Os governos da Alemanha e da Itália têm criticado fortemente o programa anti-poluição da União Europeia e as decisões tomadas quanto à proibição da comercialização de veículos tradicionais no bloco a partir de 2035. Os países cobram maior flexibilidade diante da rigidez das normas pré-estabelecidas, buscam margem para uso de combustíveis sintéticos e até ameaçam bloquear acordos previamente firmados.

A Alemanha exige que a União Europeia analise proposta para isentar veículos que usam combustíveis sintéticos (os chamados e-fuels) da proibição total, de modo a permitir a comercialização de modelos do tipo depois de 2035. O ministro dos Transportes do país, Volker Wissing, é um dos principais defensores da medida.

Galeria: Volkswagen ID. Buzz 2023

"Precisamos de e-combustíveis, pois não há alternativa se quisermos operar nossa frota de veículos de maneira neutra para o clima", disse Wissing. "Quem leva a sério a mobilidade neutra para o clima deve manter todas as opções tecnológicas abertas e também usá-las", acrescentou. "Eu não entendo essa luta contra o carro e por que as pessoas querem proibir algumas tecnologias."

Das principais fabricantes de automóveis da Alemanha, apenas a Volkswagen está pronta para seguir a estratégia de transição completa para veículos elétricos até 2035. Outras fabricantes, como BMW e Porsche, acreditam que é errado priorizar apenas a eletricidade. Nesse sentido, defendem um plano "multi-energético" no qual será possível usar bateria, hidrogênio e o chamado e-combustível.

Os combustíveis sintéticos (e-fuels) podem ser produzidos usando emissões de CO2 capturadas – com a ideia de que isso equilibra o CO2 emitido quando o combustível é queimado. Estão sendo desenvolvidos para permitir que versões modificadas de motores de combustão interna continuem a ser usados mesmo depois da data-limite estabelecida. A Porsche, inclusive, é um das marcas que mais investem em combustíveis sintéticos.

Teste Fiat 500e

Assim como a Alemanha, o governo da Itália é ferrenho crítico das proibições. Segundo o Ministro dos Transportes do país, Matteo Salvini, o plano “não faz sentido” e coloca milhares de empregos em risco. Países como Polônia e Hungria também já sinalizaram oposição ao plano.

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