GWM apostará em híbridos para enfrentar Jeep, Toyota e Volkswagen
Fabricante chinesa fará sua estreia no Brasil no final do ano com o SUV Haval H6, nas versões híbrida normal e plug-in
Preparando terreno para iniciar sua operação no país, a GWM (Great Wall Motors) começa a falar mais sobre o que podemos esperar dos carros da marca chinesa. Com o Haval H6 já confirmado como o primeiro modelo da empresa a ser vendido no Brasil, a fabricante explica como irá se diferenciar no mercado ao oferecer carros de passeio sempre híbridos, com a promessa de ser competitiva no segmento médio e com preços equivalentes.
Em um posicionamento bem diferente da BYD, que foi direto para os elétricos e com um preço muito próximo das marcas premium, a GWM mira na mesma categoria que marcas mais generalistas. O Haval H6, por exemplo, será um rival para Jeep Compass, Toyota Corolla Cross, Volkswagen Taos e Mitsubishi Outlander. “É com essas marcas que iremos competir, na faixa de preços deles, trazendo o diferencial do híbrido e do plug-in híbrido dentro destes segmento, dentro destas faixas de preço”, explica Oswaldo Ramos, COO da GWM Brasil.
Galeria: Haval H6 PHEV
Para isto, a aposta neste primeiro momento será nos carros híbridos. O Haval H6 chegará nas versões híbrida convencional e plug-in, mesma estratégia que será aplicada nos próximos lançamentos. Neste primeiro momento, serão abastecidos somente com gasolina, mas a GWM adianta que terá híbridos flex no futuro.
Será bem diferente dos outros carros por buscar uma autonomia e eficiência maior, através de dois pontos: um conjunto de baterias muito maior e um software de gerenciamento criado pela marca. Embora não diga exatamente qual o tamanho das baterias que veremos no Brasil, o Haval H6 PHEV é um exemplo. Foi apresentado recentemente na Tailândia e conta um conjunto de 41,8 kWh, um número próximo de modelos totalmente elétricos – como comparação, o Jeep Compass 4xe tem baterias com 11,4 kWh de capacidade.
O resultado é que muitos dos híbridos PHEV da Great Wall tem uma autonomia elétrica de até 200 km, bem acima dos 50 km dos outros carros com esta tecnologia. No caso da versão com tração integral, é capaz de rodar até 180 km apenas com a energia das baterias. Este valor é pelo ciclo de testes NEDC, o antigo padrão europeu que é um pouco menos preciso do que o WLTP usado atualmente. Ainda assim, é uma boa notícia por não ser uma autonomia obtida pelo ciclo chinês, muito mais “generoso”.
A promessa da GWM é que esta é a tecnologia híbrida mais eficiente do mundo. Como em outros carros, utiliza um motor a combustão, neste caso um 1.5 turbo de quatro cilindros; e dois propulsores elétricos, um usado para mover as rodas e outro que serve de gerador para as baterias. A diferença está no modo como estes motores trabalham em conjunto e o momento em que atuam.
Os carros começam rodando somente no modo elétrico, até 35 km/h no híbrido normal e 140 km/h no PHEV. Caso a bateria esteja com pouca carga, o carro entra no modo Serial, usando o motor a combustão exclusivamente como gerador, desde que esteja até 60 km/h. Entre 60 e 70 km/h, o modo Paralelo Low coloca o motor a combustão para mover as rodas, usando ao elétrico para dar um auxílio na velocidade de cruzeiro. Isto continua acima de 70 km/h ao usar o Paralelo High, porém com a marcha de alta velocidade. Por fim, há o Paralelo Full Power, com os dois motores funcionando juntos para o máximo de potência e torque. Ainda terá a função regenerativa com o sistema One Pedal, freando o carro automaticamente ao tirar o pé do acelerador.
A combinação de todos estes modos aumenta a eficiência do sistema híbrido, usando o motor a combustão apenas quando necessário e trabalhando como um veículo elétrico na maior parte do tempo. Porém, resolve uma das fraquezas dos VEs, sem perder a autonomia no ciclo rodoviário, por usar o motor convencional nestes momentos.
Os híbridos serão a primeira aposta da GWM, mas não serão a única opção. A fabricante confirma que terá carros elétricos da submarca Ora em um segundo momento. Até 2025, o foco será construir a rede de concessionários e ganhar uma reputação no mercado brasileiro com os híbridos, para depois partir para os modelos totalmente elétricos.
Galeria: GWM - Sistema Dedicated Hybrid Transmission (DHT)
Os planos são bem ambiciosos. Segundo Ramos, a fabricante chinesa fará sua estreia com 100% de cobertura nacional e com cerca de 130 pontos espalhados pelo país. Iniciará a operação com um sistema de assinatura, como uma forma de permitir que o cliente experimente ter um veículo da empresa sem que tenha que se preocupar com o pós-venda neste momento (pois ficaria por conta da GWM), e assim, criando confiabilidade na marca e fidelizando os consumidores.
A GWM começará sua operação no Brasil no final deste ano, com o Haval H6 nas versões HEV e PHEV. Virá importado da China, enquanto a fábrica em Iracemápolis (SP) está sendo preparada para montar os carros no país no ano que vem. A fabricante chinesa ainda não comenta sobre os próximos lançamentos, mas confirmou que terá uma picape no futuro, que ainda não foi apresentada e que será nacional, e que estuda trazer outras das submarcas da Great Wall após 2025.
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