Mesmo que não seja mais o carro mais vendido da marca, o Honda Civic 2022 representa um desafio para a marca. É o símbolo da empresa, o carro mais icônico, então trocar a geração é algo bem difícil e que pode dar errado, como foi o caso da 9ª. A fabricante nipônica acredita que acertou na fórmula para a nova versão do sedã, agora revelado por completo e que começa a ser vendido nos EUA ainda neste ano, sem data para chegar ao Brasil.
Lembramos da 9ª geração pois foi um caso emblemático para o Civic. Depois de uma 8ª geração bem sucedida (aquela chamada até hoje de “New Civic”), a seguinte foi muito mal recebida nos Estados Unidos, motivo pelo qual a fabricante teve que correr para lançar a atual. O mesmo não pode acontecer com o Honda Civic 2022, motivo pelo qual os designers tomaram mais cuidado com suas linhas e o acabamento.
Sim, é uma discussão bem subjetiva. Quando mostramos as primeiras fotos do sedã no Instagram, a enquete foi tão disputada que acabou empatada entre quem gostou ou não do carro. Agrada quem gosta de um carro mais sóbrio, algo próximo do Accord, mas quem prefere a ousadia do modelo atual, ficará bem decepcionado com ele.
O Accord influenciou muito o Civic, assim como o novo Fit. Por exemplo, o para-choque dianteiro é bem próximo do hatchback, inclusive nas áreas dos faróis de neblina e um pouco da grade, enquanto os faróis espichados são do irmão maior. A traseira é a parte com a maior diferença, onde adota lanternas verticais alongadas que acompanham a parte central da tampa do porta-malas. E abandonou aquele visual de liftback, desta vez mostrando mais claramente que é um três-volumes.
A cabine foi um ponto crucial para a Honda, principalmente agora que adotou uma filosofia de apostar em interiores mais limpos. Assim como vimos no esboço oficial, o Civic eliminou grande parte dos botões, remetendo às primeiras gerações do carro. Os únicos botões na parte central são os do ar-condicionado, pisca-alerta, na lateral da central multimídia e o do freio de mão eletrônico. Todas as demais funções foram para multimídia, agora como uma tela flutuante de de 7” (versões LX, Sport e EX) a 9” (versão Touring), ambas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
A aposta em tecnologia fica clara não só pelo infotainment, como também pela adoção de um painel de instrumentos digital. Na maioria das versões, segue com contadores analógicos e uma tela central de 7” semelhante ao do Accord, enquanto a variante Touring adota um display de 10,2” totalmente digital e personalizável. Logo à frente da alavanca de câmbio está um carregador wireless para smartphones. E, outra boa notícia, as portas USB e 12V não ficam mais escondidas como no modelo atual. Na versão Touring, ainda recebe um sistema de som da Bose com 12 alto- falantes.
No restante do mundo, a Honda vem apostando no pacote Honda Sensing de assistências de condução e segurança como item de série e o mesmo acontecerá com o Civic. Vem com uma câmera frontal e oito radares para detecção de pedestres, ciclistas e outros carros, para melhorar a funcionalidade da frenagem autônoma de emergência. Isso também ajuda no controle de cruzeiro adaptativo e na assistente de permanência em faixa.
Um dos destaques é o novo airbag frontal, com um formato que a marca chama de “donut”, com três camadas de bolsas infláveis, reduzindo a chance de bater a cabeça ao deslizar pelo airbag no impacto. Foi criado justamente depois de perceber que os passageiros continuavam a sofrer ferimentos mesmo com o equipamento ativo.
Além disso, a fabricante também mexeu em toda a estrutura, redesenhando a coluna A e as laterais para absorver melhor os impactos e transmitir a força ao redor da cabine. O teto recebeu uma estrutura mais rígida, assim como as colunas B, portas, caixas de rodas traseiras e colunas C.
O novo Honda Civic agora mede 4,673 metros de comprimento, 1,800 m de largura, 1,414 m de altura e com um entre-eixos de 2,735 m. Comparado com o modelo atual, são somente 32 mm mais de comprimento, enquanto o entre-eixos foi esticado em 35 mm e a largura cresceu somente 1 mm. Em compensação, a altura está 19 mm menor. A fabricante priorizou o espaço interno, reduzindo o espaço do porta-malas de 519 litros para 419 litros.
Mesmo com todo o foco em tecnologia, o Civic segue como um carro divertido de dirigir. Utiliza uma suspensão McPherson na frente com novas articulações de baixa fricção e rolamentos dos amortecedores, melhorando a sensação do volante, enquanto o alinhamento da mola e da suspensão foi otimizado para minimizar a fricção. Na traseira, segue com suspensão multilink com novas buchas para reduzir as vibrações e barulho dentro da cabine.
Não foi dessa vez que recebeu grandes mudanças na motorização. Assim como o modelo atual para os EUA, o Civic 2022 nas versões LX e Sport segue com o 2.0 aspirado de 160 cv a 6.500 rpm e 19 kgfm de torque a 4.200 rpm, ligeiramente mais potente que o que é oferecido no Brasil por ter duplo comando variável – o Civic nacional tem 155 cv e 19,5 kgfm com etanol e possui comando único no cabeçote.
Já as variantes EX e Touring utilizam o 1.5 turbo de quatro cilindros, este sim com uma novidade. Adota variação da abertura das válvulas para escape (além de variador de tempo para os 2 comandos) e melhorias no fluxo do escape para o turbo. Isso faz com que entregue 182 cv a 6.000 rpm e 24,5 kgfm a 1.700 rpm. Ambos os motores usam transmissão automática do tipo CVT com melhorias como uma válvula hidráulica de controle elétrico mais robusta e uma mudança na programação, simulando marchas durante a aceleração de forma mais eficiente e fazendo reduções mais cedo durante uma frenagem. Traz até um novo modo de condução Sport.
VERSÃO | 2022 | 2021 (EUA) | DIFERENÇA |
LX | 13,2 km/l / 17 km/l | 12,7 km/l / 16,1 km/l | +0,5 km/l / +0,9 km/l |
Sport | 12,7 km/l / 15,7 km/l | 12,3 km/l / 15,7 km/l | +0,4 km/l / -- |
EX | 14 km/l / 17,8 km/l | 13,6 km/l / 17,8 km/l | +0,4 km/l / -- |
Touring | 13,2 km/l / 16,1 km/l | 12,7 km/l / 16,1 km/l | +0,5 km/l / -- |
A chegada do novo Honda Civic 2022 no Brasil ainda é um mistério. Rumores apontam que a fabricante pode desistir de sua produção em Sumaré (SP), passando a trazer o sedã médio do Canadá, onde será fabricado, apostando somente nas versões mais caras. Isso faria com que a nova geração do City acabe ocupando o seu lugar, já que o Accord agora será apenas híbrido e deve continuar com um preço muito mais acima. Oficialmente, a Honda não comenta sobre o assunto, então teremos que aguardar para ver.
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