O grupo Stellantis poderá tomar medida drástica e encerrar completamente a produção de veículos na China em futuro próximo. Durante entrevista concedida no Salão de Paris, o próprio CEO Carlos Tavares tocou no assunto e afirmou que a empresa está implementando nova estratégia em nível global. Nesse âmbito, interromper em definitivo atividades fabris no maior mercado do mundo é uma possibilidade, disse o executivo.

"Se avançarmos com essa estratégia - que é a nossa estratégia agora - não precisaremos de fábricas na China", disse Tavares, acrescentando que a empresa poderia importar veículos fabricados na Europa ou nos Estados Unidos.

A estratégia começou a ser implementada com a Jeep, que anunciou em agosto o encerramento da produção chinesa dos modelos Renegade, Compass, Cherokee e Grand Commander. As atividades eram tocadas em parceria com a estatal Guangzhou Automobile Group através de aliança que já durava 12 anos. Agora, o mesmo plano poderá afetar outras fábricas do grupo instaladas no país, como das marcas Citroën, Peugeot e DS.

Na visão de Tavares, montadoras estrangeiras têm enfrentado sérias dificuldades no mercado chinês. "Vemos que, para os fabricantes ocidentais, vender carros na China está se tornando cada vez mais difícil", disse. “Há uma mudança absolutamente importante acontecido no mercado chinês", completou. Grandes grupos, como Volkswagen, General Motors e a própria Stellantis, vêm perdendo espaço na China enquanto que marcas nacionais, como BYD, Geely e Nio, registram forte crescimento.

Jeep Renegade - China

Jeep Renegade vendido naChina

Questões geopolíticas também têm pesado na decisão, tendo em vista o temor de que o que aconteceu na Ucrânia e na Rússia venha a se repetir na China em relação à Taiwan. Nesse contexto, a imposição de sanções pela comunidade internacional poderia prejudicar fortemente quem mantém negócios em solo chinês.

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