A Volkswagen apresentou nesta semana a segunda geração da Amarok, que estreou com um design ousado e novas tecnologias. E como você que acompanha o Motor1.com deve saber, essa geração da picape tem raízes norte-americanas, já que sua base é a mesma da Ford Ranger, isso graças uma parceria entre as fabricantes. Agora que conhecemos um pouco das duas, vamos conhecer suas diferenças.
Antes de detalhar cada ponto das novas gerações da Volkswagen Amarok e Ford Ranger, vale dizer que, apesar do porte de picape médias, ambas terão propostas um pouco diferentes. A nova Ranger é uma caminhonete tradicional como a conhecemos hoje, enquanto a missão da Amarok será de se posicionar como um modelo mais premium no mercado – ao menos foi isso que a Volkswagen fez questão de ressaltar na época dos teasers antes da apresentação mundial.
Visual
Visualmente, a VW Amarok traz visual mais próximo ao de um carro de passeio, trazendo faróis retangulares mais afilados e integrados a grade dianteira, cuja régua cromada liga o conjunto óptico. Já o para-choque até causa uma impressão de robustez, e a parte central é pintada de prata ou preto dependendo da versão - trazendo um design que remete a um “X” – mesma solução da nova Ford Ranger lançada no ano passado. Os faróis de neblina ficam em molduras retangulares mais deslocadas para cima.
Já a lateral é praticamente a mesma da Ranger, basta reparar no vinco atravessado um pouco abaixo da metade das portas e também na borda da janela traseira. O que muda mesmo é que a Amarok traz caixas de roda mais demarcadas com vincos, que dá a sensação da picape ser mais larga. Na traseira, talvez está a solução mais interessante de design da picape da VW: as lanternas com pintura vermelha e recortadas na parte interna, sem ficar “grudadas” na tampa da caçamba. O nome Amarok agora aparece em letras em relevo garrafais e traz um vinco na parte superior bem reto para ligar as lanternas.
Falando da Ford Ranger, a nova geração apresentada nos Estados Unidos traz um visual mais “parrudo”, ao melhor estilo norte-americano. Ela aparente ter uma frente mais reta e alta, cujo destaque são os faróis em forma de “C” que adornam a enorme grade frontal, uma clara inspiração na irmã F-150. A grade conta com design mais abrutalhado com um desenho retangular que se sobrepõe aos faróis. Além disso, há a moldura que desce até o para-choque e que remete a letra “X”, mas de uma forma bem mais suave do que a Amarok.
A lateral da picape da marca do oval azul é idêntica nas portas como falei nos parágrafos acima, mas as caixas de rodas são mais lisas e com linhas retas em relação à Amarok, embora também deem uma encorpada nessa geração. Porém, é um estilo mais contido que o da picape “alemã” nesse aspecto. Bacana mesmo é o nicho lateral próximo do para-choque traseiro, onde pode-se colocar os pés para colocar algo na caçamba.
Vista de trás a nova Ranger também conta com um estilo mais tradicional das picapes, vindo com lanternas com assinatura em LED. O maior destaque aqui é o vinco duplo arqueado da tampa da caçamba, além do nome Ranger também em relevo e com letras grandes.
Medidas
A nova geração da Volkswagen Amarok será comercializada nas versões de cabine simples e dupla, com a segunda opção trazendo comprimento de 5,35 metros (96 milímetros mais longa que a antiga). Já o entre-eixos foi aumentado em 173 mm, agora medindo generosos 3,27 m, porém, os balanços foram reduzidos para melhorar a capacidade off-road, principalmente nos ângulos de ataque e saída. A largura foi reduzida em 34 mm para 1,91 m, enquanto a altura foi aumentada em 10 mm para 1,88 m - apesar dessa medida variar dependendo das rodas e pneus de cada versão.
Embora tenha sido apresentada mundialmente no ano passado, a Ford não revelou as medidas da nova geração da Ranger. Mas como a picape da marca do oval azul empresta sua plataforma para a caminhonete da Volkswagen, imagine números bastante próximos. Além disso, de perfil nota-se uma configuração quase idêntica entre as picapes "irmãs".
Cabine
Fora a similaridade da lateral da carroceria entre as duas picapes, na cabine a Amarok e a Ranger não negam também seu parentesco. Repare no painel da picape da Volkswagen para ver as linhas semelhantes do console central com a tela vertical idêntica ao da Ranger, que traz um display de 12 polegadas com uma versão modificada do sistema Sync 4 – (o mesmo da picape da Ford). Haverá a opção também do multimídia com tela de 10 polegadas nas versões mais em conta. Ambas têm também painel de instrumentos digital com tela de 8 ou 12 polegadas, dependendo da configuração.
As saídas de ar da Amarok são mais estreitas seguindo o padrão Volkswagen, enquanto a configuração da Ranger tem perfil mais vertical – ao melhor estilo das picapes F-Series vendida na terra do tio Sam. Evidentemente que o volante segue o padrão de cada marca (o da Amarok é ó mesmo volante do Nivus), sendo que a alavanca de câmbio é a mesma nas duas – e com uma configuração bem pequena.
Algo que vale mencionar ainda é sobre o aparente melhor acabamento da Amarok sobre a Ranger, embora as duas caminhonetes usem plástico rígido na cabine – com bons arremates em ambas, é verdade. A diferença é que a picape da Volkswagen traz superfícies cobertas com material suave ao toque: um tipo de revestimento premium que imita couro que conta até com costuras em cores contrastantes para garantir o “ar mais refinado”.
Motores
Em relação à motorização, a nova Amarok contará com quatro motores a diesel e um a gasolina, todos turbo. Na África do Sul, onde a picape será produzida, a Volkswagen irá vender a nova Amarok com um 2.0 TDI de 150 cv, enquanto outras regiões receberão uma versão mais potente, com 170 cv. As configurações intermediárias terão um terceiro nível de potência, que pode ser de 204 cv ou 209 cv, cuja escolha dependerá do mercado e de suas respectivas normas de emissões.
No topo da linha estará o famoso V6 3.0 TDI (turbodiesel), de 241 cv ou 250 cv. Nos países onde as picapes a gasolina têm seu público, haverá opção com o 2.3 turbo de 302 cv feito especialmente para a picape. A oferta de transmissões é vasta: as opções são uma caixa manual de 5 ou 6 marchas, automática de 6 posições e, para os motores 2.0 TDI de 209 cv e 3.0 V6, a Volkswagen preparou um novo câmbio automático de 10 marchas, substituindo a caixa de 8 velocidades.
Haverá dois tipos de tração 4Motion, o primeiro com um modo 4x4 e o outro com tração integral permanente. Para alguns países, terá a oferta de uma versão bem barata somente com tração traseira.
A oferta de motores da Ranger também é ampla: o destaque fica para o V6 3.0 turbodiesel de 250 cv e 61,2 kgfm de torque vindo da F-150, propulsor bastante famoso nos Estados Unidos por equipar a picape mais vendida do mundo. Versões mais básicas contarão com a oferta de um 2.0 diesel com potência entre 150 e 170 cv, bem como um 2.3 turbo a gasolina de 210 cv. Dependendo do propulsor escolhido, a picape pode trabalhar com uma transmissão manual ou automática de 6 marchas, ou uma caixa automática de 10 posições atualizada.
A Ranger terá a opção ainda de um motor 2.3 EcoBoost turbo de quatro cilindros a gasolina visando atender mercados como Estados Unidos e Oriente Médio. Neste caso, a potência é de 302 cv e o torque de 46 kgfm, sempre com transmissão automática de 10 marchas.
Vale lembrar que a Ford já apresentou a versão mais visceral: a Ranger Raptor. O motor e sempre o mesmo V6 3.0 EcoBoost, cuja potência varia entre 397 cv e 288 cv, enquanto o torque pode ser de 59,4 kgfm e 50 kgfm, respectivamente. A configuração mais forte terá como destino mercados como Austrália e África do Sul, enquanto a variante menos potente irá para o mercado europeu – que tem normas de emissões mais rígidas.
Mercado
Enquanto a Ford Ranger está confirmada para ser vendida no Brasil, a segunda geração da Volkswagen Amarok ficará longe do Brasil, já que sua produção será concentrada na fábrica da África do Sul. O mercado nacional ficará com a primeira geração da picape da VW, que ganhará uma atualização visual e continuará sendo produzido na Argentina. No país vizinho, a Ford vai fabricar a nova geração da Ranger, que deverá chegar por aqui no ano que vem.
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