A Porsche não esconde que esta geração do 718 é a última com motor a combustão. A família de esportivos compactos de motor central-traseiro se tornará elétrica, com muita potência e dirigibilidade para conviver com o 911, este combustão até quando não tiver mais jeito. A despedida é essa, um 718 Spyder RS, ou em resumo, o 718 Cayman GT4 RS com teto de lona removível.
E esse primeiro contato com o esportivo foi em Interlagos. Na dura missão de seguir um 911 GT3 RS com um piloto profissional, não tem como pensar o que esse compacto nasceu pra fazer e como ele marcou o mundo, além de como extremo pode ser mesmo em uma versão sem teto que, por aqui, custa iniciais mais de R$ 1,2 milhão. Quem me dera...
A escolha por um roadster para marcar essa despedida é que, em 1993, a Porsche apresentou o conceito Boxster, um esportivo mais compacto que o 911, com motor central-traseiro, que seria uma opção mais acessível no catálogo da marca - algo que se tornou real em 1996. O Spyder é a união dessa carroceria com motor e conjunto de competição, neste caso, do 718 Cayman GT4 RS.
O Spyder é a terceira variação dos 718, com o Cayman (cupê) e Boxster (roadster), que se destaca principalmente pelos dois lugares e pela cobertura da traseira mais longa, além da capota menor e, no caso do Spyder RS, removível de forma manual - a operação de uso exige costume, mas é relativamente prática. O RS é 40 kg mais leve que o Spyder normal, sendo que 8,7 kg estão só na troca do sistema de capota. Comparado ao Boxster normal, esse acionamento chega a 23,9 kg mais leve.
O motor é o 4.0, 6-cilindros contrapostos, aspirado. Com 500 cv e 45,9 kgfm, esses números estão em rotações elevadas (8.400 e 6.750 rpm, respectivos), com limitador batendo a maravilhosos 9.000 rpm. É exatamente o mesmo que está no GT4 RS e no 911 GT3, ligado ao câmbio PDK, de dupla embreagem, com 7 marchas escalonadas para as pistas, jogando sempre o motor na sua melhor faixa.
A suspensão tem diversos ajustes, que além do PASM (Porsche Active Suspension Management), há diversos parâmetros que podem ser modificados de forma manual conforme o uso, mas a própria Porsche colocou molas e amortecedores mais suaves, com foco em um uso em vias públicas, diferente do GT4 RS e seu foco em pistas.
Como todo Porsche, a engenharia do 718 Spyder RS é complexa para explicar tudo em um texto de primeiras impressões - e uma justificativa para passar alguns dias com ele em breve. Esse primeiro contato foi no Autódromo de Interlagos, então vamos ao que interessa nesse carro.
Primeiro, que por regulamento do autódromo, não podemos andar com o Spyder sem a cobertura do teto. De tão projetado para os cabelos ao vento, ele dá um alerta perto dos 190 km/h que a cobertura está instalada e sugere reduzir a velocidade. Mesmo assim, a captação de ar da admissão ainda é bem audível, já que está instalada ao lado dos ouvidos de motorista e passageiro.
Ele não tem o soco dos Porsche turbo, mas o fato de crescer até 9.000 rpm compensa. A entrega é mais linear e pronta para as pistas, com as trocas matematicamente feitas pelo PDK, sempre colocando o ponteiro de rotação na melhor faixa. A suspensão mais suave é perceptível para quem já pilotou o GT4 RS, mas longe de apagar o brilho do Spyder RS que, com certeza, compensa no uso comum com mais conforto e, ainda assim, devorar curvas em estradas sinuosas.
Em números, o 718 Spyder RS chega aos 100 km/h em 3,4 segundos, aos 200 km/h em 10,9 segundos e a máxima de 308 km/h, isso sem a capota de lona no lugar. Mas ter esse carro na garagem vai bem além disso e, com um pacote aerodinâmico extremamente trabalhado, nem parece que estamos andando dessa forma.
Gostou? Pode ser seu por R$ 1.237.624. Naquele momento prazeroso do configurador da Porsche, pode selecionar cores de carroceria, interior e capota. As rodas de magnésio estão disponíveis com o pacote Weissach, com elementos em carbono e mais leves, que jogam este carro para apenas R$ 1.456.326. Dá pra ir mais, se quiser.
O Porsche 718 Spyder RS é a melhor despedida desse carro em sua vida a combustão. Considerando o que a marca fez com seus elétricos, como Taycan e Macan, não poderemos dizer que será um esportivo sem graça ou sem a assinatura da marca. Só que, se possível, teria os dois na garagem para momentos distintos de vida, ânimo e vontades.
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