Teste VW Nivus Highline 2025: preço pelo design
Agora alinhado em visual com os modelos europeus da marca, começa a abrir espaço para chegada do Tera
Como uma boa montadora alemã, a Volkswagen não tem muitos momentos de ousadia, em especial quando falamos sobre design. Seus modelos são conhecidos pelas linhas sóbrias, que não são marcantes como de alguns de seus concorrentes, mas tem a vantagem de se manterem atuais e elegantes por mais tempo.
Vimos isso durante muitos anos na linha Gol e em seus derivados e agora está presente na linha Polo. Mas desde 2020, graças a visão de José Carlos Pavone, brasileiro e chefe de design da VW na América Latina, um modelo diferente dos padrões da marca alemã despontou entre os derivados da base MQB-A0 e caiu no gosto do público justamente por isso, ser diferente dos demais. É o Nivus, um dos derivados do Polo que apela mais para a razão que para a emoção com o estilo cupê.
Primazia na categoria de compactos, o Nivus foi responsável por trazer um conceito que já estava fazendo sucesso em marcas premium – especialmente em outra alemã, a BMW, que trouxe ao mundo os modelos X4 e X6, e, mesmo que você não goste deles, é inegável seu sucesso e influência no segmento.
Inspiração para o internacional e no internacional
O Nivus caiu tão bem que, durante uma apresentação global, o Nivus chamou a atenção da marca na Europa, que deu origem ao Taigo, o irmão gringo do nosso SUV-cupê que tem algumas diferenças estéticas, além de conjuntos mecânicos alinhados com os mercados europeus, obviamente. Entre as diferenças do seu irmão brasileiro, o europeu trazia lanternas inteiriças, opção de teto-solar.
Em partes, a reestilização do nosso Nivus resolveu boa parte dessas diferenças, já que agora tem desenho mais próximo dos VW europeus, como a nova geração do SUV Tiguan, a reestilização do T-Cross, o Golf e os elétricos da linha ID.
Se antes os faróis eram compartilhados com o sedã Virtus reestilizado, o SUV ganhou novamente uma frente para chamar de só sua, tendo ainda a grade iluminada presente nos modelos acima dele, como o Taos - bola fora é a ausência de faróis de neblina, que deram lugar a uma pequena entrada de ar nas laterais do para-choque que – segundo a Volkswagen – servem para melhorar a aerodinâmica do modelo, melhorando o consumo.
Já na parte traseira as mudanças foram mais discretas, mas significativas, recebendo lanternas parecidas com o Taigo, inteiriças, e novo para-choque, que mudou a posição dos refletores traseiros – que são apenas estéticos, já que também não há neblinas traseiros – passando a verticais.
Na lateral, mudam as rodas. A principal diferença do pacote Outfit é a tonalidade da roda, que equipa a unidade que testamos, e que acrescenta detalhes escurecidos com acabamento diamantado e decoração diferenciada, com retrovisores, teto e maçanetas na cor Preto Ninja.
Preço a se pagar pelo visual e tecnologias
Gostou desse carro testado? Bem, é uma configuração com preço bem salgado do Nivus. Começando pelo próprio Nivus Highline, são R$ 157.490 e ainda há opcionais: o pacota ADAS, com assistente de mudança de faixas, assistente de permanência e alerta de ponto-cego (R$ 4.470); e o tal Outfit, de R$ 2.120, sem contar a cor Azul Titan com teto Preto Ninja (R$ 1.750). Ao menos o piloto automático é item de série.
Totalmente equipado, o Nivus chega a R$ 165.830. É um valor que o aproxima de SUVs maiores e também completos, alguns até mais potentes. Isso mostra que a VW já prepara terreno do Nivus para o Tera, esse sim o SUV que enfrentará a turma mais barata, como Fiat Pulse e Renault Kardian, posicionado abaixo do Nivus.
Ainda sim, o SUV-cupê manteve todas as qualidades que já eram apreciadas por seus donos, como o bom porta-malas, de 415 litros, um dos maiores entre os SUVs compactos, e sua boa dirigibilidade, mais próxima no Polo – principalmente antes de 2022, quando o hatch ainda tinha o mesmo 1.0 turbo do Nivus e não o atual 170, com menor potência e torque – mas sofre do mesmo problema de outros TSI recentes, como o T-Cross, demorando a atender o acelerador quando exigido, e depois entregando potência sem progressão linear.
Em números, o Nivus traz 116/128 cv e 20,4 kgfm, aliados sempre ao câmbio automático de 6 marchas. A opção com motor maior, a 1.4 GTS, anunciada junto da reestilização, ficou para o decorrer de 2025. Um ponto elogiável é a vibração do motor tricilíndrico, característica comum em modelos com esse motor, o SUV-cupê parece ter ganhado mais atenção da marca na reestilização, sendo melhor até que o T-Cross nesse sentido.
A posição de dirigir continua boa, com banco dianteiro, cintos e volante com ajustes, este tendo possiblidade de ser regulado tanto em altura quanto profundidade. Ponto fraco continua sendo o interior, com acabamento fraco para sua faixa de preço. Na linha 2025, seu painel ficou mais agradável com a imitação de courvin na faixa superior, solução que Virtus e T-Cross também adotaram para passar uma sensação melhor ao interior com bastante plástico.
Com o pacote Outfit, o Nivus ganhou acabamento em azul nos bancos (com detalhe em branco e logotipo costurado na parte superior dos encostos dianteiros) e na parte central do painel. Já na parte traseira, continua a oferecer painéis de porta totalmente em plástico, em contrapartida, há saída de ar dedicada, presente no console central.
VW Play mais conectada
Novidades também na sua multimídia, que agora tem maior conectividade – reforçada inclusive no nome, agora chamada de VW Play Connect – além do app Meu VW. Com internet embarcada, há 15 novas funcionalidades como o travamento e destravamento do veículo, localização em tempo real, acionamento da buzina e pisca alerta, modo manobrista, controle de perímetro, restrição de horário em dias de rodízio, dentre outros. Não foi possível testar o app na prática durante a semana que passamos com o carro, já que é necessário assinatura para ter acesso aos itens. A assinatura, vale lembrar, será gratuita durante o primeiro ano de uso.
Em consumo, o Nivus registrou 8,6 km/litro na cidade e 12,1 km/litro, com etanol, em nossos testes. Na cidade, é praticamente o mesmo do carro testado em 2022, mas uma melhora no rodoviário, que era de 11,6 km/litro. No 0 a 100 km/h, foi de 10,3 para 10,6 segundos, assim como a retomada de 80 a 120 km.h foi de 6,7 para 7,1 segundos.
Resta saber se as novidades apresentadas pela marca – que ainda terão companhia da versão esportiva GTS, em algum momento de 2025 – serão suficientes para manter o Nivus atraente num segmento que deve ganhar cada vez mais concorrentes de peso, como o futuro SUV baseado no Chevrolet Onix, e há boatos que a Hyundai também deve ter um modelo próprio para essa categoria baseado no HB20.
Não será nada fácil também a vida do modelo da Volkswagen quando Toyota Yaris Cross e Honda WR-V chegarem como opção aos clientes mais conservadores que ainda não saíram dos hatchs e dos sedãs. E, claro, do SUV VW Tera, que deve dar dor de cabeça aos seus concorrentes, mas que também pode ser um problema dentro de casa.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
VW Nivus Highline (PL8)
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