Já dirigimos: Ford Mustang GT 2024 sobrevive com V8 aspirado e melhora

Na era da eletrificação, o 5.0 se atualiza e mantém o prazer de ter algo assim na garagem

Por: Brett Evans

Traduzido por: Leo Fortunatti

29 Julho 2023 em 07:00

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O Ford Mustang é um daqueles carros com muita história e que fez história com muita gente, principalmente nos Estados Unidos. No Brasil, chegou por muitos anos de forma independente, mas a marca percebeu que poderia fazer muito dinheiro ao vendê-lo de forma oficial a partir de 2018. Agora em nova geração, o esperamos aqui em breve.

Apesar das versões com motores menores nos Estados Unidos, o Brasil sempre recebe o V8 5.0 aspirado. Por isso, trazemos essa avaliação de nossos colegas do Motor1.com EUA com o novo Ford Mustang GT, com o V8 5.0 e diversas melhorias para dar mais conforto e dirigibilidade, sem abrir mão do ronco do V8tão e da tração traseira e pronto para novas histórias.

Sem abrir mão do ronco do V8

Considerando que cresci rodeado de Mustang, não surpreende que eu tenha passado algum tempo em um conversível vermelho para conhecer o Mustang GT ates de mudar para um fastback com câmbio manual de 6 marchas e o High Performance Package (HPP) de US$ 4.995. Aperto o botão de partida e o Mustang ganha vida com um ronco que nos apresenta os 492 cv e 57,7 kgfm - sem o sistema de escape ativo de US$ 1.225, esses números caem para 486 cv e 57,3 kgfm.

Ao dar a partida, escolhi o modo de condução personalizado para ativar o painel de instrumentos que imita os medidores do clássico Fox Body e aumentar o ronco para uma configuração esportiva agradável aos ouvidos e, em seguida, fui ao túnel mais próximo. Felizmente, a rota do test drive em Arcadia, Califórnia, é uma rota de duas pistas em estrada sinuosa com cerca de 50 km pela Angeles Forest Highway, que me daria bastante tempo para conhecer o novo Mustang, desfrutando de seu bom equilíbrio e impressionante estabilidade.

Dito isso, a direção é artificial e muito leve para fazer entradas rápidas nas curvas, com uma sensação de ausência, não importa o quanto você force a aderência no eixo dianteiro. Além disso, a dianteira tem baixa carga na suspensão e o faz balançar demais. Os pneus Pirelli P Zero específicos do HPP oferecem bastante aderência, mas o Mustang GT não se comunica muito bem.

Mas isso não significa que o Mustang não é um carro divertido. Ele produz bastante força G, que induz a uma cerca alegria em curvas fechadas e, em curvas mais longas e retas, o motor 5.0 soa suave pelas quatro saídas de escape. O som grave dá lugar ao frito agudo em altas rotações, que me lembra o V8 4.6 do Mustang Cobra SN95 e, como seu antecessor distante, não tem muito torque até as 3.000 rpm. Mas uma vez girando alto, o V8 5.0 vai até 7.500 rpm com saúde.

Além da potência, o Mustang também recebe melhorias para acompanhar essa força. Fornecido pela Brembo como parte do pacote, conta com pinças dianteiras de seis pistões e traseiras de quatro pistões em discos de 15,4" e 14", respectivamente. A potência de frenagem é imensa e o pedal é confortável e fácil de modular. Completando o conjunto de pedais, o de embreagem é progressivo, que se acopla a uma alavanca ágil e com o sistema rev-matching configurável para uma experiência perfeita e divertida ao volante - pena que não o teremos manual no Brasil, apenas automático de 10 marchas.

Recursos de uso

Se você é o tipo de proprietário de Mustang que gosta de dirigir para casa, apreciará a direção suave e equilibrada, mesmo em pavimentos ruins e usando rodas de 19" com pneus de perfil baixo. Há alguns ruídos dos pneus em velocidades mais altas em rodovias, mas em um trajeto longo, o Mustang parece mais premium que nunca, com melhor amortecimento em direção normal e baixos níveis de ruídos e vibrações.

Graças a esse comportamento delicado na estrada e uma parte dianteira espaçosa, o Mustang GT é um ótimo carro para o dia a dia. Os bancos dianteiros de série não tem nenhum reforço lateral significativo, mas o apoio lombar e para as coxas são bons e os assentis tem um ótimo equilíbrio entre maciez e conforto. No entanto, eu escolheria os bancos Recaro opcionais. Embora o estofamento mais fino, as laterais esportivas são mais adequadas para um uso mais esportivo e ainda confortáveis.

Com 1,80 m de altura, tenho uma boa visibilidade na dianteira, embora o para-brisa baixo possa causar problemas para aqueles que são ainda mais altos. É melhor que os passageiros do banco traseiro sejam baixos, já que minha cabeça bateu no forro e tive que abrir as pernas quando o banco dianteiro estava ajustado para mim. Ainda assim, eu provavelmente conseguiria passar algumas horas lá com um pouco de desconforto. O espaço para bagagens é de 373 litros, superando o Chevrolet Camaro, mas ficando abaixo do Dodge Challenger, que é maior.

O Mustang GT 2024 tem um novo conjunto de tecnologia, com painel de instrumentos de 12,3" e uma tela sensível ao toque de 13,2" com o sistema de execução de jogos Unreal. Gráficos nítidos e ampla capacidade de configurações são os destaques, incluindo até mesmo as linhas vermelhas e os marcadores nos medidores analógicos. É um visual maravilhoso e fácil de usar e a Ford irá acertar em cheio um público mais jovem.

Semelhança com a família

Muitas das características de design são as mesmas das demais versões do Mustang, embora o GT tenha uma dianteira exclusiva com inserção na grade e aberturas maiores no para-choque dianteiro para proporcionar maior resfriamento dos freios. Os materiais da cabine são muito bonitos, com apenas algumas faixas de plástico bem escondidas. Os materiais de toque suave aparecem nos painéis das portas, nos apoios de braço e nos apoios de joelho, e eu adoro a aparência de carbono dos apliques.

Como o mercado de pony cars continua a diminuir - até mesmo o venerável Dodge Challenger está indo de arrasta pra cima em alguns meses - o Ford Mustang GT compete em grande parte em uma classe de um só. Nos Estados Unidos, é possível adquirir um Mustang GT básico por US$ 44.090 ou um com HPP e escapamento ativo por US$ 50.310, o que o coloca em uma disputa acirrada com modelos como o Nissan Z e o Toyota Supra de dois lugares, bem como o BMW M240i de quatro lugares.

Cada uma dessas alternativas é menor e mais leve que o Mustang, com um certo prestígio de importação que interessa a alguns compradores. E, no entanto, continuo voltando ao Mustang, sonhando com o Race Red e as transmissões manuais, as queimas acidentais (e com muita fumaça) e os cavalos selvagens a todo galope. O novo Mustang GT está longe de ser perfeito - eu adoraria uma direção mais pesada e um preço mais baixo -, mas esses problemas não importam tanto quando você está contando para a sua mãe, fã de Mustang, sobre aquele dia quente de verão nas montanhas com o motor berrando. Afinal, todo mundo tem uma história sobre o Mustang.