Avaliação Honda PCX 2022: por que é a scooter mais vendida do Brasil?
Os números não mentem, mas outras qualidades (ou defeitos) interferem nessa equação
Os números podem não mentir, mas não dão contexto também. No acumulado de vendas até julho, a Honda PCX foi a scooter escolhida por 21.743 brasileiros, fazendo dela a mais vendida do Brasil em 2022. E não é nem mesmo ameaçada ou corre perigo de perder o posto, já que a segunda colocada, a Honda Elite 125, tem 13.337 emplacamentos no ano.
Friamente, a rival direta da PCX é a Yamaha NMax, scooter que tem 11.507 unidades vendidas até o fechamento de julho. Então alguma coisa tem, pois não seria a mais vendida de outra forma. Avaliamos a Honda PCX 2022 na versão Sport ABS, de R$ 16.740 sem frete, para entender essa situação.
Galeria: Avaliação - Honda PCX Sport ABS 2022
A conjuntura
A PCX pode até dominar as vendas de scooters, assim como a Honda CG 160 no segmento das utilitárias, mas a diferença para as rivais é menor. Enquanto a CG vende mais que 10 vezes o volume da Yamaha mais próxima na categoria, a Factor 150, a PCX não chega a ter o dobro das vendas da NMax.
A rede de lojas da Honda, a maior do Brasil com 1.100 pontos de venda, ajuda a colocar mais PCX nas ruas. Mas as scooters têm uso essencialmente urbano. Nos grandes centros, a rede da Yamaha não fica muito para trás em disponibilidade. Daí a diferença muito menor que em outras categorias do segmento de duas rodas nacional.
Além de rivais externas, a PCX ainda tem uma "inimiga" dentro de casa: a própria Honda Elite 125. Como já dissemos na avaliação dela, é uma scooter de entrada que faz o básico bem feito. Seu preço ainda é consideravelmente menor (R$ 11.180 sem frete), apesar de ser menos equipada e potente.
Numa conversa recente que tive com executivos da Honda, a Elite é uma moto que vende muito bem por regime de consórcio, onde as condições do comprador o fazem escolher a moto com a menor parcela. No site da marca, a Elite sai em consórcio por R$ 213,02 mensais no plano de 80 parcelas. A PCX mais barata, sem ABS, já pula para R$ 277,61 mensais nas mesmas condições. Para quem vai comprar à vista ou por financiamento bancário, o porte maior e a lista de equipamentos mais farta acabam falando mais alto. Mas tudo isso é apenas conjuntura, a PCX ainda precisa ser uma boa moto para merecer a liderança...
O que a Honda PCX traz de série?
Todas as versões do Honda PCX 150 2022 são equipadas com o motor monocilíndrico de 149,3 cm³ com arrefecimento a líquido, comando simples no cabeçote e 2 válvulas. Ele entrega 13,2 cv de potência e 1,38 kgfm de torque, rodando sempre com gasolina. O câmbio é sempre automático do tipo CVT e a moto já conta com Idling Stop, que desliga e religa o motor em paradas mais prolongadas, de série.
As rodas são de liga leve, com 14 polegadas de diâmetro. Os pneus têm medidas 100/80 na frente e 120/70 na traseira. No caso da versões ABS, Sport ABS e DLX ABS, os freios são a disco nas duas rodas. A suspensão dianteira tem garfo telescópico com 100 mm de curso, mesma medida da traseira, que tem dois amortecedores.
Nas medidas, a Honda PCX tem tem 1.923 mm de comprimento, 745 mm de largura, 1.107 mm de altura e 1.313 mm de entre-eixos. O vão livre do solo é de 137 mm e o assento tem 764 mm de altura. Com o ABS como na versão Sport avaliada, o peso a seco da moto é de 126 kg e o tanque tem capacidade armazenar 8 litros de combustível.
De fábrica, a versão Sport traz painel de instrumentos digital, iluminação por lâmpadas de LED, rodas de liga leve de 14 polegadas, espaço sob o assento capaz de acomodar 28 litros e porta-trecos no escudo frontal com tomada 12V integrada. A versão ABS, como o nome diz, acrescenta freio a disco traseiro e o sistema antitravamento. Já as Sport e DLX se diferenciam pelo esquema de pintura das carenagens e do assento, mas ambas ganham chave presencial.
Como anda?
A contrário da Elite 125, a Honda PCX já aparenta ser uma moto maior. As linhas mais anguladas, como nas scooters grandes da marca, trazem o ar de modernidade. Subindo na moto, percebe-se o banco largo e confortável, além do assoalho que tem bom espaço para os pés, permitindo viajar com eles em posição avançada.
Com meus 1,72 m de altura, consegui firmar um pé no chão com segurança. No entanto, o guidão é baixo. Em manobras com guidão todo esterçado, a peça pega nos joelhos. Para quem vai usar o maior atributo de uma scooter, o espaço sob o assento, a PCX acomoda um capacete fechado, ou uma sacola de compras sem muitas dificuldades.
E andando? Para quem estava lá na época, a Honda PCX foi criticada em seu lançamento pela rigidez da suspensão, principalmente na traseira. Desde então a Honda veio trabalhando na questão. Já trocou as buchas dos amortecedores e até o ângulo de operação e seu ponto de apoio no chassi.
Hoje, a Honda PCX está bem diferente daquela que desembarcou no Brasil. Em velocidades urbanas, já é possível usar a moto sem sentir as pancadas secas nas costas. Mas não há muito o que fazer em uma scooter, tipo de moto que é limitada pelo pouco curso de suspensão. Buracos maiores ou passados com velocidade, ainda serão sentidos. Ainda sim, é uma moto muito ágil no vai e vem do trânsito e seus corredores.
Em termos de aceleração, o CVT não tem vergonha de fazer o pequeno motor monocilíndrico girar alto para entregar arrancadas mais fortes. Sabendo usar o acelerador, a PCX sai na frente de qualquer CG 160 no farol. Outro fator que ajuda na entrega rápida de fôlego é o uso de 2 válvulas no cabeçote, não 4 como em rivais. O outro lado dessa história é que a PCX atinge 107 km/h no velocímetro e não vai mais que isso. Pelo menos é econômico. No meu ciclo urbano com uso de vias expressas, o computador de bordo apontou consumo médio entre 40 e 42 km/l.
Conclusão: tempestade perfeita
Não há apenas um motivo que explique o sucesso da Honda PCX no Brasil e sua dominância no segmento de scooters. Seu preço de tabela é dentro da média para a categoria, entrega mais equipamentos e desempenho que as scooters de entrada 125, é prática, econômica e ainda conta com uma grande rede de lojas e uma fábrica que tem capacidade para atender a demanda. Nesse caso, é a soma dos fatores que determina a liderança do produto.
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