A Honda lançou o WR-V em 2017 como uma opção mais acessível ao HR-V. Baseado no Fit, o crossover se diferencia principalmente pela suspensão elevada e pelo visual mais robusto, principalmente dianteira. De lá pra cá, o modelo teve algumas mudanças no pacote de equipamentos (e ficou mais caro), mas ainda custa R$ 10.400 a menos que a versão de entrada LX do HR-V.
No WR-V, a versão de acesso é a EX, como a que mostramos aqui. Ela tem bancos de tecido e perde os airbags de cortina (possui frontais e laterais), o navegador com GPS nativo os retrovisores externos com rebatimento elétrico em relação à EXL. Tabelada a 82.100, é R$ 4.100 mais barato que a versão top. Terá ela a melhor relação custo/benefício da linha?
O WR-V herda do Fit o que a Honda chama de Magic Seat. Com o tanque de combustível instalado sob os bancos dianteiros, o carro ganha diversas possibilidades de modularidade, podendo acomodar cargas mais altas ou longas, como uma bicicleta, por exemplo. Também traz do Fit o bom aproveitamento do espaço interno, com boa acomodação para quatro adultos e um porta-malas de 363 litros, bem mais que os 320 litros do Jeep Renegade e superior aos 356 litros do EcoSport. Outro ponto positivo é que as portas traseiras têm amplo ângulo de abertura, para ajudar na entrada e saída da cabine.
A Honda não simplesmente subiu a suspensão do Fit para o WR-V. Ao contrário do "durinho" Fit, o crossover amortece com muita competência as irregularidades do piso, mesmo os mais acidentados. A caixa de direção herdada do HR-V (e mais tarde colocada também no Fit) é leve para manobras e tem boa comunicação com o motorista. Os pneus mais altos também ajudam na absorção de impactos, com medidas 195/60 R16 contra os 185/55 R16 do Fit EX. Aos que se preocupam (ou não) com valetas e rampas, o WR-V tem boa altura em relação do solo (19,9 cm) e ângulos de entrada e saída na medida para não raspar em valetas e entradas de garagem.
O WR-V tem a suspensão que o Fit deveria ter e o câmbio CVT que faz o motor trabalhar em baixas rotações em circuito urbano, além de proporcionar um rodar liso, isento de trocas de marcha. Apesar do amplo espaço interno, o crossover japonês tem dimensões compactas (4 metros de comprimento, tamanho de um VW Polo), o que facilita na hora de estacionar ou simplesmente dirigir no trânsito pesado. Para completar, a posição elevada do motorista permite boa visibilidade geral, enquanto os bancos acomodam bem o corpo.
Não há como não enxergar o Fit no WR-V, principalmente na lateral e no interior. A carroceria vem do hatch e, se isso é bom em alguns aspectos, se torna um problema quando o público enxerga no crossover uma versão aventureira do hatch. Uma solução seria um painel diferente para o WR-V, ao menos nos detalhes de acabamento. Já no visual, a traseira destoa com as pontas das lanternas para baixo, solução de gosto discutível feita para se diferenciar do Fit.
Em uso urbano, o WR-V não decepciona com o motor 1.5 16V (116 cv e 15,3 kgfm) e o câmbio CVT que extrai o melhor do propulsor. Porém, na estrada e em subidas, a falta de força começa a ser um problema - e ele atinge outro patamar quando o carro está carregado. Para manter a velocidade, a transmissão joga a rotação lá para cima e, além do desconforto acústico, aumenta o consumo. Os números foram inferiores até aos do HR-V com motor 1.8 (8,2 km/l na cidade e 10,8 km/l na cidade versus 7,4 km/l e 9,7 km/l, respectivamente, com etanol). Em alguns mercados, existe uma versão deste motor 1.5 com injeção direta e 132 cv, o que melhoraria o desempenho e o consumo na mesma tacada.
Se compararmos o Fit EX com o WR-V EX, estamos falando de uma diferença de preço de R$ 3.800. Este valor por si só já é alto se considerarmos as semelhanças entre eles, mas o Fit ainda vem mais equipado. O hatch tem lanternas em LEDs e os controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampas - falta grave no crossover. Porém, apesar de ter sido considerado caro em sua estreia, o WR-V até que está bem inserido na categoria hoje em dia. Custa menos, por exemplo, que o EcoSport SE 1.5 AT, tabelado a R$ 82.890.
MOTOR | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.497 cm3, comando simples variável, flex |
POTÊNCIA/TORQUE |
115/116 cv a 6.000 rpm / 15,2/15,3 kgfm a 4.800 rpm |
TRANSMISSÃO | automática CVT; tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga leve de aro 16" com pneus 195/60 R16 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.149 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.000 mm, largura 1.734 mm, altura 1.574 mm, entre-eixos 2.555 mm |
CAPACIDADES | tanque 45 litros; porta-malas 363 litros |
PREÇO | R$ 82.100 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | ||
---|---|---|
Honda WR-V 1.5 CVT | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 5,6 s | |
0 a 80 km/h | 8,3 s | |
0 a 100 km/h | 11,7 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em S | 9,2 s | |
80 a 120 km/h em S | 8,8 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 41,9 m | |
80 km/h a 0 | 26,9 m | |
60 km/h a 0 | 15,1 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 7,4 km/l | |
Ciclo estrada |
9,7 km/l |
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