Esta é a quinta geração do Seat Ibiza. Mas também pode chamá-la de prévia do novo VW Polo, modelo que volta a ganhar importância para os brasileiros agora que a marca vai fábricá-lo de novo por aqui, a partir de julho. O Ibiza é primo de projeto do futuro Polo e o primeiro modelo do Grupo Volkswagen a usar a versão encurtada e simplificada da plataforma MQB do Golf, batizada de MQB A0. Ela vai servir também ao sedã Virtus que será feito no Brasil em 2018 e ainda dará origem aos SUVs compactos Seat Arosa e VW T-Cross, este também já confirmado para o mercado brasileiro.
Nossa maior curiosidade no Ibiza reside então sobre esta nova versão da plataforma MQB, uma vez que os carros que usam esta base (Golf, A3, Passat...) são particularmente sólidos, de elevada qualidade e bons de dirigir. Assim, espera-se que os compactos como o Ibiza e o Polo farão exatamente o que faz um Golf, ou pelo menos algo muito próximo disso. Então, acionamos mais uma vez a rede global do Motor1.com para trazer a você a avaliação do novo Seat Ibiza em primeiríssima mão, feita pelos nossos parceiros do Reino Unido.
Conectividade é uma das armas centrais dos novos compactos do grupo VW, de modo que a Seat pretende atrair um consumidor cerca de 10 anos mais novo que o da concorrência. Para tanto, as versões de topo do Ibiza terão uma nova central multimídia com tela táctil de 8" e conexão Apple CarPlay e Android Auto, além da função de espelhamento de celulares e um recarregador para celulares por indução (como tem o Chevrolet Cruze). De início, o novo Ibiza será ofertado somente com o motor 1.0 EA-211 de 3 cilindros, começando pela versão aspirada de 75 cv e progredindo com o turbo (TSI) em configurações de 95 cv e 115 cv - esta exclusiva da versão esportiva FR.
Somente o modelo FR terá a opção do câmbio DSG de dupla embreagem, a partir de julho, quando também será lançada a versão FR com o novo motor 1.5 TSI de 4 cilindros e 150 cv. Modelos a diesel só chegam no fim do ano, com o motor 1.6 TDI em versões de 80, 95 ou 115 cv.
O novo Ibiza tem um visual bem interessante, com bodas e ângulos nítidos dentro de um perfil arredondado. Há um tema de triângulos - que a Seat adora - nos faróis de LED, lanternas e nos retrovisores montados nas portas, enquanto a cauda curta ajuda na impressão de um carro ágil. Todo Ibiza terá carroceria de 5 portas, e não há nenhuma tentativa de esconder as portas traseiras e fingir que o carro é um cupê.
Sentimos um real ar de qualidade na forma com que o Ibiza foi desenhado e construído. É o mesmo que um Audi na parte de montagem, mas seu lugar no Grupo VW fica claro quando você abre a porta. Isso porque todos os painéis internos são de plástico rígido, embora com uma montagem bem-feita e um acabamento fosco agradável no painel e nas laterais de porta, sem aquele brilho típico dos plásticos baratos.
Os bancos são firmemente confortáveis, enquanto os 95 mm de incremento no entreeixos juntamente com a carroceria mais larga resultaram em 42 mm extras para os ombros e mais 35 mm para os joelhos no banco traseiro. E também temos um porta-malas generoso para um hatch compacto, com 355 litros - o que significou um aumento de 63 litros. A direção ajusta em altura e profundidade, dando fácil visão a um refinado quadro de instrumentos. O freio de estacionamento é tradicional por alavanca. Os ângulos abundam no projeto da cabine, ecoando aqueles encontrados do lado de fora.
Um aspecto legal da tela de 8" da multimídia é que ela detecta quando um dedo está se aproximando para que você não necessariamente tenha que tocá-la e deixar uma marca. Existem diversos botões de acesso para evitar menus tediosos, mas o suficiente para manter um visual limpo.
Muito bom. Você pode sentir o benefício da estrutura rígida na forma como o Ibiza combina um comportamento afiado com um passeio silencioso, tranquilo, absorvente e bem controlado. Ele esterça precisamente, mesmo ao encurralarmos os pneus com uma grande carga lateral na dianteira, e muda de direção rápido o suficiente para merecer a insistência da Seat em dizer que o Ibiza é mais divertido de guiar do que a maioria de seus rivais. Os freios, embora poderosos na medida, poderiam ser um pouco mais progressivos.
Esses comentários sobre a rodagem se aplicam tanto à suspensão regular quanto a das configurações FR, ligeiramente mais firmes, nas quais os amortecedores ganham rigidez quando o Ibiza é comutado para o modo Sport. No entanto, as diferenças entre as calibrações de suspensão são sutis, assim como a maior resistência da direção e a rapidez de resposta do acelerador quando em modo Sport.
Com apenas 1 litro de deslocamento, o motor confia muito nos esforços do turbocompressor para ganhar seu ritmo. Nós dirigimos a versão mais potente, com 115 cv e 20,4 kgfm de torque, que puxa muito suavemente com sua nota de 3 cilindros característica, mas fica devendo um pouco em baixas rotações até que chega o impulso do turbo. Em sexta marcha a cerca de 110 km/h o motor gira a apenas 2.300 rpm, então não espere muito empuxo sem uma redução de marcha se tentar ultrapassar em um aclive na estrada.
O câmbio manual tem um acionamento leve, com engates precisos e suaves, enquanto o ruído de vento é particularmente baixo. Um sistema de som da Beats, com 300 watts e sete alto-falantes, está disponível para as versões mais caras. Ele garante um som bom e sólido.
Nós também provamos o motor 1.5, cujos 150 cv dão ao Ibiza FR um desempenho muito animado (não há cifras oficiais ainda), com atraso mínimo do turbocompressor. É o Ibiza para o motorista arrojado, sem dúvida.
Em resumo, o novo Ibiza traz o habitual padrão de qualidade da Volkswagen a um preço mais baixo, por ser da Seat. E hoje ele é o compacto mais avançado, espaçoso e melhor resolvido do Grupo VW. É bem construído, divertido de dirigir, pode ser comprado com o kit de segurança mais moderno (piloto automático adaptativo, alerta de aproximação dianteira e aviso de saída de faixa) e ainda está no ritmo certo com sua conectividade.
As versões oferecidas são S, SE, FR e, no topo da gama, a Xcellence com uma abordagem mais luxuosa. Apenas as duas últimas podem ter a multimídia com telona e todas as características de conectividade, mas mesmo os Ibiza de base são bem servidos de equipamentos. O 1.0 FR manual seria nosso escolhido, pelo menos até que o 1.5 DSG seja lançado.
Ainda que aproveite a base MQB-A0 e a elevada qualidade de construção conhecida do Golf nacional, o Polo brasileiro terá algumas diferenças em relação ao europeu. Por exemplo, na oferta de motores: por aqui ele deverá usar o motor 1.6 aspirado nas versões de entrada e o 1.0 TSI nas mais caras, além de não haver a oferta do câmbio DSG de dupla embreagem - sua versão automática vai seguir a receita do Golf "BR" com a caixa Tiptronic de 6 marchas. Nas versões manuais, o 1.6 deverá ter 5 marchas e o 1.0 TSI virá com 6 velocidades.
Em termos visuais, o carro daqui será idêntico ao europeu, que já foi flagrado sem disfarce algum na África do Sul (acima), onde também será produzido. Fala-se que o modelo nacional também terá o mesmo nível de acabamento do carro da Europa, justamente para poder justificar seu posicionamento "premium". Como no Ibiza, o Polo deverá oferecer amplo espaço interno e porta-malas generoso, ficando mais próximo do Golf que do Gol neste aspecto.
A expectativa é que o novo Polo comece a ser fabricado em julho, tanto na Europa quanto no Brasil, para apresentação quase simultânea no Salão de Frankfurt, na Alemanha, e no mercado nacional, em setembro. Preços deverão partir de R$ 60 mil. Depois do hatch será a vez do sedã Virtus (imagem azul), em 2018, seguido pelo SUV compacto T-Cross (projeção amarela) e por uma inédita picape cabine dupla que, garantem nossas fontes, está mais para a Duster Oroch do que para a Toro em porte. - Daniel Messeder
Volkswagen Polo
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