Já é tradição: basta parar no posto de combustível para abastecer o carro que o frentista começar a empurrar alguma coisa, como verificar o óleo do motor ou calibrar os pneus. Se houver uma oficina anexada ao posto, oferecem até para conferir o nível do fluído de freio ou alinhar as rodas. Só que, na maioria dos casos, é uma pegadinha para fisgar quem não entende muito do veículo e conseguir grana fácil com uma manutenção desnecessária. Veja sete itens para ficar ligado e não cair neste papo:

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Troca de óleo

Óleo do motor

Essa é a pegadinha mais comum. Você dirigiu até o posto, parou para abastecer e o frentista já vai verificar o nível e te diz que está abaixo. Claro que está. Ao ligar o carro, o óleo que está no cárter sobe para lubrificar o motor, então a vareta vai marcar um nível baixo. O correto é que esta leitura seja feita antes de o carro ter sido ligado, com o veículo em lugar plano.

Outro truque comum é falar sobre o estado do óleo, dizendo que está muito escuro ou fino. Isso é normal, significa que está limpando as peças do motor e escureceu por ficar com os resíduos. A textura do óleo muda de acordo ao calor, então é normal que fique mais fino ao chegar no posto – mesmo que o frentista te diga que o o óleo está gasto.

Se realmente precisar trocar (por tempo ou quilometragem), não caia no papo de usar um óleo mais caro e de especificação diferente só porque o frentista recomendou. Siga o manual e coloque o correto, pois o carro foi desenvolvido para usar um óleo específico. O mesmo vale caso te ofereçam um mais barato e com nível de proteção inferior.

Fluido de freio

Fluido de freio

O fluido de freio, normalmente, não precisa ser completado. Ele fica em um sistema totalmente fechado e seu nível não diminui, exceto se houver algum problema de vazamento. Se isso acontecer, o carro avisa com o símbolo do freio de mão aceso (mesmo que ele esteja solto). A vida útil do fluido de freio, normalmente, é de 10 mil km ou dois anos – basta olhar no manual do carro.

Líquido do radiador

Radiador

Outra técnica comum dos postos é vender um produto específico para arrefecimento. Até aí, nada de errado, pois estes produtos costumam ser bons. O truque está em te dizer que precisa encher somente com este produto, quando alguns precisam ser misturados com água. Fique de olho na embalagem. Ela diz se o líquido já está na concentração certa ou se precisa ser diluído. Também não caia no papo de colocar só água, pois muitos carros modernos têm sistemas mais complexos e precisam do aditivo.

Alinhamento de rodas

Alinhamento das rodas

Alinhar as rodas é algo importante e que muitas pessoas deixam de fazer. Se o carro estiver puxando para um lado mesmo com o volante reto, é hora de fazer este serviço. Só que é normal empurrarem também a cambagem, que é a inclinação da roda em relação ao solo. Ela é fixa na maioria dos carros e só precisará ser feita em caso de um acidente que deixe a roda torta ou haja algum problema de desalinhamento do chassi ou do eixo.

Aditivo de combustível

Aditivo para combustível ou óleo

Tanto os combustíveis quanto os óleos já contam com os aditivos necessários para ajudar a limpeza do motor. Adicionar mais pode ter efeito contrário, aumentando a viscosidade e causando problemas – o óleo mais grosso, por exemplo, pode misturar com as sujeiras do motor e entupir o sistema. E, caso tenha algum problema mecânico, pode te impedir de ir atrás da garantia do veículo.

Calibrar os pneus

Calibrar os pneus

Tem gente que não gosta de colocar a mão na massa ou não sabe bem como calibrar os pneus, então os frentistas cobram uma caixinha para fazer o serviço. Só que muitos fazem isso no "automático", colocando a quantidade errada de ar. Os pneus são afetados pela temperatura. Se estiverem quentes por conta do carro já ter rodado, o ar se expande e o pneu fica mais cheio, o que faz o frentista colocar menos do que o recomendado. E o contrário também acontece. Em tempo frio, as moléculas de ar se contraem e o pneu fica mais vazio, aí preenchem com mais ar do que deveriam. Para não errar, saia de casa direto para o posto mais próximo e coloque a quantidade correta recomendada pelo manual do carro.

Encher o tanque até a boca

Encher até a boca

Pode ser que o frentista peça isso para “arredondar o valor”, ou para ganhar mais um pouco com o máximo que entrar no tanque. E parece ser uma boa ideia para um leigo. Porém, abastecer acima do limite do tanque de combustível é prejudicial ao carro. Ao passar do limite, a pressão do sistema fica negativa e o filtro pode ser obstruído. O filtro é feito de carvão e o contato com o combustível desgasta seu material. Além disso, como falta ar para gerar pressão, o sistema terá que fazer mais força para trabalhar. Agências de saúde ainda dizem que é prejudicial também para a saúde do próprio frentista, pela exposição prolongada ao benzeno na gasolina, substância cancerígena.

Fotos: Divulgação

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