A Toyota apresentou sua nova estratégia para o segmento de picapes médias. A Hilux é o modelo mais vendido do mundo desta categoria, mostrando a sua importância para a marca. Para os EUA, a empresa tem outra caminhonete, a Tacoma, que é praticamente uma prima da Hilux e que, nesta nova geração, será ainda mais próxima do modelo global, compartilhando plataforma, mecânica e até mesmo parte do design – apesar que a Hilux fará sua estreia somente em 2024.
A separação entre a Toyota Hilux e Tacoma é uma questão de tradição, pois é vendida nos Estados Unidos, Canadá e México há 30 anos. Mesmo que estivesse ficando velha, a versão anterior ainda era muito popular, emplacando 237 mil unidades nos EUA em 2022, o suficiente para liderar o segmento com folga – a segunda colocada foi a Chevrolet Colorado, a versão gringa da S10, com 89 mil unidades.
Para criar a Tacoma, a Toyota passou a utilizar a plataforma TNGA-F, uma variante da arquitetura modular feita para veículos com carroceria sobre chassi, presente em modelos como Tundra e Landcruiser. Utiliza materiais mais leves, como aço de alta resistência e tem uma rigidez torcional maior do que a anterior, além de usar métodos de produção mais eficientes. Seu centro de gravidade é mais baixo, aproveitando o uso de paineis de alumínio na carroceria. Também permite a adoção de uma suspensão traseira independente do tipo multibraços, que estará nas versões mais caras da Tacoma.
Seu design é exatamente o que vimos em imagens de registro no Brasil, com uma frente mais ousada ao adotar uma grade octagonal bem comprida e mais fina, para dar espaço para uma segunda entrada de ar no para-choque. Os faróis pequenos abusam dos LEDs e estão posicionados acima de uma peça plástica que imita outra passagen de ar (porém, é fechada). Sua carroceria é bem musculosa e cheia de vincos, principalmente nas laterais da parte dianteira e da caçamba. A traseira tem uma lanterna vertical bem fina.
A cabine traz toda a tecnologia que a Hilux estava devendo. Tem um painel de instrumentos digital de 12,3 polegada nas versões mais caras, enquanto as mais básicas usam um cluster menor de 7 polegadas. A central multimídia pode ser de 8 polegadas ou 14 polegadas, dependendo da configuração, e ambas utilizam o novo sistema que foi introduzido na Tundra, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e respostas mais rápidas. Pode contar até com retrovisor digital, mostrando a imagem de uma câmera traseira.
A adoção dessas telas fez com que a Toyota desenhasse um interior com uma proposta diferente, abusando das linhas retas e do formato retangular para a tampa do porta-luvas, saídas de ar e a moldura da área onde estão os controles do ar-condicionado. Até o volante tem um centro um pouco quadrado, com comandos grandes. Se a Hilux adotar um visual semelhante, passará uma sensação de ser bem mais moderna.
O grande destaque está sob o capô. A Tacoma estreia uma motorização híbrida, combinando um motor 2.4 turbo a gasolina com um propulsor elétrico de 48 cv, entregando uma potência combinada de 330 cv e 64,3 kgfm de torque. É alimentado por um conjunto de bateria de apenas 1,9 kWh, bem pequena e pouca coisa maior do que a de 1,3 kWh do Corolla Hybrid. A Toyota não revelou ainda a estimativa de consumo para esta versão. As configurações abaixo usarão o mesmo 2.4 turbo, nas variantes de 231 cv e 33,6 kgfm; 273 cv e 42,8 kgfm; e 282 cv e 43,8 kgfm. Poderá ter transmissão manual de 6 marchas ou automática de 8 posições.
A Hilux também contará com uma versão híbrida, uma antiga promessa da Toyota, que diz que todos os seus veículos terão ao menos uma variante eletrificada. Porém, não deve ser exatamente a mesma motorização da Tacoma, pois a Hilux ainda aposta em motores diesel na maioria dos mercados onde atua. A parte elétrica deve ser acoplada ao 2.8 turbodiesel, reduzindo suas emissões e melhorando a eficiência energética.
A nova Toyota Tacoma começará a ser vendida na Estados Unidos ainda em 2023. No caso da Hilux, a fabricante indicou uma apresentação entre 2024 e 2025, porém o ano que vem é a aposta mais segura, ainda mais depois de executivos apontarem que a picape média ganhará uma versão elétrica a partir de 2024. Ainda assim, a estreia no Brasil pode ficar somente para 2025, pois a empresa ainda não anunciou o investimento para modernizar a fábrica argentina em Zárate.
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