Quando chega o momento de apresentar um novo carro, as fabricantes de todo o mundo costumam seguir um cronograma bem parecido. Pode aparecer pequenas diferenças, mas o esquema geral é o mesmo, com uma apresentação estática antes dos test-drives e do lançamento de fato. É o que aconteceu com o novo Opel Astra, antes revelado online e que agora conhecemos pessoalmente na Europa.
Depois de tantos flagras, um teaser, fotos detalhadas do carro e até um test-drive do protótipo ainda camuflado, a equipe do Motor1.com Alemanha foi até a sede da Opel em Rüsselsheim para ver o hatchback de perto.
O local não foi escolhido por acaso. Afinal, o carro compacto não só foi desenvolvido lá, como também será produzido na cidade alemã, ao lado do DS 4 (agora a Opel e a ex-divisão de luxo da Citroën fazem parte da Stellantis). O lançamento acontecerá de fato apenas em outubro, com uma pré-venda antes do início da produção no final do ano, enquanto os preços partirão de 22.465 euros (R$ 116.040). Para os europeus, isso significa que custará o mesmo que a geração anterior do hatch.
Após conhecer todos os detalhes do carro em julho, agora pudemos finalmente ver o hatch médio de perto. Terá uma missão difícil, enfrentando rivais como Ford Focus, Peugeot 308 e Volkswagen Golf. E a pressão é ainda maior pois o novo Corsa chegou fazendo barulho no segmento dos hatches compactos, roubando a liderança que era do VW Polo.
Com muito alarde, a Opel descobriu o novo Astra. Além do conhecido hatch, ainda terá uma versão perua conhecida como Sportstourer. Ainda promete que, a partir de 2023, terá uma variante totalmente elétrica chamada Astra-e, que completará o portfólio além das versões com motores a combustão e o modelo híbrido plug-in. Será oferecido inicialmente com o motor 1.2 turbo de três cilindros, nas versões de 110 e 130 cv, além de uma opção 1.5 turbodiesel de 130 cv. Pouco depois receberá variantes híbridas plug-in, de 180 cv e 225 cv.
Você pode olhar a galeria mais acima para analisar o exterior e tirar sua própria opinião. Do nosso lado, após conhecer o Astra pessoalmente, podemos dizer que é bem melhor ao vivo do que nas fotos. Não chega a ser exagerado como o Golf, embora mantenha o design afiado que lembra muito o utilitário Mokka, que estreou essa identidade visual na Opel.
No entanto, para ir além de ser um carro da marca com a frente chamada de "Vizor", recebeu pequenos detalhes que ajudam a diferenciá-lo. Por exemplo, o para-choque tem um desenho próprio, usando uma passagem de ar menor e que traz uma linha, criando uma ligação para a área dos faróis de neblina. É algo pequeno, mas que já ajuda a deixar o hatch bem diferente. E, principalmente, o deixa mais distante visualmente do Peugeot 308, seu primo com quem compartilha a plataforma modular EMP2.
Olhando para o lado de dentro, de cara notamos que os bancos estão mais baixos, aumentando a sensação de que estamos realmente envolvidos com o veículo. Que diferença apenas 12 milímetros podem fazer, hein? A Opel disse que esta nova posição de dirigir aumenta a experiência de uma tocada mais esportiva. Os assentos podem receber couro napa ou acabamento de Alcantara e parecem equilibrar bem o apoio lateral e o conforto (com funções como aquecimento, resfriamento e massagem). Os bancos traseiros também podem ser aquecidos, dependendo da versão escolhida.
Apesar da nova plataforma e da carroceria modificada, o novo Astra não mudou muito em termos de sensação de espaço. As linhas simplificadas e o novo console central mais baixo ajuda neste quesito, mas é algo bem subjetivo, pois não há uma diferença real nas dimensões que possa ser notada.
Vamos voltar para os bancos dianteiros. Os instrumentos analógicos foram descartados, adotando um painel totalmente digital com duas telas de 10" lado a lado, um passo que traz o carro para a década atual. É o mesmo esquema de outro SUV, o Opel Grandland, porém em uma evolução na parte visual.
Além de usar duas telas, o Astra apostam em uma quantidade reduzidas de botões e interruptores, embora não seja tão radical quanto o novo VW Golf. As funções mais importantes e que são usadas com frequência ainda podem ser controladas por botões reais. Para nós, parece estar na quantidade ideal.
A Opel quis eliminar a necessidade de usar qualquer cabo de conexão dentro do carro. Assim, a central multimídia vem com conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, carregador por indução para smartphone e até um head-up display de bom tamanho.
Por outro lado, o acabamento não é muito melhor, usando materiais bem parecidos com os anteriores. Isto não é necessariamente ruim, pois o nível já era bom, principalmente nas versões mais caras. Usando o Golf como comparação, temos que dizer que a Opel tem um produto totalmente competitivo mesmo nas versões básicas.
Será que a nova geração do Opel Astra irá convencer os clientes a abandonar o VW Golf como o Corsa fez com o Polo na Europa? Estamos ansiosos para ver o resultado final e dirigir o carro, o que ainda demorará mais um tempo. Infelizmente, embora a Opel esteja investindo na América Latina com o Corsa e o Mokka, o Brasil ficará de fora desta estratégia no momento, então só veremos o novo Astra por aqui se alguém resolver importar o hatch médio.
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