Em maio, a Honda revelou a nova geração da Elite 125 e chega como linha 2025 nas lojas da marca. É a scooter mais barata da Honda e sofreu um aumento de R$ 386 sobre a geração anterior. A nova Elite agora custa R$ 12.966, sem considerar o frete que será cobrado independentemente pelas concessionárias.

A Elite 125 2025 passou por diversas alterações que vão bem além daquilo que olhos conseguem ver. Boa parte tem relação com eficiência energética e a entrada em vigor da nova fase do Promot 5, cada vez mais restritivo no que é permitido em termos de emissões de poluentes e ruídos. Que a scooter de entrada mudou é fácil de ver, mas mudou para melhor?

Galeria: Primeiras impressões - Honda Elite 125 2025

Honda Elite 125 2025: as mudanças

A nova Elite 125 2025 passou a ter um visual menos agressivo e usando menos linhas retas. Os faróis que eram divididos, passam a ser de peça única ladeado pelos piscas. A traseira está mais baixa e com elementos mais horizontais. No geral a moto parece um pouco maior, mais volumosa e está com uma cara menos agressiva e mais simpática, também mais condizente com a proposta urbana e de mobilidade. 

As medidas também cresceram, com a nova Honda Elite 125 2025 agora tendo 1.830 mm de comprimento (+95 mm), 1.172 mm de altura (+54 mm), 707 mm de largura (+18 mm) e 1.260 mm de entre-eixos (+37 mm). O vão livre em relação ao solo cresceu 37 mm para 171 mm. A única medida que foi reduzida foi a altura do assento, que caiu 7 mm para 765 mm. O peso a seco declarado para a moto é de 100 kg.

Galeria: Lançamento: Honda Elite 125 2025

O guidão fica mais elevado, enquanto o assento ficou bem mais largo tanto para condutor quanto para garupa. A Elite 2025 continua oferecendo um assoalho plano para os pés de quem está dirigindo, mas o espaço cresceu. Quem vai de carona ganhou pedaleiras de verdade, dobráveis.

Uma das adaptações que a Honda precisou fazer na Dio asiática para se tornar a nova Elite 125 no Brasil foi alargar o espaço sob o assento. Em seus mercados de origem, o uso de capacete não é comum, enquanto é obrigatório por aqui e a Honda quis fazer com que o espaço acomodasse um capacete. Com isso, ele tem 15,2 litros de capacidade, um crescimento de 1,4 litros na comparação com a Elite 2024.

Continuando no tema de avanços da Elite 2025 sobre a antecessora, o bocal do tanque de combustível está instalado sobre a lanterna traseira. Com isso, não é mais necessário abrir o assento inteiro para efetuar o abastecimento. O tanque em si tem 5,3 litros de capacidade, sendo 1,3 litros para reserva. Nesta área, também são novas as alças de garupa, separadas, mas a moto não conta com um suporte para bauletos de série.

A Elite 2025 permanece sendo impulsionada por um motor monocilíndrico arrefecido a ar, mas a cilindrada caiu de 124,9 cm3 para 123,9 cm3. Com injeção eletrônica e rodando apenas com gasolina, a scooter ainda conta com comando simples no cabeçote e 2 válvulas. Com isso, está entregando 8,2 cv de potência a 6.250 rpm, uma queda de 1,1 cv, sobre o modelo 2024 que entregava 9,34 cv a 7.500 rpm.

Por outro lado, o torque permaneceu praticamente inalterado: 1,06 kgfm contra 1,05 kgfm. Porém, chega mais cedo, a 5.000 rpm contra 6.000 rpm da Elite 2024. A Honda também aumentou a taxa de compressão de 9,8:1 para 10:1. Ou seja, o motor foi pensado para girar menos, o que ajuda na questão de emissões, mas entregar o mesmo torque mais cedo.

O câmbio continua sendo automático CVT. Com esse conjunto, a Honda declara uma velocidade máxima de 89 km/h para a Elite 2025 e um consumo médio aferido pelo Instituo Mauá de 49,9 km/l.

O bom consumo é atingido em parte por uma das novidades desse motor. A Elite agora conta com o Idling Stop, sistema start-stop já adotado na PCX 160. Nele, o estator (alternador da moto) também faz a função de motor de partida. Quando a scooter para, como em um semáforo por exemplo, o motor desliga e se liga sozinho ao usar o acelerador. Como não tem um motor de partida propriamente dito, ficou mais silenciosa na partida.

A nova Honda Elite 125 manteve boa parte da ciclística com as mesmas propriedades da antiga. A suspensão dianteira é por garfo telescópico mantendo os mesmos 90 mm de curso. A traseira é monoamortecida com 3 ajustes de pré-carga e 70 mm de curso.

As rodas mantêm as medidas, sendo de liga leve em ambas as pontas. Têm 12"de diâmetro na dianteira e 10" na traseira. Respectivamente, os pneus (Pirelli Angel Scooter) têm medidas 90/90 e 90/100. O sistema de freios também não mudou, com disco na dianteira de 190 mm de diâmetro e tambor na traseira com 130 mm. Seu acionamento é combinado, como manda a lei.

Vendida em versão única, a Elite 125 2025 traz de série cavalete central, freio de estacionamento, painel de instrumentos com marcador de combustível e farol com lâmpada de LED, como a antiga. No entanto, ainda ganhou lampejador de farol alto, conta-giros e computador de bordo com odômetro parcial, consumo instantâneo, consumo médio e autonomia, entre outras funções.

Questão de uso

Ver as mudanças da Elite 125 é fácil. Difícil é entender como que a scooter mais barata da Honda custa R$ 0,18 por quilômetro rodado. Custa menos para manter que a Honda Pop 110i ES 2025, que custa R$ 0,20 por quilômetro. Para chegar a este número, a marca põe na conta os gasto com combustível, revisões e elementos de manutenção ao longo de 3 anos ou 36.000 km.

A resposta disso está na eficiência do novo conjunto motriz. Com maior taxa de compressão, entregando torque mais cedo e operando em rotações menores, o motor entrega um consumo realmente baixo. E baixo na vida real. Enquanto a Honda declara 49,9 km/l pelo ciclo de testes do Instituto Mauá, durante o primeiro contato com a Elite 125 2025 rodando na área urbana de Campinas (SP), atingi 51,8 km/l sem grande esforço.

O perfil dos compradores de Honda Elite é composto mais por pessoas que buscam a primeira moto como opção de mobilidade. Usando a Pop como exemplo, ela também é muito buscada como ferramenta de trabalho. Para este público, as qualidades da Elite serão muito apreciadas.

A começar pela facilidade de uso. O assento é bem baixo e largo. Com o assoalho plano, a sensação é de se sentar numa cadeira. O "hábitáculo" tem bastante espaço para as pernas e o guidão está mais alto, deixando a postura bem relaxada. O assento é largo, mas com meu 1,72 metro de altura consegui firmar os pés no chão sem dificuldade. E como praticidade é palavra de ordem nas scooters, a Elite tem dois ganchos para levar sacolas, mais um buraco no escudo para pequenas objetos. Coloquei uma garrafinha d'água nele e não tive problemas. 

Sob o assento, a Honda diz que é possível colocar um capacete. Até dá, mas tem que ser um aberto e daqueles pequenos. O meu capacete aberto (tamanho 58) entrou apertado e quase não deu para fechar o banco. Também seria interessante ter uma saída de energia, seja USB ou tomada 12V mesmo, algo que até a Biz tem. O novo bocal de combustível vai dividir opiniões. Por um lado, não ter que abrir o banco para abastecer é vantajoso. De outro, com as opções atuais, não será possível colocar um bauleto atrás do garupa.

Conduzindo, a palavra que melhor define a Elite 125 2025 é leveza. Qualquer toquinho no guidão gera uma mudança de direção e a scooter da Honda vai de um lado para o outro com o esforço de uma bicicleta. Sendo automático, é o famoso "só acelerar e brecar", qualquer pessoa com um pouco de noção vai conseguir pilotar bem a scooter.

Quanto ao desempenho, a queda de potência é sentida. A Elite 125 2025 não tem o senso de urgência nas acelerações como a antecessora 2024. No entanto, como o torque se manteve e chega em rotação menor, a scooter continua saindo na frente dos carros sem problemas e teve um bônus que não estava esperando: trabalhando com menos rotação, a moto ficou notavelmente mais silenciosa.

Mas para quem está de olho na primeira moto, fica a dica: scooters tem uma limitação inerente de suspensão. As rodas são pequenas e há pouco curso nos amortecedores. A Elite vai lidar bem com pequenos buracos e ondulações, mas degraus e buracos maiores são obstáculos que é melhor evitar. Sob o sol, o painel digital poderia ter mais brilho.

Depois de 50 km com a Elite, a sensação é de que a scooter da Honda está calibrada para fazer o que normalmente é feito de carro, mas não deveria: trajetos curtos urbanos para tarefas diárias. Quem escolher a Honda Elite 125 como opção de mobilidade, ou até mesmo para revezar as tarefas com o carro da casa, está acertando (e economizando tempo e dinheiro).

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