Greve deflagrada por funcionários do Ibama tem afetado diretamente o setor de veículos importados no Brasil. O órgão emite licenças ambientais que atestam enquadramento dos carros nos padrões ambientais exigidos pela legislação e está com atividades paralisadas desde janeiro. Com três meses acumulados de espera para liberação dos documentos, o estoque de modelos parados nos pátios já soma pelo menos 30.000 unidades.

O problema atinge em especial montadoras que não possuem fábrica no Brasil, como GWM e BYD, que trazem carros elétricos e híbridos da China. Além disso, afeta fabricantes instaladas nacionalmente e que ainda assim trazem veículos de fora, como Stellantis, Volkswagen, Nissan e Toyota, que importam principalmente da Argentina.

Produção da Toyota Hilux em Zárate (Argentina)

No caso da Stellantis, os principais modelos importados são o sedã Fiat Cronos e o compacto Peugeot 208. São fabricados nas plantas argentinas de Córdoba e El Palomar, respectivamente, e chegam ao Brasil via terrestre. Na Volkswagen, vêm da Argentina a picape Amarok e o SUV Taos, que são produzidos na mesma fábrica de Pacheco. A planta, inclusive, voltou a produzir nesta semana após três meses paralisada.

Por sua vez, a Toyota traz do país vizinho a picape Hilux e o SUV SW4, também via terrestre. A dupla é produzida no complexo industrial de Zárate. Já a Nissan importa a picape Frontier da fábrica de Córdoba, onde produz o modelo em parceria com a Renault.

Nissan Frontier - Córdoba

Greve desde janeiro

Paralisados desde janeiro, os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) reivindicam novo plano de carreira, aumento de salário e melhores condições de trabalho para o setor. Cerca de 90% dos trabalhadores de campo aderiram à mobilização e os demais agora se concentram apenas nas atividades burocráticas internas.

A categoria alega que espera valorização do novo governo, especialmente depois dos problemas enfrentados na gestão passada. Na última semana, proposta foi apresentada pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. As negociações seguem em curso.

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