O agravamento da pandemia de coronavírus no país, com o aumento de casos e a alta taxa de ocupação de leitos de UTI, motivou a Volkswagen do Brasil a suspender toda a sua atividade fabril nas unidades paulistas em São Bernardo do Campo, São Carlos e Taubaté, e também na unidade em São José dos Pinhais (PR). As quatro fábricas ficarão 12 dias sem operar, entre os dias 24 de março e 4 de abril.
No comunicado emitido pela Volkswagen, a fabricante diz que "com o agravamento do número de casos da pandemia e o aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados brasileiros, a empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares. Nas fábricas, só serão mantidas atividades essenciais.” Os funcionários que trabalham na área administrativa atuarão no regime de home office.
A decisão da Volkswagen é a primeira entre as fabricantes fora de Manaus a parar novamente a produção por causa da pandemia. Em fevereiro, as montadoras de motocicletas tiveram que interromper suas linhas de montagem na Zona Franca de Manaus por causa da situação na cidade. Recentemente, Honda e Chevrolet anunciaram paralisações, porém motivadas pela falta de semicondutores, problema que está assolando a indústria ao redor do mundo.
No ano passado, quando o COVID-19 começou a afetar o Brasil, todas as fábricas de carro acabaram interrompendo a produção em março e algumas só retornaram a operação em maio, como foi o caso da Volkswagen – na época, a marca até se preparava para lançar o Nivus. De acordo com a Anfavea, a associação das fabricantes de carros, motos e caminhões no Brasil, a produção caiu 99% em março do ano passado, com apenas 1.847 veículos produzidos.
Até o momento, nenhuma outra fabricante sinalizou que irá estuda uma nova paralisação por causa da pandemia. A GM interrompeu a montagem de Onix e Onix Plus em Gravataí (RS) por causa da falta de semicondutores, mas as linhas de montagem em São Caetano do Sul (SP) e São José dos Campos (SP) seguem em operação. Mesmo caso da Honda, que parou apenas a produção do Civic em Sumaré (SP), enquanto HR-V, City, Fit e WR-V continuam a serem feitos, parte deles em Itirapina.
O sindicato do ABC recentemente procurou a Anfavea para pedir que converse com todas as fabricantes para suspenderem novamente a produção como medida para evitar novos casos de coronavírus. No entanto, a entidade admite que precisa de uma ajuda do governo, tanto para as empresas quanto para os funcionários, para garantir que terão uma renda para sobreviver durante a fase emergencial.
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