É cada vez mais comum que um mesmo carro seja vendido em diversos países ao redor do mundo, algo que é uma realidade hoje por conta da globalização. Bom exemplo é o Volkswagen T-Cross, que tem inúmeras variações em alguns mercados, como o próprio Brasil, Europa e China. Mas o que muda no SUV nesses diferentes mercados no mundo? É o que você vai saber a partir de agora.
No Brasil o T-Cross é um SUV consolidado, sendo o primeiro SUV compacto da marca a ser vendido no mercado nacional. No acumulado do ano entre janeiro e outubro, o utilitário já vendeu 59.165 unidades, resultado que o coloca como o 8º carro mais vendido do Brasil, ficando apenas atrás do Chevrolet Tracker em seu segmento (62.528). No mundo o utilitário também é bastante requisitado, tanto que a Volkswagen o vende em diversos países. Agora vamos às diferenças.
Brasil x Europa
Desde que foi lançado no mercado brasileiro em 2019, o Volkswagen T-Cross sempre se espelhou na versão do SUV vendida na Europa, trazendo na prática pouquíssimas mudanças de estilo em relação ao modelo original comercializado no velho continente. Ambos compartilham os mesmos faróis com luzes diurnas de LED, embora a configuração brasileira tenha o DRL como opcional.
Outro ponto que muda de forma discreta do T-Cross feito em terras tupiniquins para o modelo europeu é a grade frontal, que traz apenas um filete cromado horizontal em vez dos diversos detalhes retangulares do SUV nacional. No Brasil é uma forma de tentar dar um visual mais robusto para o utilitário, enquanto na Europa ele traz estilo bem mais urbano. Outras mudanças passam pelo para-choque, ainda que de forma mais discreta, mas o T-Cross europeu traz uma moldura extra prateada na entrada de ar inferior, enquanto o modelo feito em São José dos Pinhais (PR) tem uma régua prata com a inscrição “T-Cross” em baixo relevo.
As rodas do T-Cross nacional variam de 16 a 17 polegadas, dependendo da versão, fora que a mais básica por aqui tem um jogo de rodas de aço com calotas. Isso não acontece em boa parte dos países da Europa, onde as versões têm ao menos rodas de liga-leve – ainda que sejam de menor tamanho. Reparou também na distância entre-eixos? O T-Cross brasileiro é mais espaçoso, já que a distância entre-eixos é de 2.651 mm ante os 2.551 mm do europeu (8,8 cm a mais). Nas laterais, por aqui ele tem sempre as saias laterais com plástico preto, enquanto o europeu tem opção de pintura na mesma cor da carroceria.
Atrás, são quase iguais, exceto pelo para-choque com leves diferenças. O T-Cross nacional tem um desenho que imita saídas de escape nas extremidades, enquanto só o “T-Cross original” tem acabamento prateado na porção central, que faz o papel de imitar o chamado skid plate de veículos mais off-road. Por dentro o design praticamente idêntico, embora o modelo do velho continente tenha uma paleta maior de cores e acabamento com algumas texturas diferentes nas portas e painel. Tanto o modelo brasileiro como o europeu contam com o acabamento em plástico duro.
T-Cross da China e Índia (Taigun)
O mercado chinês é muito diferente, seja por ser o país com maior volume de carros vendidos no mundo ou mesmo por ter diferentes versões de um mesmo modelo. O próprio Volkswagen T-Cross é um bom exemplo, sendo vendido como Taigun com uma frente diferente e também como VW Taqua – que é igual ao modelo europeu e brasileiro. Tudo isso num mesmo país.
Começando pelo estilo do Taigun, ele traz uma dianteira bem diferente do T-Cross vendido no Brasil, com destaque para o desenho mais quadrado da dianteira que acaba remetendo ao Tiguan, deixando o Taigun chinês com uma aparência mais robusta que o nosso T-Cross. Traz faróis maiores com arranjo interno exclusivo e mais quadrados, enquanto a grade frontal é mais estreita. Em compensação, o para-choque da frente é bem mais imponente, trazendo uma entrada de ar maior em colmeia e um acabamento prateado que vai até os faróis de neblina.
Na traseira o visual muda menos, mas mesmo assim traz detalhes interessantes como uma faixa vermelha iluminada que faz a ligação entre as lanternas – recurso que não está presente no T-Cross made in Brazil. Já o para-choque traz adicionalmente o acabamento prateado em toda a extensão da peça, com desenho parecido ao da dianteira, bem como refletores deslocados mais para baixo e acabamento prateado na proteção inferior na porção central. Por dentro, são iguais.
Vale lembrar que as dimensões do Taigun chinês/indiano são as mesmas do T-Cross brasileiro, ou seja, 4,20 metros de comprimento e 2,65 m de entre-eixos. Para efeito de comparação, o T-Cross europeu é menor com seus 4,11 m de comprimento total.
Tacqua chinês (T-Cross com desenho de T-Cross europeu)
Batizado de Tacqua, o modelo é nada menos do que uma outra opção do T-Cross na China, mas que em vez de ter o visual quadrado como o Taigun, traz um design igual ao modelo europeu. O VW Tacqua é fruto da joint-venture FAW-Volkswagen e estreia localmente com a missão de fazer companhia ao T-Cross já vendido por lá em parceria com a SAIC, ou seja, o VW Taigun.
Visualmente ele praticamente nada muda em relação ao modelo europeu, com exceção de ser mais comprido (tem o mesmo porte do modelo brasileiro, com 2.65 m de entre-eixos e 4.10 m de comprimento total). Visualmente se difere apenas pelas rodas com acabamento vermelho em uma das versões, fora que ostenta ainda uma variante com pacote visual R-Line – que pinta as saias laterais na mesma cor da carroceria. É comum essa prática de vender duas versões distintas do mesmo carro no mercado chinês, prática que ocorre em outros segmentos, como o de sedãs e de SUVs maiores.
Debaixo do capô, existem algumas diferenças. O T-Cross nacional conta com duas opções: o 1.0 TSI flex de 116/128 cv de potência e 20,4 kgfm de torque, enquanto o conhecido 1.4 TSI equipa a versão mais cara Highline e gera seus 150 cv e 25,5 kgfm de torque. Em comum, ambos vêm sempre com transmissão automática de 6 marchas.
Já no mercado europeu temos opções que passam pelo motor 1.5 TSI de 150 cv, mesma potência do nosso 1.4 TSI, mas que tem maior torque de 28,5 kgfm (ante 25,5 kgfm), fora que tem sistema de desativação de cilindro e trabalha com a caixa automatizada de dupla embreagem DSG de 7 marchas. O T-Cross europeu é oferecido ainda com motores 1.0 TSI nas versões de 95 cv e 115 cv (com câmbio manual), enquanto o 1.6 TDI turbodiesel de 95 cv já sumiu de boa parte dos países do velho continente.
O Taigun chinês traz o mesmo motor 1.5 TSI do europeu com caixa DS7 de velocidades, mas oferece ainda versões com 1.4 TSI de 150 cv e 1.5 aspirada de 110 cv, estas com a transmissão automática de 6 marchas. Já o mesmo propulsor 1.5 TSI também vai debaixo do capô do Tacqua, que dispõe de caixa manual ou automática de 6 velocidades. Por sua vez, o Taigun oferecido na índia conta com o motor 1.5 TSI numa calibração diferente, cujo torque cai de 28,8 kgfm para 25,5 kgfm, enquanto a potência de 150 cv é a mesma. Outra opção é o 1.0 TSI de 115 cv e 18,2 kgfm, que pode ser acoplado à caixa manual de 6 marchas ou automática tradicional também de 6 velocidades.
Todos os T-Cross contam com o painel de instrumentos 100% digital Active Indo Display de 10,25 polegadas, bem como a central multimídia VW Play com tela de 10,1. Já o ar-condicionado Climatronic chegou ao Brasil em sua última atualização, trazendo comandos sensíveis ao toque. Itens como piloto automático adaptativo com sistema de frenagem autônoma, carregador de celular sem fio e sistema start-stop também são destaques comuns aos T-Cross de todo o mundo.
Os diferenciais acabam ficando para alguns mercados, como os bancos com ventilação, destaques das versões asiáticas, bem como o ar-condicionado de duas zonas, bancos aquecidos, retrovisores aquecíveis, limpadores de para-brisa com jatos de água aquecidos (mais comuns aos modelos europeus devido ao inverno rigoroso), rodas de 18 polegadas, alerta de ponto cego, câmera frontal e assistente de manutenção em faixa e alerta de colisão com maior detecção de pedestres e ciclistas.
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