Já dirigimos - Seat Arona 1.0 TSI, o irmão espanhol do VW T-Cross
Avaliamos o modelo que antecipa o que esperar do futuro SUV do Polo que chega em 2018
Este 2017 está se tornando a época dos SUVs pequenos ou crossovers que imitam os utilitários de verdade. Parece que o mundo realmente gosta da ideia de dirigir um carro pequeno que fica algumas dezenas de centímetros acima do chão, desejando por um veículo compacto e fácil de estacionar, enquanto olham de cima para aqueles que não estão tão altos assim e poder carregar coisas como cadeiras infantis com facilidade.
Por enquanto, parece que a indústria automotiva não pode fazer nada a não ser abraçar os carros com ares de SUV, mas estes pequenos veículos altinhos estão brotando como se não houvesse amanhã. De fato, vendas de automóveis como o Arona cresceram 700% nos últimos anos, então há um bom motivo para entrar na brincadeira.
Para o Brasil, o Arona é um carro para ficar de olho. Ele é a versão espanhola do futuro Volkswagen T-Cross, o SUV do Polo que será brasileiro ano que vem. É um dos clássicos casos em que o Grupo Volkswagen aproveita o mesmo veículo para várias marcas. Pode não ter o logotipo da VW, porém a mecânica, o porte e os equipamentos serão bem semelhantes.
O que é?
O Arona é um carro belo o suficiente para ficar alinhado com o resto dos produtos da marca e ter um design mais agressivo que seus rivais. Para o T-Cross, espere por algo um pouco mais discreto na dianteira e traseira, da mesma forma que o Polo é menos invocado que seu primo da Seat, o Ibiza. Para deixar o SUV mais jovem, a marca espanhola oferece quase 70 combinações de cores, graças às várias opções de teto e carroceria.
Por dentro, temos materiais sólidos e design com pegada mais funcional do que chamativa - novamente na linha do Polo. Não passa a sensação de ser especial, mas parece que irá durar por um bom tempo. Para muitos compradores, o fato de que irá aguentar os farelos, lágrimas e chutes que acompanham o trabalho de transportar crianças significa muito mais do que um banco com desenho inspirado na curvatura do traseiro de David de Michelangelo.
O SUV conta com porta-malas de 400 litros com piso ajustável, mas os assentos traseiros não deslizam para frente como no Renault Captur europeu. Ainda assim, há espaço o suficiente para pessoas e para carregar tudo o que uma família pequena precisa. Há muitos lugares para colocar coisas como celulares, chaves e carteiras.
Um bom motivo para reclamar é que as tecnologias mais legais não estão disponíveis de cara. O Arona terá o Alexa, sistema de reconhecimento de voz da Amazon, e o painel digital (como do Polo), mas isso só daqui a um tempo. Já o T-Cross deverá contar com as mesmas tecnologias do Polo logo no lançamento.
Como anda?
Equipado com o motor 1.0 de 115 cv, o Arona acelera de 0 a 100 km/h em cerca de 10 segundos, o que não é o tempo mais lento do mundo, mas também não impressiona. É combinado ao câmbio automatizado DSG de 7 marchas, que é uma tecnologia maravilhosa, mas no Brasil sabemos que o T-Cross terá o câmbio automático Tiptronic de 6 marchas, por uma questão de confiabilidade. Em troca, o SUV da VW terá a versão flex do 1.0 TSI com 128 cv, como no Polo, o que pode acabar compensando a agilidade do DSG nas trocas de marcha.
Na cidade, o Arona é confortável e silencioso. Na estrada, porém, o carro que testamos fazia muito barulho de vento em velocidades mais altas, o que significa que conversas entre os passageiros e broncas nas crianças para que parem de fazer bagunça são mais difíceis do que o esperado.
Na verdade, é na vida urbana que o Arona brilha. Não se abala ao rodar e o volante é leve o suficiente para facilitar manobras em ruas apertadas. O tamanho compacto também é uma benção caso seu navegador acidentalmente te mande para uma das ruas mais apertadas da Europa - como aconteceu comigo. Você não terá problemas de visibilidade, sendo capaz de observar tudo ao seu redor, embora os pilares do vidro traseiro sejam grossos, então algumas conversões podem ser um pouquinho mais complicadas.
Fora da cidade, você irá notar que o Arona não é um carro feito para divertir, pelo menos não com a suspensão no ajuste padrão. Ele balança e inclina nas curvas, mas basta dirigir com cuidado que você ficará bem. Apenas não compre um desses se procura algo que te satisfaça quando estiver com pressa.
A versão com o motor 1.5 TSI de 150 cv resolve tudo isso - vem com uma suspensão muito melhor ajustada e, obviamente, mais potência, então se precisa de algo que eventualmente sirva para emocionar com mais velocidade, este será a sua opção. Para o Brasil, o VW T-Cross deve ficar sem este 1.5, como aconteceu com o Polo - mas poderá, talvez, contar com 1.4 TSI de mesma potência que é oferecido no Golf nacional. Algumas versões vêm com modo de condução, que permite escolher entre Normal, Esporte e Eco, ou o modo "faça-você-mesmo" Individual. Cada um muda a resposta do volante e do acelerador - esporte deixa tudo um pouco mais excitante, eco reduz a resposta do acelerador e deixa tudo um pouco mais chato, embora mais ecológico.
Conclusão
Há um monte de carros neste segmento. Eles não são para os motoristas mais animados - um hatch médio como o VW Golf ou Ford Focus oferecem o mesmo espaço e são muito mais divertidos de dirigir.
Ainda assim, o Arona faz bom trabalho ao ser confortável no dia-a-dia. É um carro fácil e agradável de dirigir na cidade, ainda que barulhento nas estradas, e tem um design que chama a atenção numa categoria cada vez mais disputada.
Procurar por um carro que se encaixe na sua necessidade e gosto, com certeza, é essencial. Mas se está procurando por um SUV urbano, o Seat Arona (ou o futuro VW T-Cross) deve figurar na sua lista de candidatos. A questão é que a VW demorou para acordar para o segmento de SUVs compactos e o T-Cross deverá demorar, pelo menos, até o fim de 2018 para estar nas lojas brasileiras...
Fotos: divulgação
Galeria: Seat Arona - Primeiras impressões
Seat Arona 1.0 TSI 115 DSG Xcellence Lux
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