O compartilhamento do desenvolvimento de plataformas para veículos comerciais e picapes de trabalho é algo quase trivial há décadas no mundo inteiro. No passado, essa estratégia já nos rendeu coisas inusitadas, como a Mercedes-Benz Classe X, por exemplo. Foi uma tentativa frustada da marca de luxo entrar na categoria usando a mesma base de Nissan Frontier e Renault Alaskan.
De acordo com o site australiano Drive, a empreitada da Mercedes-Benz teria dado tão errado que deixou marcas na empresa até hoje. Em entrevista à publicação, Marion Friese, chefe global de marketing da Mercedes-Benz para veículos comerciais, afirmou que "até agora, não temos nenhum plano para trazer a Classe X de volta".
A executiva ainda teria dito categoricamente que "nossos clientes não têm demandado uma picape de porte médio com cabine dupla agora, mas temos ciência de que é um segmento muito grande. Portanto, vamos nos manter ligados e ver o que o futuro trará. Mas não há nenhum plano concreto no momento.
A Mercedes-Benz Classe X nasceu em 2017 como fruto de um projeto conjunto firmado entre os grupos Daimler e Renault-Nissan. A ideia era reduzir custos e tempo de desenvolvimento através do compartilhamento da mesma plataforma das picapes Frontier e Alaskan, porém com design próprio, motores exclusivos e posicionamento premium. O resultado parece não ter agradado à maioria do público, que reclamava das semelhanças com a prima japonesa e do excesso de simplicidade para um modelo da Mercedes-Benz.
No primeiro ano completo de vendas, 2018, a picape decepcionou e emplacou apenas 16.700 unidades, sendo oferecida na Europa, Austrália e África do Sul. No entanto, desde que saiu de linha em maio de 2020, algumas mudanças importantes aconteceram. Uma delas é a entrada da Mitsubishi na Aliança Renault-Nissan, cuja consequência foi a apresentação de uma nova geração da L200 que dará origem ainda a uma nova Nissan Frontier também. Seria uma boa oportunidade para a Mercedes pegar carona nessa nova fase da Aliança.
Nissan Frontier, Mercedes-Benz Classe X e Renault Alaskan
A Mercedes-Benz tinha grandes planos para a Classe X, incluindo produzir a picape também na Argentina para os mercados da América Latina - que, como sabemos, consomem muita picape. Só que a Daimler mudou de ideia em fevereiro de 2019, dizendo que "as expectativas de preço dos clientes na América Latina não eram economicamente viáveis".
Porém, relatos da imprensa latina diziam que o relacionamento entre a Daimler e a Nissan havia azedado por discussões sobre os custos de produção. A Classe X foi feita sobre a plataforma da Nissan Frontier, usando até mesmo boa parte da carroceria e os mesmos motores, diferenciando-se pelo design frontal, acertos de suspensão e pelo uso de um motor V6 a diesel exclusivo.
Fonte: Drive
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