Se o Volkswagen Gol faz história na liderança do mercado brasileiro por quase 30 anos, agora vivemos a era do Chevrolet Onix. Desde 2015, quando assumiu a primeira posição, o hatch da GM vem crescendo mês após mês, a ponto de vender mais que a soma dos segundo e terceiro colocados. Ok, sabemos que parte disso está nas vendas diretas e na capacidade de negociação das concessionárias, mas há outros aspectos que justificam a posição do modelo. E agora chega o novo Onix 2020, que é praticamente outro carro nesta segunda geração.
O novo Onix 2020 agora é um projeto global. O nome que nasceu no Brasil agora se espalha pelo mundo e usa isso para ganhar peso em seu projeto. A plataforma é a modular GEM, que chegou com o Onix Plus e ainda dará origem a outros modelos, como o novo Tracker em 2020. Com os ganhos nas medidas, o hatch da GM agora ficou maior que o VW Polo. São 23 cm a mais no comprimento em comparação com o anterior, chegando aos 4,16 metros, sendo que 2,3 cm do incremento está no entre-eixos, com 2,55 metros. Balanço dianteiro e principalmente traseiro são bem maiores que do Onix de primeira geração - que se mantém vivo como a versão Joy de entrada.
Isso ajudou o Onix a conquistar as cinco estrelas no Latin NCAP, além da presença dos controles de tração e estabilidade e 6 airbags em todas as versões como item de série. É uma imensa evolução em comparação com a polêmica da avaliação zero estrelas da primeira geração, que depois dos reforços estruturais chegou a três.
O Onix ganhou também novos motores, ambos com 3 cilindros. O 1.0 aspirado de 82 cv vamos detalhar em outra oportunidade, pois desta vez andamos apenas no 1.0 turbo com câmbio automático. É um Ecotec (da família de motores europeus da GM) com duplo comando variável e turbo, mas sem injeção direta. E antes que perguntem, o Onix hatch já foi produzido com a atualização do software do motor feita após o caso de incêndio do Onix Plus. Rende 116 cv com gasolina ou etanol, com uma pequena variação no torque (16,3/16,8 kgfm, respectivamente) sempre a partir das 2.000 rpm. O câmbio é produto da própria GM, com 6 marchas, mas atualizado para o novo motor.
Existe uma boa diferença entre o Onix e o Onix Plus. Como acontece com Cruze e Cruze Sport6, a direção e suspensão receberam calibrações específicas, mais firmes. Não chega a ser um esportivo, mas a tocada fica mais comunicativa e, por isso, a Chevrolet preparou um test drive que incluiu o autódromo Velopark, em Porto Alegre (RS), como destino.
De fato, a direção elétrica 5% mais firme e os amortecedores mais rígidos deixam o comportamento do hatch mais dinâmico, além de o entre-eixos 5 cm mais curto em relação ao sedã aumentar a agilidade em desvios e curvas. Se o Onix anterior já tinha uma boa dinâmica, mas duro demais principalmente para os ocupantes traseiros, o novo segue uma receita mais equilibrada. Apesar da pista molhada devido à chuva, o hatch respondeu bem aos comandos e mostrou um controle de estabilidade pouco permissivo - algo bom se pensarmos em segurança.
O desempenho segue próximo ao que vimos no Onix Plus. O motor 1.0 turbo se beneficia do baixo peso do carro para fazer os 116 cv e 16,8 kgfm de torque renderem mais do que sugerem. O câmbio automático de 6 marchas tem trocas suaves, mas não tão rápidas se você está buscando um 1.0 turbo com proposta esportiva. A opção seria o Onix com o câmbio manual de 6 marchas, que estamos ansiosos para acelerar.
Diferente do Onix Plus, o Onix não ganhou muito em espaço interno. Cresceu em largura, mas o entre-eixos mais curto não dá a sensação de espaço do sedã, embora esteja dentro do esperado para o segmento e seja maior que o anterior. No porta-malas, a GM fala em 275 litros, mas curiosamente o manual do carro indica 291 litros de capacidade. Apesar de menor que o anterior (280 litros), o espaço ficou mais aproveitável, principalmente para malas maiores.
O pacote de equipamentos do Onix Premier topo de linha (veja aqui a lista completa) é bastante completo, incluindo carregador de celular por indução, sistema multimídia com internet 4G a bordo, partida e abertura de portas com chave presencial, ar-condicionado automático e outros itens que o destacam na categoria. Podemos colocar na lista também o detector de ponto-cego e assistente de estacionamento automático, opcionais.
A conclusão é que, embora todo novo, nada vai mudar na vida do novo Onix 2020. Ou seja, ele seguirá como o carro mais vendido do Brasil (lembrando que os números somam o novo com o Joy) e ainda atrairá um novo público, que procura um carro mais moderno e completo, porém, deverá perder o efeito "descontão" nas concessionárias. Um novo tempo para um novo Onix.
MOTOR | dianteiro, transversal, três cilindros, 12 válvulas, 999 cm3, comando duplo variável, turbo, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 116 cv de 5.500; 16,3/16,8 kgfm a 2.000 rpm |
TRANSMISSÃO | automático 6 marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | alumínio aro 16" com pneus 195/55 R16 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS |
PESO | 1.118 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.163 mm, largura 1.746 mm, altura 1.476 mm, entre-eixos 2.551 mm |
CAPACIDADES | tanque 44 litros; porta-malas 275 litros |
PREÇO | R$ 72.990 |
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