Desde que trocou de geração em 2020, o Tracker se tornou um dos modelos mais importantes da Chevrolet no Brasil, finalmente conquistando seu espaço entre os SUVs compactos mais vendidos - algo que a geração anterior, importada do México, nunca conseguiu. Mesmo tão recente, já teve algumas mudanças, como a oferta do motor 1.2 turbo apenas na versão Premier, a topo da linha, e melhorias em conectividade.
Aqui testamos o Chevrolet Tracker Premier 1.2 Turbo 2022, a mais completa e que custa R$ 132.290 com exclusividades, como o motor mais potente, o teto-solar panorâmico e, como todas as versões da linha 2022, espelhamento de smartphones sem fio no sistema multimídia com tela de 8".
Quem compra um SUV compacto desta faixa de preço dificilmente procura esportividade, mas conforto para passar pelos obstáculos do dia-a-dia. O Chevrolet Tracker se apoia nestes pontos e conta com um bom ajuste de suspensão e uma altura em relação ao solo de 157 mm, o suficiente para que passe por aqueles obstáculos urbanos, como lombadas, valetas e buracos, com tranquilidade. O rodar é bem macio e absorve muito bem os solavancos e vibrações que vem do solo. Comparado com os irmãos Onix e Onix Plus, o Tracker é um carro mais confortável dentro desta plataforma.
Um dos pontos mais interessantes do Chevrolet Tracker é a lista de equipamentos. A versão Premier 1.2T vem com seis airbags, controles de estabilidade e tração e assistente de partida em rampas, ar-condicionado automático, teto-solar panorâmico elétrico, carregador wireless para smartphones, alerta de ponto cego, sistema de estacionamento automático, frenagem automática de emergência, sensores de luz e de chuva, conexão Wi-Fi, entre outros. Alguns deles ainda são exclusivos do modelo da Chevrolet no segmento.
Algumas montadoras, até premium, estão demorando para adotar o espelhamento de smartphones sem fio em seus sistemas multimídia. A Chevrolet foi uma das primeiras a colocar a tecnologia em modelos de uma faixa de preço inferior e é principal novidade do Tracker 2022. A conexão wireless era o que faltava ao usar Android Auto ou Apple CarPlay no SUV, resolvendo problemas causados pelos fios que ficam pendurados, como quebras e falhas em conexão, algo bastante comum em sistemas que pedem o uso físico.
Em teoria, um Tracker 1.0 turbo é mais econômico que o 1.2 turbo, certo? Na verdade, não. Por ser um modelo mais pesado que o Onix, acaba exigindo mais do motor menor para levar tanto seu maior peso quanto a aerodinâmica não tão boa quanto em um sedã ou hatch. Pelo Inmetro, o Tracker 1.2 turbo registrou 9,4 km/litro na estrada e 7,7 km/litro na cidade (com etanol), ou seja, o mesmo que a versão 1.0 turbo no ciclo urbano, e apenas 0,4 km/litro a menos no rodoviário. Em nossos testes, o 1.2 turbo registrou 8,6 km/litro na cidade e 12,2 km/l na estrada - o 1.0 turbo marcou o mesmo na cidade e fez 1 km/litro menos na estrada.
Quem for de um Onix para o Tracker vai encontrar praticamente o mesmo carro por dentro. Há muito plástico duro e com uma textura bem simples. A única diferença aparece no revestimento sintético usado no painel e nas portas dianteiras, com uma cor azulada que divide opiniões. Mesmo assim, ele ainda fica muito próximo do hatchback consideravelmente mais barato e longe da qualidade e cuidados vistos em outros modelos do seu segmento.
Andar no Tracker não é muito silencioso. Reclamações sobre os barulhos do SUV compacto são bem comuns nos grupos no Facebook e no Reclame Aqui. No caso da unidade testada, os ruídos apareceram no motor 1.2 turbo e também algo vindo da traseira – com atenção, percebemos que ele vinha do porta-malas, onde a tampa inferior, que cobre o estepe, bate no plástico do acabamento e na lataria.
No caso do motor, o barulho aparece em paradas, ficando acima do normal para um 3-cilindros. Às vezes, aparece até ao desligar o carro, fazendo um som como se algo estivesse batendo e leva alguns segundos até parar. A GM diz que esse som é característico dos motores de três cilindros.
O Chevrolet Tracker 1.2 turbo pode até ser mais econômico quanto o 1.0, mas isso não significa que você vá ficar longe do posto de combustível por muito tempo. O problema é que o tanque de combustível é de apenas 44 litros, um dos menores do segmento – só perde para os 41 litros do Nissan Kicks. Isso faz com que você tenha que buscar uma condução bem comedida para manter um bom rendimento e não ter que parar para abastecer com frequência. Com nossos números de teste (etanol), temos uma autonomia de 352 km na cidade e 536 km na estrada. Alguns concorrentes se aproximam dos 60 litros de capacidade.
Fotos: Mario Villlaescusa (para o Motor1.com)
MOTOR | dianteiro, transversal, três cilindros, 12 válvulas, 1.200 cm3, comando duplo variável, turbo, flex |
POTÊNCIA/TORQUE |
132/133 cv a 5.500 rpm; Torque: 19,4/21,4 kgfm a 2.000 rpm |
TRANSMISSÃO | câmbio automático de 6 marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 17" com pneus 215/55 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.271 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.270 mm, largura 1.791 mm, altura 1.626 mm, entre-eixos 2.570 mm |
CAPACIDADES | tanque 44 litros, porta-malas 393 litros |
PREÇO | R$ 133.290 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR (etanol) | ||
---|---|---|
Chevrolet Tracker 1.2T AT | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 4,3 s | |
0 a 80 km/h | 6,4 s | |
0 a 100 km/h | 9,5 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em D | 7,3 s | |
80 a 120 km/h em D | 6,8 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 41,6 m | |
80 km/h a 0 | 26,2 m | |
60 km/h a 0 |
14,7 m |
|
Consumo | ||
Ciclo cidade | 8,6 km/l | |
Ciclo estrada | 12,2 km/l |
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