Em 2019, 23,4% das vendas da Audi no Brasil foram do Q5. O SUV, mesmo sendo um modelo intermediário no portfólio da marca, caiu no gosto do consumidor e se aproveitou da ausência do irmão menor, o Q3 (que só seria apresentado em nova geração em 2020), para demarcar seu território com os clientes. Foram 2.042 unidades emplacadas naquele ano, conquistando a terceira colocação dentro da sua categoria, liderada pelo Volvo XC60.
De tão importante, o Audi Q5 se renova e tem como principal novidade a versão Sportback, com carroceria cupê, se tornando uma opção frente a, por exemplo, Mercedes-Benz GLC Coupé e BMW X4, com um estilo mais esportivo e "descolado" sem perder as boas qualidades que o mercado e compradores já conhecem do Q5 desde a apresentação da atual geração em 2017.
Foi em junho do ano passado que a Audi apresentou globalmente a reestilização do Q5 e, em setembro, mostrou o Q5 Sportback. Visualmente, a maior diferença aparece na dianteira e com muito do DNA de SUVs que a Audi apresentou com o Q8, seu topo de linha. A grade dianteira cresceu, assumiu o formato octogonal e os faróis mudam sua estrutura de iluminação e um pouco seu formato. No parachoque, as laterais abrigam um novo formato e os radares dos assistentes de condução.
Para diferenciar Q5 e Q5 Sportback, mudam os acabamentos da grade dianteira e no formato das falsas entradas de ar laterais do parachoque. No cupê, mudam o ângulo da coluna C, justamente para dar o caimento para a traseira, mas muito é compartilhado com o SUV em sua carroceria mais tradicional. Para ambos, as lanternas são em OLED e podem ter o desenho luminoso selecionado no momento da compra.
O novo Audi Q5 mantém a opção única de motor 2.0 turbo, com 249 cv - a Audi declarava 252 cv no Q5 antes da reestilização. São 37,7 kgfm de torque e o conjunto de transmissão é o integral quattro Ultra, com capacidade de rodar 100% na dianteira e ativar a traseira em situações onde perde a aderência, e o câmbio automatizado de dupla embreagem com 7 marcas, chamado comercialmente de S-Tronic.
Como no A4 e A5 Sportback reestilizados, o Q5 adota um sistema que troca o motor de partida por um gerador. É parecido com o chamado híbrido-leve que está em modelos maiores, mas com a corrente de 12V, não 48V como aplicado nos Q7 e Q8, por exemplo. Funciona desligando o motor em velocidades de cruzeiro e ajudando a reduzir emissões e consumo, mas não tem a mesma capacidade do híbrido-leve.
Por dentro, mudanças pontuais, como um novo sistema multimídia, agora sensível ao toque e com novo software, e no layout do painel de instrumentos digital. O Audi Q5 já era bom em ergonomia e posição de dirigir e manteve isso intocado seja qual for a carroceria escolhida. Como a tela agora é sensível ao toque, perdeu o joystick que ficava em frente a alavanca seletora do câmbio, abrindo espaço para objetos. Abaixo do apoio de braços central, um carregador por indução para smartphones.
Esta segunda geração do Audi Q5 é bem resolvida e isso não mudou. Temos um SUV com a solidez esperada e conhecida dos modelos da marca alemã e aqui usando a plataforma MLB Evo, a mesma que temos no A4 e A5 Sportback e que também já foram reestilizados em nosso mercado. Até por ter dirigido esses últimos modelos recentemente que o Q5 não surpreendeu.
Calma, isso não é algo ruim. Encontramos no SUV as boas qualidades do sedã e do cupê de 4 portas com a vantagem da suspensão mais alta. A posição de dirigir é mais alta, como uma "regra" do segmento, mas compartilha praticamente todos os componentes do interior, inclusive o sistema de ar-condicionado de 3 zonas e o volante de base reta. O acabamento é bom, com materiais suaves ao toque e sem exageros, como um modelo alemão sempre carrega, e bastante sobriedade.
Em movimento, o Q5 mantém essa sobriedade. O 2.0 turbo, um motor já conhecido dentro do grupo, tem 249 cv e mostra seus 37,7 kgfm de torque já a 1.600 rpm, muito bom para uso urbano e rodoviário. A conversa com o câmbio S-Tronic, o dupla embreagem de 7 marchas, é rápida e sem confusões, aproveitando bem a faixa de torque e, quando exigido, colocando toda a força no chão pelo sistema de tração integral quattro Ultra, que trabalha o eixo traseiro apenas em situações de deslizamento das rodas dianteiras.
Mesmo em trechos mais esburacados, como o de terra que passamos durante este primeiro contato, a suspensão trabalha em silêncio e com eficiência. Em curvas, segura a rolagem da carroceria e transmite segurança ao motorista, que tem uma direção elétrica bem comunicativa e direta, um dos pontos altos da engenharia alemã.
Pouco percebemos a diferença entre o Q5 e Q5 Sportback ao volante. A mudança na carroceria não influenciou na dinâmica e a Audi não fez uma calibração mecânica diferente para o Sportback, se diferenciando mesmo pelo estilo e em pontos como o espaço para a cabeça dos ocupantes traseiros e a capacidade do porta-malas, que vai de 520 para 510 litros.
O Audi Q5 2021 será vendido em três versões: Prestige (R$309.990), S-Line (R$ 344.990) e S-Line Black (R$ 370.990), como a que andamos aqui. Já o Q5 Sportback é vendido nas versões S-Line (R$ 369.990) e S-Line Black (R$ 395.990). Entre os opcionais, a S-Line Black pode receber pintura metálica, perolizada ou sólida especial (R$ 2.200), Head-Up Display (R$ 7.500), sistema de som Bang&Olufsen (R$ 8.000) e as lanternas traseiras em OLED selecionáveis (R$ 7.000) e pacote carbono (R$ 12.000). Gostou dos estribos laterais? R$ 7.700.
O Audi Q5 também carrega piloto automático adaptativo, assistente de faixas e frenagem de emergência automática, dependendo da versão. Todos os sistemas tiveram atualizações para melhorar o funcionamento. A julgar pelo seu passado e pelas mudanças feitas, o SUV ainda terá uma posição de destaque nas vendas da Audi no Brasil.
Fotos: Divulgação Audi
MOTOR |
dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.984 cm3, duplo comando variável, variador de abertura de válvulas, injeção direta e indireta, turbo, gasolina |
POTÊNCIA/TORQUE | 249 cv de 5.000 a 6.000 rpm / 37,7 kgfm de 1.600 a 4.500 rpm |
TRANSMISSÃO | dupla embreagem com 7 marchas; tração integral automaticamente variável |
SUSPENSÃO | independente multilink na dianteira e traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 20" com pneus 255/45 R20 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.930 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.682 mm, largura 2.140 mm, altura 1.662 mm, entre-eixos 2.819 mm |
CAPACIDADES | tanque 70 litros; porta-malas 520 litros |
PREÇO | R$ 370.990 (R$ 393.490 como testado) |
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