Petrobras aumenta preço da gasolina e do diesel antes do novo ICMS

Medidas para aliviara carga tributária estão aprovadas, mas aguardam sanção presidencial

Reabastecimento de carro no posto de gasolina Reabastecimento de carro no posto de gasolina

No último dia 15, o Poder Legislativo deu sinal verde para mudar a cobrança de ICMS sobre os combustíveis. A medida aguarda apenas a sanção presidencial para entrar em vigor e basicamente enquadra gasolina e diesel como itens essenciais e indispensáveis. Desta forma, sua alíquota máxima de incidência do imposto estadual cai de até 30% atualmente para 18% no máximo.

Os relatores do projeto esperavam uma redução de preço de até R$ 1,65 por litro na gasolina e de até R$ 0,76 por litro de diesel. Porém, se o governo não colocar as medidas em vigor logo, elas podem nem surtir efeito. Hoje (17), a Petrobras anunciou mais um reajuste nos preços dos combustíveis que saem de suas refinarias para as distribuidoras. Os novos valores terão validade a partir de amanhã (18/6).

No caso da gasolina, cujo o último reajuste ocorreu em 11 de março, o preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. A variação é de R$ 0,20 ou 5,18% a mais. A empresa diz que sua parcela no preço final deve representar apenas R$ 0,15 a mais por conta da mistura obrigatória de etanol à gasolina.

O diesel foi reajustado há menos tempo, em 10 de maio. O combustível terá um reajuste bem maior, de R$ 0,70. O litro do diesel que sai da Petrobras para as distribuidoras passará dos atuais R$ 4,91 para R$ 5,61, após acréscimo de 14,25%. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor aumentará R$ 0,63 por litro.

A nova movimentação nos valores dos combustíveis foi de encontro com o "pior cenário possível", de acordo com o relator do projeto da mudança de tarifação no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE). O senador destacou que os valores dos combustíveis poderiam apenas “não subir muito mais” com a medida, usando de argumento a dependência do cenário internacional, que influencia no preço do barril de petróleo e a valorização do dólar frente ao real.

Petrobras mantém a mesma justificativa de sempre

No comunicado a respeito do aumento nos preços dos combustíveis, a empresa esclareceu mais uma vez que "com esse movimento, a Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio, ou seja, evita o repasse das variações temporárias que podem ser revertidas no curto prazo".

A Petrobras acrescentou ainda "que a mesma conjuntura que impacta os preços dos combustíveis tem externalidade positiva na geração de recursos públicos, refletindo-se no aumento da arrecadação de tributos e participações governamentais em toda a cadeia, desde a exploração e produção de petróleo e gás natural, até a comercialização de combustíveis em si". Basicamente afirmou que a manutenção da paridade com os preços internacionais também é benéfico para os cofres governamentais, já que a União tem a maior parcela de participação na empresa, o lhe dá o papel de acionista controlador.

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