A Meca dos carros antigos, Águas de Lindóia, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, recebe neste final de semana o “1° Encontro Brasileiro de VW Clássicos”, que reunirá cerca de 500 carros da marca exclusivamente equipados com o motor refrigerado a ar. O evento que espera reunir 100 mil pessoas em dois dias tem modelos interessantes expostos na praça central da cidade.

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Só Fuscas? O evento vai além do besouro com exemplares fabricados no Brasil e que ainda é figura fácil nas cidades do interior. Há exemplares interessantes como os modelos mexicanos e os alemães. Fora do país o Beetle evoluiu bastante mantendo sua essência ao longo dos anos. Já nos anos 1970, por exemplo, ganhou painel emborrachado e suspensão independente do tipo McPherson na Alemanha e no México contava com injeção eletrônica nos anos 1990.

A Kombi, altamente valorizada pelos colecionadores, surge em suas versões mais raras. Segundo os organizadores do evento, há modelos fabricados desde 1950, quando o “veículo combinado” desembarcou no porto de Santos com alguns fusquinhas fazendo sucesso imediato.

O exemplar mais antigo da exposição é um Fusca 1946, porém longe do visual que conhecemos, uma vez que foi usado em espetáculos circenses na Alemanha e por algum motivo foi enviado ao Brasil.

Collection: Clássicos Volkswagen se reúnem em Águas de Lindóia
Collection: Clássicos Volkswagen se reúnem em Águas de Lindóia

Também serão vistos exemplares com o motor de cilindros contrapostos que equiparam o Fusca e a Kombi, e foram comercializados com sucesso no país. Entre eles o Brasília, Variant, TL, Gol, 1600 quatro portas (Zé do Caixão) Karmann-Ghia, Sp2, e também exemplares da marca Puma e Gurgel.

O evento é organizado por André Takeda, do Fusca Clube de Mogi, um dos principais expositores do Auto Show Collection e por Júnior Abonante e Luiz Guedes. O evento é realizado hoje e amanhã na cidade de Águas de Lindóia, com entrada gratuita.

Revolução motorizada

O evento em Lindóia celebra os clássicos da linha Volkswagen, uma das mais cultuadas no Brasil pelo tempo em que os motores refrigerados a ar foram comercializados no país. Os primeiros carros chegaram em 1950 importados diretamente da Alemanha. O primeiro lote tinha 20 veículos, depois já seriam centenas no início de 1951 quando a Volkswagen passava a montar Fuscas e Kombis a partir de kits vindos de Wolfsburg.

Na época o Brasil tinha apenas modelos importados, com motores grandes de seis e oito cilindros em sua maioria e usavam radiador. Com a dificuldade de importação de peças, o custo de manter esses veículos era elevado e a simplicidade da linha Volkswagen impulsionou as vendas da marca.

Um carro de baixo custo, consumo frugal e com tração traseira apto a andar pelos nossos paralelepípedos e ruas de “chão batido” fizeram do Fusca o primeiro carro de muitas famílias durante pelo menos três décadas. Em 1953 a marca se estabeleceu oficialmente por aqui e em 1957 iniciava a produção na fábrica de São Bernardo do Campo, que existe até hoje. Começou com a Kombi, por conta da alta demanda de carros pequenos para transporte de carga e passageiros e dois anos depois, em 1959, o Fusca foi nacionalizado. O fim dos modelos a ar foi decretado em três fases: em 1986 com o encerramento da primeira fase do Fusca, depois retomado entre 1993 e 1996 e em 2005 com a troca do motor boxer da Kombi pelo modelo 1.4 refrigerado a água que perdurou até o final de 2013.

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