Enquanto o Brasil segue como maior mercado automotivo da América do Sul, a Argentina perdeu seu tradicional posto de 2º maior mercado da região para o Chile em 2022. Isso é algo tão incomum de ocorrer que anteriormente aconteceu somente lá atrás em 2002, e também mais recentemente, em 2021. Agora o Chile ocupa a vice-liderança na região mais uma vez em 2022, mas com uma diferença mínima para os hermanos.

Com isso, o Chile fechou o ano de 2022 com 426.277 carros comercializados de acordo com informações da Asociación de Fábricas de Vehículos de Chile, enquanto a Argentina teve 407.532 unidades emplacadas (segundo números da Acara) – o que significa uma diferença de apenas 18.745 carros. Esse montante de carros vendidos alcançado pelo mercado chileno também significa o maior número registrado, um recorde para o país andino.

L200 Triton Sport 2021

Entre as marcas mais vendidas no Chile, temos a Chevrolet na liderança com um total de 37.499 unidades emplacadas em 2022, seguida pela Toyota (33.186) e a chinesa Chery (24.953). Em relação aos modelos mais procurados nas lojas por lá, quem despontou foram as picapes: Mitsubishi L200 (12.539), Maxus T60 (12.026) e Toyota Hilux (9.216). Entre os carros de passeio, o destaque por lá ficou para o Chevrolet Sail, com 6.721 carros vendidos, enquanto a liderança entre os crossovers ficou para o Chery Tiggo 2 (8.991) – já descontinuado no Brasil.

Já no mercado argentino a marca líder foi a Toyota, sendo acompanhada por Fiat e Volkswagen no pódio. Entre os veículos mais vendidos no país vizinho, temos o Fiat Cronos (38.769) em 1º lugar e o Peugeot 208 (25.649) em 2º lugar, enquanto o terceiro mais vendido foi uma picape, a Toyota Hilux (24.628). Ponto interessante a se notar é que na Argentina as motos passaram a ter maior volume de vendas do que carros.

Fiat Cronos 1.0 2023 cor prata

Vale lembrar que os dois países têm políticas econômicas e produtivas em lados bem opostos em relação ao mercado automotivo. Enquanto no Chile todos os carros à venda por lá são importados, já que não existe uma indústria automobilística, na Argentina temos importantes polos fabris de veículos há um bom tempo, à exemplo das fábricas da Fiat, Ford e Volkswagen, só para citar algumas. No Chile, há 68 marcas de veículos leves e médios no mercado, que são importados de 28 países diferentes.

A Argentina passou por mais um ano marcado por restrições às importações, o que fez com que seis em cada dez carros vendidos ao longo de 2022 fossem de produção nacional. Segundo o Motor1.com Argentina, analistas especializados no mercado chileno estimam que até 2023 o Chile venderá aproximadamente 356 mil unidades, o que significará uma queda de 16% nos emplacamentos. E motivos não faltam para esse cenário, como inflação global, escassez de semicondutores e uma reforma econômica e tributária para os trabalhadores chilenos – o que para alguns é um sintoma de recessão.

Galeria: Chery Tiggo 2

Na Argentina, por sua vez, o governo comemorou as conquistas do setor automotivo, que em 2022 foram positivas para fábricas e concessionárias, isso apesar do cenário de carros mais caros no país vizinho – à exemplo do Brasil. Por fim, é esperado que 2023 seja um ano melhor para a Argentina, tanto para a indústria como em vendas. Caso isso se concretize, o país hermano voltaria a ocupar o posto de segundo maior mercado de automóveis na região.


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