Se hoje os SUVs são a sensação do momento, o começo dos anos 2000 era das minivans. A moda era dirigir Renault Scénic, Citroën Xsara Picasso e Chevrolet Zafira, apenas para citar os nomes mais famosos da época. Eram tempos mais fáceis para quem procurava um carro para a família, com amplo espaço para passageiros e bagagem. Hoje as opções se limitam aos sedãs, raras e poucas peruas e os SUVs, mas nenhum deles consegue ter a modularidade de uma minivan na faixa dos R$ 80 mil.
É aqui que a Chevrolet coloca o Spin. OK, visual nunca foi seu ponto forte desde que foi apresentado, em 2012, mas não dá para negar que seu espaço interno e modularidade são únicos nesta faixa de preço, resultando em relativo sucesso nas lojas. Até maio, foram emplacadas 7.778 unidades em 2018, número superior ao de alguns SUVs e carros mais baratos. A Chevrolet está tão feliz com sua clientela que focou as mudanças da linha 2019 em aspectos importantes para o público do segmento, ou seja, famílias e motoristas de táxi e aplicativos.
No CPCA (Campo de Provas de Cruz Alta), pudemos conhecer e testar inicialmente na versão topo de linha Activ. Em tempos de SUVs, o visual aventureiro faz sucesso e justifica a opção da GM em mostrá-la antes das versões "normais", que serão apresentadas no começo de julho. Como alguns flagras anteciparam, a minivan está mais próxima do Cobalt no estilo.
Não que comprar um Spin seja algo passional, mas um design mais legal sempre ajuda. Na dianteira, os faróis estão mais finos e largos, se juntando a uma grade dianteira menor, mais discreta e menos invasiva no para-choque dianteiro. Este também tem desenho totalmente novo, com faróis de neblina mais baixos, enquanto o capô tem inclinação maior, o que muda um pouco até a silhueta lateral da minivan. A grade ativa (que abre ou fecha dependendo do comando do sistema de refrigeração) segue presente, ajudando na aerodinâmica. Como nos Onix LTZ e Activ, há uma faixa de LEDs nos faróis, mas sem função de luz diurna, apenas como luz de posição.
Na traseira, as lanternas passam a ser duplas e invadem a tampa do porta-malas. Já a placa saltou do para-choque para a tampa, dando fim ao estepe pendurado nesta versão Activ. Como nas demais versões, o conjunto de roda e pneu sobressalente agora está no assoalho traseiro, para a alegria de muita gente. Na topo da tampa, um pequeno spoiler faz par com o novo rack de teto, que ganha uma terceira parte em forma de "U". Reparou no logo "Activ7"? É parte de outra novidade.
Quem queria comprar um Spin com sete lugares, precisava levar a versão LTZ. A Activ tinha apenas cinco lugares, o que muda a partir da linha 2019. A minivan aventureira poderá ser comprada nas duas variantes, dando origem à Activ7. Quem precisa de espaço no porta-malas, pode tirar a terceira fileira e deixar em casa, mas quem comprar a de cinco lugares não consegue instalar a terceira fileira. O porta-malas chega a 756 litros, ante os 710 anteriores, pela presença do banco corrediço.
A segunda fileira também tem (boas) novidades. Agora instalado sobre trilhos, o banco traseiro dividido em duas partes (1/3 e 2/3) pode correr 50 mm para frente ou 60 mm para trás. As duas posições laterais recebem fixação Isofix para cadeirinhas infantis, enquanto a central recebe cinto de segurança de 3 pontos e encosto de cabeça. Além disso, os bancos ganharam novas espumas, e os dianteiros passam a impressão de terem ficado mais recheados, abraçando melhor o corpo. A parte de trás dos encostos dianteiros foram retrabalhados, dando 26 mm a mais de espaço para os joelhos dos ocupantes traseiros.
No painel há novos materiais e pequenas alterações. O quadro de instrumentos se inspira no Tracker e troca a tela totalmente digital por relógios analógicos com uma tela para computador de bordo. Há quem prefira assim, há quem prefira o digital anterior. O volante também foi remodelado, com a parte de baixo mais grossa, mas mantendo o miolo e os botões de controle do som e piloto automático. Item trazido do Equinox, o Spin agora pede para verificar o banco traseiro antes de sair do carro, evitando esquecer algum objeto, pessoa ou animal. O Onix 2019 também estreia o sistema.
O conjunto mecânico não teve mudanças. Continua equipado com o motor 1.8 flex Eco, com as melhorias em prol da eficiência energética feitas em 2016. Rende até 111 cv e 17,7 kgfm a baixas 2.600 rpm, com etanol, sempre ligado ao câmbio automático de 6 marchas (não está confirmada versão manual para a Activ 2019). Os engenheiros recalibraram os softwares de motor e transmissão para maior suavidade nas trocas, que realmente ficaram menos perceptíveis. Segundo a marca, o trabalho foi feito para aproveitar melhor a curva de torque do motor. Em nossas medições, a aceleração de 0 a 100 km/h foi de 11,6 segundos, com destaque para a retomada 40 a 100 km/h em 9,8 segundos - bons números para uma minivan com motor aspirado.
Direção e suspensão também tiveram a atenção da engenharia. Com uma resposta mais direta da caixa elétrica, a Spin ganhou agilidade em trechos de serra, como os simulados na pista D1 da GM. A suspensão parece controlar melhor os movimentos da carroceria ao mesmo tempo em que absorve bem os impactos do piso. No geral, a recalibração dos componentes mecânicos deixou a minivan melhor de conduzir, principalmente quando andamos na versão 2017 que estava lá para comparação.
No pacote de equipamentos, agora temos acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, câmera de ré, multimídia MyLink 2 com espelhamento de smartphones, sistema OnStar, direção elétrica, ar-condicionado e conjunto elétrico, apenas para citar os principais. Segue com a falta dos controles de tração e estabilidade, incluindo assistente de partida em rampas, além do ar-condicionado automático - itens que contam bastante na faixa de preço que o Spin Activ deve atuar. Deve, pois a Chevrolet não divulgou os valores da linha 2019 até então.
Mas podemos fazer apostas. Se hoje o Spin Activ custa R$ 76.950 e a LTZ de sete lugares, R$ 72.890, é válido pensar em algo entre R$ 78 mil e R$ 80 mil para a versão Activ7, principalmente quando a GM fala em concorrer com Citroën AirCross Shine 1.6 AT (R$ 75.700) e Ford EcoSport Freestyle AT (R$ 83.490).
Em resumo, a Chevrolet fez melhorias no Spin sem comprometer as características que agradam aos fiéis compradores atuais. Resta agora esperar a revelação das demais versões, com custo/benefício mais interessante.
Fotos: divulgação
MOTOR | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 8 válvulas, 1.796 cm³, comando simples, flex |
POTÊNCIA/TORQUE |
106/111 cv a 5.200 rpm / 16,8/17,7 kgfm a 2.600 rpm |
TRANSMISSÃO | câmbio automático de 6 marchas; tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga leve de 16" com pneus 205/60 R16 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira com ABS e ESP |
PESO | 1.275 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.415 mm, largura 1.764 mm, altura 1.689 mm, entre-eixos 2.620 mm |
CAPACIDADES | tanque 53 litros; porta-malas 710 a 756 litros |
PREÇO | não divulgado |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | ||
---|---|---|
Chevrolet Spin Activ7 AT | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 4,7 s | |
0 a 80 km/h | 7,8 s | |
0 a 100 km/h | 11,6 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em D | 9,2 s | |
80 a 120 km/h em D | 9,1 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 41,0 m | |
80 km/h a 0 | 25,7 m | |
60 km/h a 0 | 14,0 m | |
Consumo (INMETRO) | ||
Ciclo cidade | 7,0 km/l | |
Ciclo estrada | 8,3 km/l |
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