Sem gasolina? Veja 10 carros elétricos que tentaram a sorte no Brasil

Eles seriam a solução para a mobilidade nestes dias de greve dos caminhoneiros

Gurgel Itaipu Gurgel Itaipu

Com a greve dos caminhoneiros, está difícil encontrar combustível nos postos. Os que receberam, têm fila de espera de horas e ainda há o medo de que o combustível vendido esteja adulterado. Neste momento, os carros “verdes” fazem ainda mais sentido, por rodarem mais. Só que nem os híbridos conseguem ficar longe do posto de combustível por muito tempo, então a solução ideal seriam os carros elétricos.

O problema é que ainda não é fácil ter um carro elétrico no Brasil. Neste momento, de forma oficial, só há um veículo disponível, o BMW i3, que custa quase R$ 170 mil. Uma empresa está trazendo os modelos da Tesla por mais de R$ 700 mil, outro preço proibitivo. Diversas fabricantes já mostraram sua intenção de vender modelos EV em nosso mercado, mas os planos travam na falta de incentivos do governo.

Uma delas é a Chevrolet, que apresentou o Bolt para a imprensa e confirma que será lançado neste ano, ainda sem preços definidos. A Renault é outra que está flertando com a ideia de carros elétricos no Brasil há tempos. Tinha planos de trazer o compacto Zoe, a versão elétrica do Fluence e do Kangoo, e até mesmo o quadriciclo Twizy. Acabou oferecendo os veículos para empresas e órgãos governamentais, como os Twizy que rodam em São Paulo como carro de apoio da Porto Seguro.

A Nissan também fez testes com carros EV, tendo um programa realizado no Rio de Janeiro e São Paulo, emprestando algumas unidades do hatch Leaf para taxistas. Apesar da boa aceitação, os modelos acabaram voltando para as mãos da fabricante ao final do projeto. Agora, promete vender a nova geração do Leaf por aqui em 2019.

 

Após anos de lobby, o governo finalmente dará uma ajuda para os carros ecológicos no Brasil. Marcos Jorge, ministro interino de Indústria e Comércio Exterior, revelou que um dos planos do Rota 2030 é reduzir a alíquota do IPI dos atuais 25% (o máximo, aplicado para modelos acima de 2.0) para 7%, o mesmo que é cobrado em carros com motor 1.0. Isso já anima as fabricantes, que já fazem planos de vender elétricos por aqui, como a Chevrolet com o Bolt e a Nissan com o Leaf.

Veja na galeria acima 10 carros elétricos que tentaram a sorte no Brasil.

Renault Fluence Z.E.

O sedã médio da Renault tem uma versão elétrica, chamada Fluence Z.E. (de Zero Emission), que fazia parte da estratégia da marca para entrar no segmento dos elétricos no Brasil. Como não recebeu incentivos, ofereceu algumas unidades para o governo e empresas. Duas unidades foram fornecidas para a CPFL, fornecedora de energia, que usou os veículos internamente. Tem motor elétrico de 95 cv e 22,6 kgfm, com autonomia de até 200 km.

Mitsubishi i-MiEV

O pequeno i-MiEV da Mitsubishi veio ao Brasil com a ideia de ser oferecido por R$ 200 mil. Foram parar na Petrobrás, na empresa de energia Light e o resto ficou dentro da representante da marca no país. O compacto tinha motor de 107 cv e autonomia de 160 km, precisando de 30 minutos para recarregar 80% da capacidade com uma tomada rápida. O Grupo PSA aproveitou o i-MiEV para lançar variantes, o Peugeot iON e Citroën C-Zero. Apesar de não ter feito tanto sucesso, é detentor de uma marca importante: foi o primeiro carro elétrico moderno de produção em massa capaz de andar em rodovias, já que chega a 130 km/h.

BMW i3

O primeiro carro elétrico da BMW chegou ao Brasil em 2014, por mais de R$ 200 mil. O compacto elétrico veio em duas versões, ambas com um pequeno motor a combustão (usado na scooter C600 Sport da BMW) que funciona exclusivamente como gerador, para abastecer as baterias em emergências. Tem autonomia de 300 km e seu motor elétrico gera o equivalente a 170 cv e 25,5 kgfm, sempre instantâneos. Basta pisar no acelerador que toda a força vai para as rodas. A recarga leva 3 horas usando o BMW i Wallbox, uma tomada dedicada para o veículo e que é vendida separadamente pela marca. Apesar da baixa procura, a marca continuará a investir no modelo e deve trazer em breve a versão reestilizada ao país.

Chevrolet Bolt

A nova geração do compacto elétrico da Chevrolet já foi confirmada para o Brasil. Ordem da CEO da empresa, Mary Barra, que determinou que a GM seja líder em elétricos em todos os mercados que participa. O compacto ainda não tem preço confirmado, mas está confirmado para ser vendido em 2019, com apresentação no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. Roda 383 km com uma carga completa, usando um motor de 200 cv e 36,8 kgfm. A GM fornece o carro com um adaptador que permite usar tomadas aterradas e que carrega o equivalente a 40 km de autonomia em uma hora de recarga. Com o kit de carga rápida, leva 30 minutos para recuperar 144 km.

Fiat 500e

O mais perto que a Fiat chegou de um carro elétrico no Brasil foi com o 500e, variante eletrificada do compacto. Chegou ao país para testes e exposições em eventos, depois foi entregue para a Itaipu, para ser utilizado no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Movidos a Eletricidade (CPDM-VE). Além de enfrentar os mesmos problemas de falta de incentivos no Brasil, ainda tinha outro problema: era tão caro de produzir que a Fiat perdia US$ 14 mil cada vez que vendia uma unidade. A Fiat ainda teve o Palio Weekend elétrico, feito em parceria com a Itaipu.

Gurgel Itaipu

Muito antes das fabricantes investirem nos carros elétricos, o Brasil teve um modelo EV. Em 1974, a Gurgel apresentou o Itaipu, conceito que serviu de base para o E-400, o primeiro carro elétrico produzido em série no nosso mercado. Foi vendido nas versões picape e furgão, com um pequeno motor de 13,6 cv e câmbio de 4 marchas. A marca dizia que tinha autonomia de 127 km e levava entre 6 e 8 horas para carregar as oito baterias de chumbo-ácido. A procura foi baixa e a Gurgel vendeu mais para as empresas estatais.

Nissan Leaf

Sem condições para vender o Leaf no Brasil, a Nissan tentou mostrar ao governo como o carro elétrico faria sucesso por aqui com um projeto em parceria com a Petrobrás, fornecendo algumas unidades para taxistas do Rio de Janeiro e São Paulo. A parceria durou quatro anos e agora a Nissan quer dar um passo à frente, vendendo a nova geração do Leaf nas concessionárias. O modelo será importado a partir do 1º semestre de 2019, com autonomia entre 240 km e 320 km, dependendo da versão. Continua com o mesmo motor da geração passada, com 150 cv e 32,6 kgfm de torque.

Renault Twizy

Os moradores de São Paulo e Curitiba já devem ter visto o pequeno Twizy nas ruas. O quadriciclo com teto virou veículo de frota da seguradora Porto Seguro e foi utilizado pela guarda municipal de Curitiba. Solução de transporte individual (embora leve um passageiro atrás), o modelo é bem pequeno, mais próximo de uma moto com portas do que de um carro, tanto que não tem janelas e é bem espartano em equipamentos. A Renault diz que, se importado agora, iria custar o mesmo que um sedã médio, então oferece o Twizy para empresas. Tem autonomia máxima de 100 km e, dependendo da versão, a velocidade máxima pode ser de 45 km/h ou 80 km/h. Pode ser carregado com uma tomada aterrada, graças ao uso de um adaptador, e leva três horas e meia para uma carga completa.

Renault Zoe

Se o Twizy é muito estranho para você, o Renault Zoe faria mais sentido. Com carroceria hatch, o elétrico foi utilizado pela prefeitura de Curitiba, já que não conseguiria ser vendido pela falta de incentivos. Tem motor de 90 cv e autonomia de até 240 km, subindo para 400 km com um novo conjunto de baterias que começou a ser oferecido em 2016. A marca ainda não fala de uma nova geração, mas a Renault não esqueceu dele, preparando um novo motor de 110 cv.

Tesla Model S

Falou em carro elétrico, muitos lembram da Tesla, já que é uma das poucas fabricantes que trabalham exclusivamente com este tipo de veículo. Longe do Brasil durante anos, a marca finalmente teve algumas unidades trazidas ao nosso mercado por uma importadora, que trouxe uma unidade do SUV Model X e duas do sedã Model S. Porém, é um investimento caro. O Model X foi vendido pela importadora por R$ 980 mil, enquanto o Model S custava entre R$ 650 mil e R$ 900 mil, dependendo da versão. A autonomia do Model X chega a 475 km, enquanto a do Model S é de 632 km.

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