Para mostrar o T-Cross oficialmente pela primeira vez ao mundo, na semana passada, óbvio que a Volkswagen optou por exibir apenas o modelo mais completo. Por isso, no evento de apresentação à imprensa, as três unidades expostas eram da versão topo de linha Highline 250 TSI com todos os equipamentos disponíveis. Faltava ver o modelo básico. Pois agora não falta mais. Graças ao flagra esperto do leitor Victor Zanini, que surpreendeu o SUV em testes na região do Ibirapuera, na capital paulista, agora podemos ter uma ideia de como será o T-Cross de entrada.
Após a revelação, a VW não se preocupou mais em colocar camuflagem em seu primeiro SUV compacto. Ficou fácil então para notar as diferenças deste modelo básico, a começar pelo visual mais simples. A grade frontal é inteiramente preta, enquanto os faróis possuem lâmpadas halógenas (o top tem luzes de LED) e máscara negra, além de as rodas serem menores (aro 16" contra 17") e não terem acabamento diamantado. Na traseira, o spoiler da tampa do porta-malas também é preto e a parte inferior do para-choque perde o friso cromado que atravessa a peça e faz o contorno da dupla (falsa) saída de escape.
Outra diferença pode ser vista pelo logotipo 200 TSI, que indica que o T-Cross flagrado é equipado com o motor 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm, mesmo de Polo e Virtus, no lugar do 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm da versão Highline, emprestado do Golf. Mais um indício que se trata do modelo básico do SUV é a ausência do logotipo indicativo da versão no para-lama dianteiro. Assim, é possível prever que a versão de entrada atenderá somente pelo nome T-Cross, sem sobrenome, seguida pela Comfortline (intermediária) e Highline (topo de gama).
Por fim, a falta do logotipo "Automatic" na tampa traseira indica que podemos estar diante da única versão do T-Cross que terá opção de câmbio manual. Ela usará a mesma caixa de seis marchas que equipava o Golf 1.0 TSI antes da reestilização. As demais versões do SUV virão com a transmissão automática de seis marchas, mesma de Polo e Virtus, sendo que os modelos 1.4 TSI serão sempre automáticos.
Embora seja um modelo global, desenvolvido sobre a plataforma MQB-A0 do Polo, o T-Cross tem três versões distintas - uma para o Mercosul e o México, uma para a China e outra para a Europa. O modelo brasileiro, assim como o chinês, tem a particularidade de usar a base alongada com entre-eixos do Virtus (2,65 m), para aumentar o espaço no banco traseiro. Também possui um exclusivo console traseiro com saída de ar dedicada e duas tomadas USB (além das duas dianteiras). Por outro, lado, não vem com o banco traseiro deslizante, variando apenas posição do encosto para ampliar o porta-malas, que vai de 373 e 420 litros.
A produção do T-Cross para o mercado brasileiro terá início em janeiro de 2019, em São José dos Pinhais (PR) sendo que a chegada às lojas deverá acontecer no mais tardar em abril. Ainda sem adiantar preços, executivos da VW deixaram nas entrelinhas que os valores deverão se aproximar do Honda HR-V, ou seja, entre R$ 90 mil e R$ 110 mil. Nesta versão de entrada com câmbio manual a conta pode ser um pouco menor, ao redor dos R$ 85 mil. Agora é esperar a apresentação do modelo no Salão do Automóvel, na próxima semana, para saber mais detalhes.
Fotos: Victor Zanini
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