Ferdinand Piech, ex-chefe da Volkswagen, morre aos 82 anos
Executivo salvou a Volkswagen da falência na década de 1990 e transformou a Audi em rival à altura de BMW e Mercedes-Benz
Ex-chairman do Grupo Volkswagen, Ferdinand Piëch morreu aos 82 anos, de acordo com o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung e outras mídias alemãs. O Motor1.com entrou em contato com a Volkswagen para confirmar a informação. Piëch estaria em um evento na região de Munich e, durante um jantar no dia 25 de agosto (domingo), teria desmaiado e faleceu em um hospital no dia seguinte. A causa da morte não foi divulgada.
Piëch nasceu em 1937, filho de Anton e Louise Piëch. Sua mãe era a filha de Ferdinand Porsche, fazendo com que seja o neto do famoso engenheiro criado da marca Porsche. O austríaco começou sua carreira justamente como engenheiro na Porsche em 1963. Seu primeiro grande projeto na fabricante foi comandar o desenvolvimento do carro de corrida 906. Ele continuou a fazer parte das operações de automobilismo da fabricante até a introdução do lendário 917.
Em 1972, Piëch entrou na Audi, pois a família Porsche decidiu que eles não deveriam ter cargos de comando dentro da empresa. Fez história na marca das quatro argolas ao iniciar o desenvolvimento do Audi Quattro, que seria utilizado no World Rally Championship. Ele foi o responsável por fazer a fabricante adotar motores acima de quatro cilindros, aproveitando a ideia de um motor de cinco cilindros em linha que fez para a Mercedes-Benz no período entre Porsche e Audi.
Piëch entrou no Grupo Volkswagen em 1993, quando a fabricante estava perto da falência, com um prejuízo de 1 bilhão de euros. Conseguiu reverter o quadro melhorando a qualidade de produção e reduzindo os custos de produção. Foi um dos executivos que criou a estratégia de dividir plataforma entre veículos. Com a empresa em ordem, entrou com o plano de adquirir a Porsche.
Seu período na fabricante encerrou em 2015, após um desgaste que vinha desde 2012. Apaixonado por carros, Piëch sempre defendeu que a Volkswagen deveria produzir os melhores carros possíveis, mesmo que fossem mais caros. Isso gerou uma série de modelos que foram um fracasso de vendas, como o sedã Phaeton e o Audi A2. Bateu de frente com a diretoria da empresa ao ser contra a extensão do contrato de Martin Winterkorn como CEO do Grupo Volkswagen. Deixou a empresa cinco meses antes do escândalo do Dieselgate vir à tona, embora uma reportagem do jornal alemã Bild diga que Piëch ficou sabendo do esquema e questionou a diretoria da Volkswagen a respeito antes de deixar a empresa.
Ferdinand Piëch deixa um legado enorme para a indústria automobilística, como um executivo que realmente amava veículos a motor – mesmo com 71 anos, ainda pilotava uma Ducati. Rumores dizem que ele foi o comprador do Bugatti La Voiture Noire, modelo único que também é o carro mais caro do mundo, por R$ 48,7 milhões.
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