mostra os veículos e sua pontuação. As classificações da agência, da melhor para a pior, são Boa, Aceitável, Marginal e Ruim:
Modelo | Pontuação |
Nissan Frontier 2022-23 | Aceitável |
Ford Ranger 2022-23 | Marginal |
Chevrolet Colorado 2022 | Ruim |
Jeep Gladiator 2022-23 | Ruim |
Toyota Tacoma 2022-23 | Ruim |
Todas as caminhonetes mostraram um bom resultado para o motorista, mas foram tão mal na proteção dos passageiros da segunda fileira que a nota despencou. A Chevrolet Colorado (a versão norte-americana da S10), a Ford Ranger (da geração anterior), a Nissan Frontier (diferente da nossa) e a Toyota Tacoma apresentaram um problema em que os cintos de segurança nos bancos traseiros permitiram que a cabeça do manequim ficasse muito próxima do encosto do banco dianteiro.
O problema com a Jeep Gladiator era que a picape não vinha com um airbag de cortina lateral, o que aumentava o risco de o dummy traseiro bater em algo na cabine durante uma colisão. No caso da Ford Ranger, o boneco deslizou por baixo do cinto abdominal, por conta do equipamento mover-se para cima durante a colisão, o que ainda aumentava o risco de lesões internas.
"Nosso teste de colisão frontal de sobreposição moderada atualizado provou ser um desafio para as picapes pequenas", disse o presidente do IIHS, David Harkey. "Um problema comum era que a cabeça do dummy do passageiro traseiro se aproximava perigosamente do encosto do banco dianteiro e, em muitos casos, as medidas do dummy indicavam risco de lesões no pescoço ou no peito. Tudo isso nos diz que os cintos de segurança traseiros precisam ser melhorados."
O IIHS introduziu o teste frontal de sobreposição moderada revisado depois que a agência descobriu que o risco de lesões fatais era maior para os ocupantes de trás do que para os da frente. O instituto acreditava que isso ocorria porque os fabricantes de automóveis haviam otimizado a segurança para proteger o motorista, por ser o foco da maioria dos testes de colisão.
Claro, estes crash-tests não são considerados oficiais até mesmo nos EUA e não afetam a homologação, da mesma forma como os testes do Latin NCAP são independentes do processo do governo brasileiro. Ainda assim, servem como um bom exemplo de como a segurança automotiva ainda pode melhorar.
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Fonte: Insurance Institute For Highway Safety, Insurance Institute For Highway Safety via YouTube
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