Já dirigimos Honda Civic Si 2022: Melhorando a receita de sempre
Como anda a versão esportiva que já foi vendida no Brasil e tem (pequena) chance de chegar ao nosso mercado em 2022
Apesar de ter sido uma versão do Honda Civic quando ele era importado nos anos 1990, o Si ganhou força em nosso mercado apenas em 2007, quando foi produzido em Sumaré (SP) e marcou uma geração como um verdadeiro esportivo nacional. No exterior, essa história começa em 1984 e desde então é marcado como um esportivo com bom preço e bom desempenho.
No entanto, o Honda Civic Si 2022 se afasta um pouco dessa fórmula ao deixar de lado alguns recursos, perder um pouco de potência e ficar mais caro. No papel, este novo Civic Si não aparece com o mesmo destaque que já apareceu no passado. Mas é ao volante que as melhorias deste Si aparecem. Se beneficia de um entreeixos maior e bitolas maiores da 11ª geração e componentes do Type R, freios maiores, pneus melhores e um câmbio manual revisado para entregar mais diversão em sua faixa de preços - US$ 30 mil nos Estados Unidos. Será o suficiente?
Galeria: Honda Civic Si 2022
No papel, menos. Ao volante, mais
O Honda Civic Si 2022 usa o mesmo motor 1.5 turbo da geração anterior, com 202 cv de potência e 26,5 kgfm de torque. Enquanto perdeu 6 cv, o novo Si oferece mais torque em baixas rotações, com pico em 1.800 rpm contra as 2.100 rpm do anterior - que no Brasil foi vendido na carroceria cupê de duas portas.
Esse ganho é mais perceptível no papel que nas ruas, mas o 1.5T é conhecido por sua disposição. É um motor que gira rápido - que ficou mais ainda graças a um volante de motor mais leve - que encontra seu pico de potência a 6.000 rpm, antes de chegar ao limitador a 6.600 rpm. E com isso, a potência a menos não é perceptível no mundo real, ainda mais com a dirigibilidade pela qual o Si é conhecido.
E essa força vai ao eixo dianteiro exclusivamente por um câmbio manual de 6 marchas. Ainda melhor, ele ficou 10% mais curto, o que melhora ainda mais a experiência ao dirigir. Os engates único, se não mágicos, da Honda seguem intactos e um pouco mais preciso. Adicionalmente, a Honda posicionou os pedais para o uso do punta tacco de forma simples, sem interferências.
O Si se beneficia do sistema de punta tacco automático do Type R anterior, que trabalha bem para suavizar as trocas, mas pode ser desligado para aquele que queira menos assistências, mesmo que para achar o botão on/off você precise procurar no manual do carro. Enquanto o Civic Si oferece um dos melhores câmbios manuais do segmento, ele é o único a oferecer apenas essa opção. Competidores como o VW Jetta GLI, Kia Cerato GT e o Hyundai Elantra N-Line oferecem a opção de dupla embreagem.
A Honda melhorou as respostas da direção do Civic. Enquanto o Si mantém o sistema elétrico como seu antecessor, é mais pesada que antes, dando um excelente feedback e rápido retorno. Como contexto, a direção do Si é mais pesada que a do Jetta GLI, com mais informações passada pelas rodas dianteiras. Em um sedã esportivo que não tem tanta potência para dar, uma direção comunicativa contribui significantemente para o quanto o motorista irá se divertir ao volante.
Diferente do seu antecessor, o Honda Civic Si não tem mais os amortecedores adaptativos. Ao menos os novos amortecedores trabalham bem em velocidades altas, dando ao Si uma boa estabilidade. Eles são apoiados por buchas vindas do Type R, mais firmes, molas mais firmes e barras estabilizadoras mais grossas. Enquanto os novos componentes ajudam o Si a ser melhor em velocidades, tem um preço na cidade, onde o Civic é mais duro e pula mais que o ideal.
Naturalmente, outra parte envolvida em boas curvas são os freios. O Civic Si leva a vantagem aqui com os discos dianteiros de 12,3" e 11,1" na traseira. São discos maiores do que você encontrará em concorrentes. São os mesmos tamanhos da geração anterior, mas se encaixam bem ao sedã ainda, oferecendo boa frenagem inicial e boa progressividade que se mantém estável mesmo depois de horas de direção esportiva.
Apesar do motor ser o mesmo, o sistema de escape é totalmente novo, com mudanças significativas no ronco que chega ao interior e no geral. No lugar de um ronco sem graça, agora o motor canta uma música suave e que você ficará feliz ao ouvir. O novo sistema deixa tudo quieto em baixas rotações, o adequado para o uso diário.
Vermelho, vermelho, vermelho...
Como todas as gerações anteriores do Civic Si, o vermelho é a cor principal do acabamento. Vá para o interior e encontrará a cor em pontos do painel, bancos dianteiros, acabamentos de portas, alavanca de câmbio e mais. Separados, eles funcionam bem, dando um estilo esportivo. Mas se considerar a cor laranja do carro testado (ou Blazing Orange Pearl, exclusivo do Si), o vermelho não conversa com o exterior. Para combinar, basta escolher outra cor para a carroceria.
Apesar das regulagens apenas manuais, os bancos dianteiros do Si são confortáveis, mesmo em longas distâncias, com bom suporte para o corpo. É fácil achar uma boa posição para dirigir no Si, mas não tem as regulagens dos concorrentes, que são elétricos, além de não ter outra opção de acabamento, como couro. Mas neste segmento, este tipo de tecido do Honda é algo que o comprador procura, simples e mais leve.
Dada a proposta de ser um sedã esportivo barato, o Civic Si tem um bom pacote de equipamentos, como o sistema de som Bose, multimídia com tela de 9" com Apple CarPlay e Android Auto e os sistemas de segurança do Honda Sensing. Ele perde coisas como ar-condicionado de duas zonas e bancos aquecidos, de série em concorrentes.
O mais caro, mas o mais divertido sedã esportivo
No geral, este Honda ainda é um sedã esportivo acessível, apenas menos que antes. O novo Civic Si começa em US$ 28.315 (nos Estados Unidos), ou cerca de US$ 2.400 mais que seu antecessor. Por outro lado, seus concorrentes custam cerca de US$ 24 mil. Este novo aumento deixou o Si acima de seus competidores, que são mais equipados de série.
E mesmo quando totalmente equipado, seu preço não sobe tanto. E mesmo com o preço mais alto e menos equipado, o Si ainda brilha em seu segmento. De sua direção afiada ao câmbio justinho e bom motor, o Civic Si é divertido de se dirigir por aí. Mesmo mais caro, ele está acima de seus competidores em níveis de diversão.
E o Brasil?
A 11ª geração do Honda Civic será importada para nosso mercado, mas ainda não sabemos se nesta versão. Apenas com câmbio manual, pode ter os mesmos problemas de seu antecessor, principalmente com o Jetta GLI também se renovando em breve. Se vier, será bem-vindo. Se não vier, culpa de quem não compra.
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