A crise enfrentada pela indústria automobilística da Argentina segue provocando paralisações e suspensão de atividades nas principais fábricas do país. É o caso das plantas locais de Volkswagen e Chevrolet, que não voltarão à normalidade dentro do prazo programado. Segundo a imprensa argentina, as empresas irão prolongar o prazo de férias dos funcionários e seguir com linhas de montagem paralisadas por mais algumas semanas.

No caso da Volkswagen, as atividades na fábrica de Pacheco só serão retomadas no final de fevereiro ou início do março. A decisão foi motivada pela falta de peças, já que fornecedores de componentes importados e empresas de autopeças estão enfrentando dificuldade para aquisição de insumos do exterior em razão das dívidas em dólares acumuladas no ano passado.

Então ministro da Economia, Sergio Massa prometeu que devolveria o dinheiro às empresas ao câmbio oficial do Banco Central, mas a promessa nunca foi cumprida. Com isso, os fornecedores externos decidiram fechar o crédito e não enviarão mais peças ou insumos até que a dívida seja paga. O novo governo de Javier Milei emitiu um título para resgatar empresas endividadas no exterior, mas nem todos os fornecedores aceitaram a proposta.

O problema da falta de matéria-prima para produção vem se agravando desde o início do segundo semestre do ano passado, quando a aceleração da inflação e a falta de divisas obrigaram o governo a restringir a entrega das licenças para importação. Para piorar, a inflação está ainda mais alta agora neste início de ano e a tensão cambial tem agravado ainda mais a situação.

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No caso da Volkswagen, a paralisação em Pacheco afeta diretamente a produção dos modelos Taos e Amarok. Na Chevrolet, a fábrica de Santa Fé com atividades suspensa deixa de produzir o modelo Tracker. Se a paralisação persistir, há risco de desabastecimento tanto na Argentina quanto no Brasil.

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