Apesar de sua vocação histórica pautada em décadas de atuação no segmento, a Fiat poderá abandonar o mercado de veículos compactos de entrada em um futuro próximo. Pelo menos foi o que disse recentemente o CEO do grupo FCA, Mike Manley, durante entrevista concedida à revista britânica Autocar. De acordo com o executivo, o objetivo é fazer uma migração de clientes para categorias mais rentáveis, como o chamado segmento B. "Em um futuro muito próximo, você nos verá focando mais neste segmento de maior volume e margem mais ampla, e isso envolverá uma mudança no segmento de sub-compactos", explicou.
A decisão, mesmo considerada contraditória para a Fiat, não é inédita levando em conta fabricantes europeias. Marcas como Ford, Opel e Vauxhall já abandonaram o segmento de mini carros no Velho Continente e tudo indica que o grupo Volkswagen não fará sucessores diretos para os modelos Up!. Skoda Citigo e Seat Mii. A razão para a debandada está diretamente relacionada aos altos custos de desenvolvimento e às regras anti-poluição cada vez mais rígidas dentro da União Européia, que comprometem diretamente os índices de rentabilidade de uma categoria que tem como premissa básica custar barato.
No caso da Fiat, a saída do segmento coloca em xeque o futuro do Panda, considerado um dos modelos mais tradicionais da marca na Europa. A empresa até ensaiou o lançamento de um nova geração com a apresentação do conceito Centoventi, no Salão Automóvel de Genebra em março, mas os planos parecem ter mudado radicalmente. Por outro lado, a nova estratégia poderá trazer de volta ao mercado o Punto, já que o objetivo é fortalecer o chamado segmento B. Nada ainda é oficial, mas a decisão parece ter sido diretamente influenciada pela recente fusão com o grupo PSA, que dará aos italianos acesso à plataforma dos novos Peugeot 208 e Opel Corsa - o que facilita o desenvolvimento de um provável novo Punto.
Além disso, está garantido o futuro do pequeno 500, que deve chegar ao mercado em nova geração por volta de 2020. Entre outras novidades, terá versões elétricas e uma variante mais espaçosa com quatro portas, chamado de Giardiniera.
Fonte: Autocar
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