A Ford confirmou oficialmente que o hatchback sairá de linha em junho de 2023. Um dos nomes mais antigos do portfólio da empresa será substituído por uma versão totalmente elétrica do SUV compacto Puma, que será construída em Craiova (Romênia). Para dar adeus, a fabricante divulgou um vídeo emocionante de dois minutos (com opção de legenda em português).
O Fiesta está à venda há 47 anos ao longo de nove gerações. A produção ocorre atualmente em Colônia (Alemanha) e a Ford diz que apenas a versão de quatro portas do hatchback continuará a sair da linha de montagem até meados do ano que vem. Os pedidos ainda estão abertos e a fabricante manterá as reservas disponíveis até que todo o volume de produção restante seja preenchido. O hot hatch Fiesta ST também sairá de linha em 2023.
O fim do Fiesta também marcará o fim da produção de motores de combustão em uma das fábricas mais importantes da Ford fora dos Estados Unidos. O complexo em Colônia será transformado em um Centro de Eletrificação, onde será fabricado um novo SUV médio totalmente elétrico a partir do ano que vem. A Ford quer atingir a marca de 1,2 milhão de veículos elétricos produzidos nesta fábrica dentro dos próximos seis anos. A produção do motor 1.0 EcoBoost turbo de três cilindros, por sua vez, será transferida para a fábrica de motores em Craiova.
O Ford Fiesta original foi lançado em 1976 e mais de 18 milhões de unidades do hatchback foram construídas e entregues em todo o mundo desde então. O Fiesta foi fabricado em pelo menos 13 países diferentes ao redor do mundo, incluindo o Reino Unido, Espanha, México, Argentina, Brasil, África do Sul, e mais.
A história do Fiesta no Brasil começou em 1994. A Ford passava por um momento complicado, com o fim da Autolatina, a joint venture com a Volkswagen. Isto fez com que a fabricante precisasse de novos produtos para substituir a linha atual e o hatchback foi escolhido, apresentado para o público durante o Salão do Automóvel de São Paulo daquele ano. Chegou ao país em 1995, quando estava em sua terceira geração, importado da Espanha.
Foi apenas um aperitivo. A Ford já preparava a apresentação da quarta geração na Europa e o governo brasileiro elevou o imposto de importação de 32% para 70%, o que já inviabilizava sua importação por mais tempo. Em 1996, a produção foi iniciada em São Bernardo do Campo (SP), ganhando um produto derivado em 1998, na forma da picape Courier.
A quinta geração foi apresentada no mercado global em 2002 e chegou ao Brasil já em 2003, passando a ser produzida em Camaçari (BA) e com a nova identidade visual da marca, batizada como New Edge. Passou a ser acompanhado do Fiesta Sedan em 2004. Teve uma vida um pouco mais longa, mantido na linha da marca para que servisse como carro de entrada enquanto Ka estava para mudar de geração, conhecido como Fiesta RoCam por causa do seu motor.
Enquanto isso, a sexta geração desembarcava no Brasil em 2010, importado do México e batizado como New Fiesta, para diferenciar do modelo anterior. Curiosamente, chegou primeiro com a carroceria sedã, enquanto o hatch foi lançado somente em 2011. Virou nacional em 2013, quando começou a ser montado na fábrica em SBC, somente na versão hatchback - o sedã seguiu importado do México até sair de linha.
Os tempos mudaram e o Fiesta perdeu espaço, após ter atingido seu ápice em 2013, quando vendeu 166 mil unidades. As centenas de reclamações sobre a transmissão automatizada Powershift e a chegada da terceira geração do Ka em 2014 derrubaram as vendas do hatch, a ponto de emplacar somente 16 mil unidades em 2018. Sua carreira no Brasil foi encerrada em 2019, quando a Ford anunciou que fecharia a fábrica no Grande ABC. Longe do país, ganhou a sétima geração, a última de sua história.
Apesar de ser triste ver um dos principais modelos da Ford sair de cena, a empresa está confiante de que o futuro pertence à mobilidade elétrica e quer ir "com tudo" na eletromobilidade "a um ritmo acelerado". Como resultado, a Ford lançará nada menos que três carros e quatro véiculos comerciais totalmente elétricos na Europa até 2024.
No início deste ano, fabricante também tirou o Fusion de linha, um dos modelos mais amados do segmento na Europa, onde era conhecido como Mondeo. A Ford diz que terá pelo menos um modelo híbrido plug-in ou totalmente elétrico em cada segmento no mercado europeu a partir de 2026. Se isso inclui um sucessor do Mondeo, que ainda é vendido na China como um modelo totalmente redesenhado, ainda é um mistério.
Fonte: Ford
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