A BMW vem fazendo apostas certeiras no Brasil. A principal delas é ter a produção de dois modelos que praticamente ditam o sucesso da operação nacional: o X1 e Série 3, ambos líderes com folga em seu segmento. Agora é o momento de conhecer melhor a nova geração do X1 que chega maior, mais refinada, tecnológica e até com novo motor. Testamos o X1 sDrive20i M Sport, a versão mais completa, e mostramos agora o caminho da evolução.
Não é simples mexer em um modelo que é líder de seu segmento por 6 anos seguidos, mas a BMW parece ter encontrado um bom caminho ao buscar inspirações dentro da própria casa. Ao entrar no novo X1 2023 você notará a grande inspiração no iX, por exemplo, enquanto o exterior precisa entregar a aparência de um carro que viverá com opções à combustão e totalmente elétrico.
Traseira ficou mais esportiva e parachoques escondem a saída de escapamento
Com a terceira geração chamada de U11, o novo BMW X1 cresceu em todos os sentidos com a plataforma UKL2. Cresceu 7 centímetros no comprimento chegando a 4,50 metros, 2 cm no entre-eixos para passar de 2,67 m para 2,69 m, mais 2 cm extras na largura (de 1,82m para 1,84m), além de ficar 5 cm mais alto (de 1,59 m para 1,64 m).
Novo X1 cresceu no comprimento e agora mede 4,50m
A evolução para a plataforma UKL2 traz consigo algumas novidades em termos de aerodinâmica como reflexo da versão elétrica, o iX1, que será vendido no Brasil ainda este ano. A dianteira mantém estilo semelhante ao antecessor, mas com linhas bem mais marcadas, com a grade em duplo rim e um sistema ativo para abertura e fechamento do fluxo de ar e os faróis de LEDs.
Grande dianteira tem acabamento preto brilhante na versão M Sport
O seu projeto se assemelha bastante ao seu predecessor, mas mais aerodinâmico e melhorado. A clássica grade em "duplo rim" traz personalidade, mas de uma forma mais discreta com o acabamento em preto brilhante. As entradas de ar nas extremidades dos parachoques, como todos os modelos M, são funcionais para que o fluxo de ar dianteiro contribua com a qualidade aerodinâmica.
Maçanetas embutidas melhoram a aerodinâmica
Lembra que falamos sobre esta nova plataforma já ser pensada também para a versão 100% elétrica? Um dos reflexos está no tipo de puxadores das portas, agora embutidos, também em prol da aerodinâmica. Outro ponto adicionado nas versões à combustão é o uso da grade dianteira ativa, que abre e fecha automaticamente, novamente para contribuir na diminuição do arrasto.
Interior do BMW X1 2023 bebeu na mesma fonte do elétrico IX
A BMW promoveu uma grande mudança no interior do X1. Ao entrar na cabine você verá que todo o ambiente está mais moderno, mais sofisticado. De cara chama a atenção o conjunto de telas, uma de 10,25" para o motorista e outra 10,7" para o sistema de gerenciamento e multimídia, um pouco curvas e interligadas exatamente no mesmo estilo dos mais recentes lançamentos, como IX e novo Série 3.
O desenho do painel traz linhas mais horizontais, com amplo uso de acabamentos em alumínio, novas saídas de ar e novos arremates. Resolveu um problema que atormentava donos do X1 anterior: o puxador da porta que derrete. Pelo menos por enquanto, o novo puxador saliente utiliza material em tom metálico que indica que não sofrerá do mesmo mal. O console central ganhou um bom espaço na parte debaixo, enquanto o apoio de braço virou um pequeno repositório que cabe uma carteira ou smartphone. Aos fãs do iDrive, uma má notícia: ele não está mais presente na nova geração do X1.
Cadê o iDrive? Console fica mais minimalista
Por outro lado, a BMW investiu em tecnologia para que esta ausência não seja sentida. A nova central multimídia, com seu sistema otimizado, exige apenas 3 toques para que qualquer função seja acessada. Além disso, praticamente tudo pode ser feito também por comando de voz. Neste segundo caso, você precisa aprender a conversar com o carro, pois quanto mais dialogam, mais rápido o atenderá nas próximas vezes.
Nada de botões para acionar o ar-condicionado. Agora é na tela ou por voz.
O que nos incomodou neste primeiro contato não foi a ausência do iDrive, mas a ausência de botões físicos para ajustes rápidos do ar-condicionado. Embora seja tudo muito bem ilustrado na tela como o fluxo de ar e temperaturas desejadas, você terá que sair do sistema de navegação (nativo, Waze ou Google Maps) para aumentar ou diminuir a intensidade dentro do menu Climatização, além de exigir a atenção do motorista na tela caso esteja sozinho. Novamente, se você aprender a falar com o carro, isso pode ser resolvido ao dizer "Olá BMW". Novos tempos.
Carregador sem fio tem uma trava e deixa o celular na vertical
Em relação à conectividade, você tem tudo que se espera de um modelo deste porte. Com o BMW ConnectedDrive, estão sempre à mão os avisos de manutenção por telemetria, navegação com informação de trânsito em tempo real, portais de notícias, clima e aplicativos além dos serviços como chamada de emergência inteligente. Para conectar seu smartphone, a boa notícia é que o Apple CarPlay e Android Auto podem ser espelhados sem fio. E por falar nisso, o novo console central mais espaço acomoda um sistema de recarga sem fio com uma boa trava para segurar o celular, além de duas tomadas USB tipo C ali na frente.
Espaço nos bancos traseiros do BMW X1 2023
Para quem vai no banco de trás, o espaço é bom para três passageiros, mas quem for no meio terá que conviver com o túnel bem elevado e tomar cuidado com o console que traz as saídas de ar e mais duas tomadas USB e invade bem o espaço. Ao menos os bancos, nesta versão, possuem rebatimento 40:20:40 com a possibilidade e regular a inclinação do encosto.
Antes de ligar a ignição, vale destacar o conjunto mecânico sDrive20i. Ele é formado pelo motor 2.0 TwinPower Turbo, de quatro cilindros, mas agora com nova calibração que elevam a potência para 204 cv de potência e o torque para 30,6 kgfm, por enquanto somente à gasolina. A versão flex é mera questão de tempo. O câmbio agora é o Steptronic de dupla embreagem com caixa seca com 7 marchas.
Interior do BMW X1 2023
Assim como todo BMW, encontrar uma boa posição para dirigir é fácil, mesmo com a posição do motorista no X1 ser mais elevada. Bancos dianteiros com ajuste elétrico e a boa regulagem de profundidade e altura do volante entregam o que você deseja. A visibilidade geral é boa, em qualquer direção.
Calçadas com pneus Continental EcoContact 6Q 245/40 R20, a novas rodas aro 20 deixam o visual mais sofisticado, mas cobram seu preço no dia a dia. Enfrentar as típicas ruas brasileiras exige mais atenção do motorista para evitar buracos e irregularidades. Donos do X1 anterior reclamam bastante da facilidade que se rasgam pneus, mesmo que a roda do antigo seja a "menor", de 19 polegadas. No nosso convívio, nenhum susto, mas a suspensão bate seco se passar rápido em lombadas ou depressões, o que pode não acontecer com as versões com rodas menores.
Por outro lado, ter uma roda de 20 polegadas entrega uma pegada mais esportiva ao volante. O novo X1 se movimenta e ganha velocidade com ampla sensação de segurança, como se não faltasse nada. Nenhuma versão traz a contribuição de um motor elétrico, mas mesmo somente com o motor 2.0 à combustão ele anda bem. Em nosso teste, precisou de apenas 7,2 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, mais rápido dos que os 7,6 s divulgados pela BMW. Na estrada, a retomada de 80 a 120 km/h também mostra a boa agilidade do conjunto com este novo câmbio DCT ao cumprir a tarefa em apenas 4,8 segundos.
O que gosto muito dos câmbios de dupla embreagem, além da rapidez nas trocas de marcha, é a possibilidade de colocá-los em modo "coasting" (roda livre ou velejar) presente em alguns modelos. Felizmente esta função também está presente no X1 e só é ativada no modo "Efficient", o qual desacopla o câmbio para aproveitar a inércia para derrubar o giro do motor e assim economizar combustível. Quem já usou essa função sabe que o efeito colateral é um certo lag quando se pisa no acelerador novamente. Claro, isso não vai acontecer nos outros modos de condução.
Modos de condução precisam ser escolhidos na tela
Por falar nos modos de condução, agora você precisa acionar o botão no console e então finalizar a sua mudança na tela - antes era tudo no botão. Eles mudam o comportamento do carro e também modificam o ambiente interno, alterando as ilustrações e cores nas telas e cabine.
Voltando à estrada, o X1 oferece muita qualidade de rodagem e pouco ruído interno. Você pode contornar curvas com segurança, dada a pouca inclinação da carroceria e uso da suspensão multi-link na traseira. Se estiver no modo Sport, terá respostas diretas do acelerador e, não fosse pela posição mais elevada do assento, nem se lembraria que está em um SUV. É um rodar mais firme, que foca muito mais em esportividade do que um rodar suave. Sem nenhum tipo de eletrificação e bebendo somente gasolina, o consumo que registramos foi de bons 16,8 km/litro na estrada, enquanto na cidade conseguimos média de 8,8 km/l.
O novo BMW X1 já é vendido nas versões sDrive18i GP (motor 1.5 Turbo), sDrive20i X-Line e sDrive20i M Sport (2.0 Turbo). Nesta versão avaliada, a sDrive20i M Sport, o visual é mais esportivo e os apêndices de estilo possuem função aerodinâmica real.
Entre os itens de série estão ar-condicionado com controle digital automático de três zonas, BMW Comfort Access 2.0 (destravamento/travamento ao se aproximar/afastar do carro), abertura do porta-malas através da aproximação do pé no para-choque traseiro, Driving Assistant Plus (assistente de condução inteligente com alertas visuais e sonoros de tráfego cruzado, riscos de colisão traseira, mudanças involuntárias de faixa de rolamento e controle e prevenção de aproximação frontal), Head-Up Display, teto solar panorâmico, sistema de som Harman Kardon e carregador de smartphone sem fio.
Também estão presentes o Assistente Pessoal Inteligente BMW (ativação de comandos por voz), bancos revestidos em couro, ajustes elétricos dos bancos dianteiros, massagem no banco do motorista e Parking Assistant Plus. Os faróis são full LEDs adaptativos e as lanternas traseiras também em LED.
Para o novo X1, a BMW oferece o programa BSI gratuito pelo período de três anos ou 40.000 km (o que ocorrer primeiro), no qual oferece serviços de manutenção de veículos BMW, com cobertura mundial na rede de concessionárias autorizadas, sem custo adicional dos serviços cobertos.
O novo X1 M Sport é, neste momento, a versão mais cara da gama com preço de etiqueta em R$ 349.950. Sem dúvida entrega muita evolução, qualidade de construção e de acabamento, além de praticamente tudo que você pode esperar em termos de equipamentos. Além dos SUVs concorrentes, este preço o coloca na mira do irmão Série 3, que apesar de oferecer outra proposta, tem valores muito parecidos. No fim das contas, o BMW X1 tem credenciais para que continue reinando no segmento.
BMW X1 sDrive20i
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