O Renault Captur vendido no Brasil nasceu para ser uma opção mais refinada em relação ao Duster, apesar de usar a mesma plataforma e motorização. Ele foi desenvolvido na Rússia para os mercados emergentes e agora recebe sua reestilização de meia-vida, junto com o motor 1.3 turbo de 150 cv feito em parceria com a Mercedes-Benz. Depois de ser revelado em fotos, o carro finalmente estreia oficialmente no mercado russo, com todos os detalhes revelados.
O lançamento do SUV-cupê Arkana na Rússia deixou algo bem claro: o Captur iria se aproximar mais do novo crossover do que do Duster. Tanto é que ele passa a usar uma versão atualizada da plataforma B0, mais rígida.
Claro, isso é o suficiente para que a Renault argumente que o Captur renovado realmente é "novo", por conta de tantas mudanças na parte técnica. Ainda mais que, visualmente, o carro mudou muito pouco em comparação ao atual, apenas se aproximando do estilo de design visto no Arkana. Então vamos contar como é o "novo" Captur.
Para começar, o crossover ganhou uma nova cor azul metálica Iron, usada no material de apresentação. Ele ainda pode ter o teto pintado na cor prata Gris Platine (na Rússia, 82% dos clientes preferem o carro com pintura em dois tons). Por lá serão oito opções de cor para a carroceria e três para o teto, resultando em 24 combinações.
E o que mais mudou? A grade está com um estilo levemente diferente do atual, com acabamento cromado e sem as barras contínuas. Os faróis mostram um novo acabamento interno, enquanto as rodas de liga leve de 17" têm novo desenho e pintada em duas cores.
O interior era o aspecto mais desanimador do crossover antes da reestlização. Por trás da aparência sofisticada estava o uso de bastante plástico rígido, a falta de equipamentos em comparação aos rivais do segmento e uma ergonomia ruim. Por exemplo, os botões do controle de cruzeiro embaixo do freio de estacionamento ou, no caso do modelo russo, os comandos do aquecedor dos bancos no console central. A Renault diz que isso ficou para trás.
No caso do mercado russo, a Renault não só deixou o Captur bem mais competitivo em relação ao Hyundai Creta, o líder do segmento que vendeu 71 mil unidades no ano passado (o Captur vendeu só 26 mil), como também pode enfrentar novidades como Skoda Karoq e Kia Seltos.
O crossover recebeu ainda uma coluna de direção ajustável em altura e profundidade (aleluia!), aquecimento para todos os bancos e para o volante, acabamento com materiais melhores, central multimídia Easy Link com tela de 8" e navegação por GPS, monitor de ponto cego, câmera 360°, sistema de som da Bose e até duas entradas USB para os passageiros dos bancos traseiros.
Apesar de toda a renovação no visual e nos equipamentos, a Renault achou que não valia a pena deixar o Captur mais seguro, mantendo os 4 airbags oferecidos atualmente. É algo triste pois o Arkana e o Duster vendido na Europa têm 6 bolsas infláveis. A marca acredita que o carro receberá quatro estrelas nos testes de colisão do ARCAP, divisão russa do Global NCAP.
Assim como acontecerá com o Captur produzido em São José dos Pinhais (PR), quando ele for renovado, o modelo russo passa a usar o 1.3 turbo de 150 cv e 25,5 kgfm de torque, substituindo o velho 2.0 aspirado de 143 cv (148 cv com etanol). O novo motor será oferecido exclusivamente com a transmissão automática CVT X-Tronic (aposentando a caixa automática de 4 marchas da idade da pedra), podendo ter tração dianteira ou integral. O torque é distribuído por uma embreagem multidisco da GKN, assim como no Arkana.
As versões mais baratas manterão o 1.6 aspirado, mas somente com tração dianteira e podendo escolher entre a transmissão manual de 5 marchas ou automática CVT.
Os engenheiros da Renault Rússia não tentaram melhorar a performance do carro em estradas mais exigentes, pois não precisava tanto assim. Com um vão livre de 205 mm e ângulos de entrada e saída de 23° e 31°, respectivamente, o Captur é um dos crossovers mais capazes de seu segmento.
A versão 4x4 tem a função "lock" que permite travar a distribuição de força em 50% para cada eixo a até 80 km/h. E, no modo automático, o sistema eletrônico irá decidir como irá transmitir a tração, de acordo com a situação. O que é bom, pois o Arkana mostrava que o câmbio pode superaquecer caso ele seja forçado demais.
Já no asfalto, ele será bem macio de rodar. O Captur 2021 tem um novo subframe e amortecedores recalibrados, tudo voltado para que ele seja o mais confortável possível. Finalmente também passa usar direção elétrica ao invés de eletro-hidráulica, com sistema progressivo. Além disso, não tem uma resposta tão lenta quanto a antiga, exigindo menos do motorista.
Na Rússia, o Renault Captur 2021 começa a ser vendido hoje, na versão limitada Edition One, com preço inicial de 1.440.000 rublos (o que dá R$ 112.896) com tração dianteira e 1.515.000 rublos (R$ 118.776) na versão de tração integral. As demais versões serão lançadas somente em junho por lá. Aqui no Brasil, a renovação do crossover é esperada para o 1º semestre de 2021, produzida em São José dos Pinhais (PR) e com as mesmas mudanças, inclusive com a chegada do motor 1.3 turbo. Vamos torcer para que ofereçam também a variante 4x4, que o Duster acabou perdendo em sua renovação.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Novo Renault Captur 2025 estreia facelift sem couro ou qualquer cromado
Projeto de Lei propõe regularização do mototáxi
Renault Captur para Europa mudará design e pode antecipar SUV-cupê nacional
Marca britânica Jaguar deixa de vender carros no Reino Unido
Morto no Brasil, Renault Captur vaza facelift em registro na Europa
Brasil quer equipar 33% dos eletrificados com baterias nacionais até 2033
Renault Captur sai de linha no Brasil após 6 anos no mercado