A crise global gerada pela falta de semicondutores continua afetando em cheio a produção de veículos no Brasil. Prova disso vem da Volkswagen, que confirma nesta semana - mais uma vez - a suspensão de atividades na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP). A paralisação decorre da escassez de microchips para montagem de sistemas eletrônicos e, com isso, deixam de ser produzidos os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro.
A marca afirma que o retorno aos trabalhos acontecerá na próxima segunda-feira (25). De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a medida afeta aproximadamente 2 mil funcionários. A dispensa acompanha o feriado estendido de Tiradentes, a partir desta quinta-feira (21).
A Volkswagen acredita que o abastecimento de semicondutores deverá melhorar a partir do segundo semestre, embora o cenário ainda seja bastante pessimista. Além da cadeia global continuar bastante afetada, a guerra travada entre Rússia e Ucrânia pode piorar a situação. Os componentes são importados e, dada a baixa o oferta no mercado internacional, estão sendo bastante disputados - tanto por montadoras quanto por empresas de outros setores, como de informática e eletrônicos.
Além da VW, a Mercedes-Benz também foi obrigada a paralisar atividades por conta da falta de componentes. A marca concedeu férias coletivas nas fábricas de caminhões, ônibus, motores e cabines em São Bernardo do Campo e em Juiz de Fora (MG), mandando para casa até 3 de maio cerca de 5,6 mil trabalhadores.
Os semicondutores são parte integrante da central eletrônica dos veículos. Sem eles, sistemas modernos de entretenimento, segurança, ar-condicionado, iluminação, transmissão e assistência ao motorista são incapazes de funcionar. Em decorrência das paralisações geradas pela pandemia em 2020, a produção desses componentes foi afetada, atingindo diretamente a cadeia global de insumos.
Os maiores produtores mundiais dos componentes estão localizados em países da Ásia, como Taiwan e Malásia. A situação deve seguir crítica ao longo de todo o ano, voltando aos níveis pré-crise apenas em 2023 ou 2024, como alertam alguns analistas.
Fonte: Estadão Conteúdo
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