Teste rápido: Chevrolet Tracker Midnight troca conteúdo por mais estilo
Por R$ 145.560, aposta no visual escurecido para quem quer design discreto e sóbrio
Para algumas pessoas, estilo é tudo, até mesmo quando falamos sobre carros. O design de um automóvel é um fator importante para muitos, ainda mais quando lembramos que ainda é visto como um símbolo de status. Para isso, também há investimento em versões especiais levemente diferentes, para que o cliente sinta-se um pouco único ao ter uma configuração diferente das demais.
O Chevrolet Tracker Midnight não chega a ser uma edição tão especial assim pois não é limitada. Segue uma receita já bem conhecida na marca, usada em outros modelos como S10, Onix Plus e Cruze. Recebe a cor preta nos logos, grade dianteira, rodas, retrovisores laterais e apliques no para-choque, além de máscara negra nos faróis dianteiros.
Por dentro, a cor escura segue sendo usada nos bancos pretos com costura cinza, e no volante revestido em couro de base reta. Claro, ainda tem as peças em preto brilhante em alguns pontos como no entorno dos comandos no volante ou da alavanca da transmissão automática. Tudo bem discreto, bem diferente dos detalhes em vermelho da versão RS, por isso funciona bem e atrai alguns clientes.
Posicionado entre as versões LT e LTZ, o Tracker Midnight traz os mesmos equipamentos que o LT, contando com seis airbags, ar-condicionado, câmera de ré, central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, controle de cruzeiro, controles de estabilidade e tração, chave presencial com partida por botão, volante com ajuste de altura e profundidade, direção elétrica, Wifi nativo, sensor de estacionamento traseiro, rodas de 17 polegadas e rack de teto. A diferença está só no acabamento exclusivo.
Parece ser uma boa lista, considerando que custa R$ 145.560 e é uma versão intermediária. O Volkswagen T-Cross 200 TSI é vendido por R$ 140.690 e precisa de alguns opcionais para ficar no mesmo nível, enquanto o Hyundai Creta Limited Safety sai por R$ 147.890. É um valor bem na média, só que o problema é que, por R$ 2.200, é possível comprar o Tracker LTZ, que adiciona alerta de colisão frontal, alerta de ponto cego, bancos híbridos couro/tecido e frenagem automática de emergência.
Pelo posicionamento, o Tracker Midnight ainda está na faixa do modelo que utiliza o motor 1.0 turbo de três cilindros – 1.2 turbo aparece apenas a partir da configuração RS, por R$ 163.820. São 116 cv a 5.500 rpm e 16,8 kgfm de torque a partir de 2.000 rpm. Com o carro vazio e na cidade, entrega um desempenho ok, mas falta torque inicial quando o motor está a baixo dos 2 mil giros, consequência do turbo lag e de um carro mais pesado que o Onix. Girando acima disso, o carro tem um comportamento bem mais esperto.
Ciente dessa situação, a Chevrolet ajustou a transmissão automática de 6 marchas para tentar minimizá-la, segurando as trocas ou reduzindo quando acredita que vai faltar torque. Normalmente, o carro jogaria para a marcha mais alta possível para economizar combustível, então é um comportamento um pouco incomum no segmento e que não ajuda muito.
O reflexo disso é que não é mais econômico do que o 1.2 turbo, mesmo sendo menor e mais leve. Ajustado para o Proconve L7, agora faz 11,9 km/litro na cidade e 14 km/litro na estrada, com gasolina no tanque. Já o 1.2 turbo, no nosso teste com o Tracker RS, fez 9,6 km/litro e 15,1 km/litro, respectivamente. Se não vamos ter o desempenho do motor maior, ao menos espera-se que seja mais econômico, o que não é o caso.
Como todo SUV compacto, o foco está no conforto e em passar a sensação de estar em um carro maior do que um hatchback. E isso o Tracker faz muito bem, com uma posição de dirigir naturalmente elevada e de postura mais reta, antes mesmo de ajustar os bancos. Isto ajuda a dar a impressão de que é um carro maior e afastar um pouco aquele jeito de hatch altinho de alguns rivais. É bem leve de guiar, controlado por uma direção elétrica suave e com uma suspensão bem macia, só que também barulhenta mesmo quando não chega ao fim do curso – uma reclamação recorrente dos proprietários.
Seu espaço está dentro da média no segmento. Os banco traseiros levam 2 adultos confortavelmente e o assento central é recomendado para crianças, ou se alguém quiser lidar com o aperto, ainda mais por conta do túnel central alto. Seu porta-malas não é dos maiores, com 393 litros de capacidade declarada, com um assoalho reto e duas partes elevadas nas laterais. Os bancos podem ser rebatidos, mas terá um degrau em relação ao piso do bagageiro.
O Chevrolet Tracker Midnight poderia ser uma boa opção no segmento se não fosse pelo posicionamento em relação ao LTZ e até aos concorrentes. Por R$ 145.560, é só um pouco mais barato do que o modelo acima, que já ganha alguns equipamentos importantes de segurança. Se custasse um pouco mais barato, faria mais sentido dentro do portfólio e encontraria mais interessados. Talvez interesse para quem realmente quer um visual diferenciado do resto da linha e prefere algo mais discreto. No meu caso, eu colocaria um pouco mais de dinheiro e pegaria a versão LTZ por ser mais completa.
Chevrolet Tracker 1.0T
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