Carros para sempre: Envemo Super 90 - O Porsche com gingado brasileiro
Carros para sempre: Envemo Super 90 - O Porsche com gingado brasileiro
No mundo das réplicas automotivas, as mais perfeitas, que realmente exigem um olhar atento, são chamadas no exterior de recreations, ou seja, recriações. São peças produzidas em busca da perfeição máxima, contando com detalhes e características dos originais.
Um dos casos de maior sucesso é nacional. A Envemo, no início dos anos 80, produziu a réplica do Porsche Super 90 e conquistou o mercado. A idéia inicial partiu de um dos diretores da empresa chamado Luís Fernando Gonçalves, que usou seu próprio 356 para fazer o molde.
Vale lembrar que desde a proibição das importações, em 1974, a criatividade do brasileiro se sobressaiu, com uma infinidade de modelos fora-de-série à disposição dos compradores. Muitos deles ficaram famosos e conferiam a seus donos um quê de exclusividade.
O Super 90 chegou às lojas em 1980. É possível imaginar o alvoroço em torno do esportivo. A imprensa especializada teceu muitos elogios e aprovou o carro em várias matérias. Desenho e comportamento dinâmico foram seus predicados.
A semelhança com o original assustava e continua despertando comentários. Enquanto estávamos gravando a matéria, por exemplo, várias pessoas passaram pela rua e se detiveram com a clássica pergunta: “quanto vale um desses?”. Todos, sem exceção, se referiam ao Porsche, claro.
A mesma curiosidade levou uma verdadeira comissão de engenheiros de Stuttgart ao estande da Envemo, por ocasião da exposição na Feira de Hannover, na Alemanha. A marca foi convidada e expôs exemplares das versões cupê e cabriolet. Os alemães insistiram até que um deles foi cedido e levado para a fábrica. A perfeição era tamanha que eles autorizaram a venda.
Olhando de fora fica mesmo difícil distinguir estes do original alemão. Os dois automóveis pertencem ao colecionador Adilson Castardelli, que não poupou esforços para deixá-los tinindo. No dia da gravação fomos rodando até a locação das filmagens e muita gente torceu o pescoço pela rua.
E não é pra menos. O acabamento é um de seus pontos fortes, com volante Motolita de madeira e instrumentos VDO. Para quem gosta de detalhes os dois também contam com maçanetas originais da marca, além das rodas de 15 polegadas. Nada mal.
O ronco é proporcionado pelo motor boxer de 1,6 litro e aproximadamente 90 cv. Na época do lançamento existiram versões de 1.600 cm³ de cilindrada e 1.700 cm³ de cilindrada. Os testes daquele tempo mostraram 0 a 100 km/h em 15,9 segundos e velocidade máxima de 155 km/h. Mas isso com menos potência.
Agora vem a parte divertida: pisar fundo. Particularmente, para uso, gosto mais do cupê, mas o conversível é indicado para quem pretende caprichar no bronzeado e ouvir o ronco saudável do motor em alta rotação. Basta abaixar a capota e curtir a paisagem.
Os pequenos aceleram com disposição. Há quem não goste do som do propulsor refrigerado a ar, mas sempre é uma sinfonia bem particular. Com aproximadamente 90 cv eles não fazem feio e proporcionam aquela sensação boa que só encontramos em carros esportivos.
A produção total foi restrita a apenas 202 unidades, muitas delas exportadas para Estados Unidos, Japão e Europa. E a Chamonix também produziu alguns no mesmo molde. Por essa razão quem procura um deles deve estar preparado para desembolsar uma boa quantia. Mas se comparado com o preço do Super 90 original, o investimento vale a pena.
Texto e Fotos: Renato Bellote
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