Teste: Ford Ranger FX4 2023 ainda agrada mesmo perto de mudar de geração
Picape se apoia no custo-benefício e ainda tem bons descontos por estar no fim da carreira
Desde que encerrou a operação fabril no mercado brasileiro, a Ford viu a Ranger tornar-se seu veículo mais emplacado no país, ocupando a 3ª posição no ranking das picapes médias mais vendidas. Isto mostra a importância da caminhonete para a marca, justificando o investimento em novas versões com propostas diferentes, como foi o caso da Ranger FX4, praticamente uma variante de despedida da geração atual, com um pacote visual off-road.
Este é um momento até bom para quem quer comprar a Ford Ranger com um bom desconto, pois a nova geração já foi confirmada para o 2º semestre. A fabricante logo começará algumas ofertas especiais para começar a limpar o estoque remanescente e, mesmo se a marca não fizer isso, alguns concessionários devem oferecer algumas condições de financiamento ou até descontos.
Para dar adeus à Ranger atual, aceleramos novamente a versão FX4, justamente a última versão lançada da picape. É a segunda configuração mais cara da linha, vendida por R$ 308.190, o que são R$ 21.800 a menos do que a Ranger Limited. Além da diferença de preços, é uma variante com uma proposta mais robusta, com um santantônio exclusivo, protetor de para-lamas e snorkel como acessório.
A Ford soube trabalhar bem a Ranger nesta geração, mesmo com um ciclo de vida um tanto longo – foi lançada no mercado global em 2011. Mesmo agora, ela ainda não passa a sensação de ser tão velha, escondendo bem a idade. Nas duas reestilizações, a fabricante adicionou mais equipamentos ao mesmo tempo em que mexia no design.
O design atual, adotado em 2019, alterou as linhas o suficiente para que até enganasse os mais desavisados e parecesse ser uma picape nova. É um pouco mais sóbria do que algumas rivais, com uma grade menor e sem exagerar nos cromados, uma grande diferença em comparação ao “peito de aço” usado na reestilização de 2015. O pacote FX4 mexe um pouco neste desenho, colocando peças em acabamento preto onde estaria a pintura cromada, como a entrada de ar dianteira ou as capas dos retrovisores.
É um kit visual até que bem modesto, mas eficaz, fazendo com que seja reconhecível nas ruas. Claro que os adesivos FX4 nas laterais ajudam. Usa rodas de 18 polegadas exclusivas, com pneus 265/80 R18 Scorpion ATR de uso misto. Apesar da Ford não oferecer opcionais para os seus carros, a Ranger FX4 tem duas opções. Uma é o conjunto de rodas de 17 polegadas com pneus 265/65 All Terrain Plus, para uso off-road. O segundo item opcional é um snorkel oferecido como acessório, que permite que a picape passe por trechos alagados com até 80 centímetros de profundidade.
O que mostra as rugas da Ranger é o seu pacote tecnológico. É bem equipada, com itens como ar-condicionado digital de duas zonas, controle de cruzeiro, 7 airbags, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro, banco do motorista com ajuste elétrico, sensor de chuva e central multimídia de 8 polegadas. Só que fica devendo alguns itens que já aparecem na concorrência, como sensor de ponto cego, câmera 360° ou conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay. As duas telas de LCD no painel de instrumentos ainda é uma boa solução, mas a nova geração já adotará um cluster totalmente digital.
Para quem andou nas primeiras versões da Ranger atual, a evolução da picape foi bem nítida após as mudanças no ajuste da suspensão, mostrando que tem uma base boa para a próxima geração. Se antes era um pouco firme demais, o que fazia com que fosse desconfortável no asfalto, as atualizações trouxeram um pouco de maciez para o conjunto, deixando-a mais equilibrada entre o desempenho nas ruas e fora delas.
Este também é o adeus ao motor 3.2 turbodiesel de cinco cilindros, que será substituído por um 3.0 V6 na próxima geração. Entregando 200 cv e 47,9 kgfm, é bem eficiente e até que trabalha de forma silenciosa por conta do bom isolamento acústico da picape. Com o snorkel instalado, podemos ouvir um pouco mais o som ao abrir a janela, com o ronco saindo do lado do passageiro. Em nosso teste, registrou um 0 a 60 km/h de apenas 4,7 segundos, nada mal para uma picape de 2.247 kg. O 0 a 100 km/h leva 11 segundos.
Teve que receber uma novidade para atender às normas de emissões, com a adição de um tanque de Arla 32 para reduzir os gases poluentes. Por outro lado, isto não afetou o consumo, fazendo 7,8 km/l no ciclo urbano e 11,8 km/l no ciclo rodoviário. Vamos ver se o V6 compartilhado com a F-150 manterá este nível de eficiência.
O que conta a favor da Ford Ranger FX4 ainda é o seu custo-benefício. Por R$ 308.190, é levemente mais barata do que a Chevrolet S10 Midnight, vendida por R$ 310.100. Porém, está bem mais em conta do que a Toyota Hilux SRX, que sai por R$ 323.190 (e a picape japonesa ainda tem mais três versões, chegando a custar até R$ 367.390). Isso sem considerar algumas ofertas. Enquanto escrevia esta avaliação, a Ford estava oferecendo a FX4 por R$ 262.840 e com taxa zero em 24 vezes. Esperar pela nova geração faz sentido, mas se você precisa de uma picape agora, a despedida da Ranger atual vira uma boa oportunidade.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Ford Ranger FX4
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