Neste mês, o Inmetro divulgou uma tabela atualizada de eficiência energética, consumo e emissões de poluentes dos carros 0km comercializados no Brasil. Além de introduzir lançamentos recentes de 2023, a lista ainda mostrou algumas diferenças para dois dos modelos mais vendidos da Chevrolet.
Na tabela do Inmetro, Onix hatch e Tracker equipados com motor 1.0 turbo flex e câmbio automático de 6 marchas apresentaram uma diferenciação. Há uma linha de valores para os carros produzidos até 22 de janeiro de 2023 e outra para a partir de 23 de janeiro deste ano. À primeira vista, a mudança levou a pequenas alterações nos valores de consumo e emissões.
No caso do Chevrolet Tracker em tal configuração, o consumo com etanol passou de 7,7 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada para 7,8 km/l e 9,6 km/l, respectivamente. Para gasolina, os números mudaram para o ciclo rodoviário, passando de 13,4 km/l para 13,6 km/l. Em ciclo urbano, o cosumo se manteve em 11,2 km/l.
No entanto, olhando mais a fundo, houve uma grande alteração na emissão óxidos de Carbono por quilometro rodado (CO mg/km). Tomando o Tracker 1.0 turbo automático de entrada como exemplo, até 22 de janeiro o valor era de 175 mg de CO por km. No entanto, para os modelos produzidos a partir de 23 de janeiro, o número saltou para 488 mg de CO por km.
Ainda houve uma pequena alteração na emissão de óxidos de Nitrogênio (NOx), que passou de 42 mg por km para 38 mg por km. Esta medição ainda considera a emissão de aldeídos na queima do etanol, por exemplo. O consumo tanto com etanol quanto com gasolina tem uma pequena melhora nos carros feitos a partir de 23 de janeiro e a eficiência energética, medida em mega Joules por km (MJ/km) diminui em 0,01, indicando que o SUV está mais eficiente.
| Marca | Modelo | Versão | Motor equipado | Câmbio | NMOG+NOx (mg/km) | CO (mg/km) | CHO (mg/km) | CO2 fóssil etanol | CO2 fóssil | Etanol Cidade | Etanol Estrada | Gasolina Cidade | Gasolina Estrada | MJ/KM |
| CHEVROLET | TRACKER | T A (produzidos até 22Jan23) | 1.0T - 12 V | A-6 | 42 | 175 | 3 | 0 | 110 | 7,7 | 9,5 | 11,2 | 13,4 | 1,79 |
| CHEVROLET | TRACKER | T A (produzidos a partir de 23Jan23) | 1.0T - 12 V | A-6 | 38 | 488 | 3 | 0 | 110 | 7,8 | 9,6 | 11,2 | 13,6 | 1,78 |
No caso do Onix hatch, foi observado um fenômeno similar e com diferenciação para os carros produzidos a partir de 23 de janeiro. Os modelos equipados com o motor 1.0 turbo flex e transmissão automática de seis marchas, o consumo piorou um pouco. Com etanol, ficou mantido em 8,4 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada. Com gasolina, respectivamente, caiu de 11,9 km/l para 11,8 km/l e de 15,1 km/l para 14,9 km/l.
Tomando a versão 1.0 turbo flex automática de entrada como exemplo, sua emissão de óxidos de Carbono também mais que dobrou, passando de 193 mg de CO por km para 413 mg de CO por km. Também houve uma pequena alteração na emissão de óxidos de Nitrogênio (NOx), que passou de 47 mg por km para 31 mg por km.
| Marca | Modelo | Versão | Motor equipado | Câmbio | NMOG+NOx (mg/km) | CO (mg/km) | CHO (mg/km) | CO2 fóssil | Etanol Cidade | Etanol Estrada | Gasolina Cidade | Gasolina Estrada | MJ/KM | |
| CHEVROLET | ONIX | 10TAT HB (produzidos até 22Jan23) | 1.0T - 12 V | A-6 | 47 | 193 | 4 | 101 | 8,4 | 10,4 | 11,9 | 15,1 | 1,64 | |
| CHEVROLET | ONIX | 10TAT HB (produzidos a partir de 23Jan23) | 1.0T - 12 V | A-6 | 31 | 413 | 2 | 102 | 8,4 | 10,4 | 11,8 | 14,9 | 1,64 |
Curiosamente, o Onix Plus com o mesmo conjunto mecânico não passou por mudanças na tabela. No entanto, uma fonte do setor consultada pelo Motor1.com Brasil afirmou informalmente que uma possível troca de fornecedor para o sistema de escape dos carros teria causado os números maiores de emissão de CO, mas que os carros ainda estariam dentro do limite previsto pelas atuais regras de emissões.
O que diz a General Motors?
Consultada, a General Motors respondeu com texto abaixo, reproduzido na íntegra:
A GM informa que passou a vigorar recentemente nova etapa do Programa de Controle de Emissões Veiculares, o PL7, que estabeleceu parâmetros e limites mais rigorosos para automóveis e comerciais leves zero-quilômetro no Brasil. Com a mudança, soma as emissões de óxidos de nitrogênio (Nox) com a emissões de hidrocarbonetos, agora calculada com base na sua reatividade para formação de ozônio (NMOG) considerando os aldeídos e o etanol. Além disso, os veículos são submetidos a testes em condições reais de trânsito para atestar que atendem os limites de emissões fora do laboratório e do ciclo de ensaio. Outra exigência é o aumento da durabilidade das emissões para 160 mil quilômetros ou 10 anos, o dobro da especificação anterior, garantindo a performance ambiental durante este período.
A GM informa ainda que é uma das empresas que mais investem em desenvolvimento de produtos e tecnologias inovadoras no país. Tanto que os carros da marca Chevrolet foram os que mais avançaram em eficiência energética durante o programa Inovar-Auto (22%) e para o PL7 deu outro salto evolutivo, chegando a 43% de redução média dos gases por modelo. A empresa já anunciou o compromisso de se tornar neutra em carbono até 2040 e estamos avançando globalmente neste sentido. Parte importante deste processo é tornar cada vez mais sustentáveis nossos veículos a combustão até a migração do mercado para os carros 100% elétricos, os únicos zero emissão.”
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