Em maio de 2021, a Harley-Davidson anunciou seus planos de transformar a LiveWire, em uma marca independente focada em motos elétricas. Mas, para que tenha sucesso a norte-americana terá que se dedicar a tornar a eletricidade uma parte integrante de seus negócios. Não será um sucesso da noite para o dia.
Em dezembro de 2021, a Harley-Davidson anunciou que abrirá o capital da LiveWire com um negócio de aquisição de propósito especial (SPAC, na sigla em inglês), tentando captar cerca de US$ 1,8 bilhão (cerca R$ 10 bilhões) em 2022. Em uma entrevista à rede TV norte-americana CNBC, o CEO da Harley-Davidson, Jochen Zeitz, deixou claro que este é o próximo passo para a montadora.
Zeitz diz que, embora a marca LiveWire tenha sido criada para atender a um novo público urbano de motociclistas que desejam uma experiência completamente diferente, também há planos adicionais para eletrificar motos Harley mais tradicionais no futuro. Ele não deu detalhes, é claro, mas disse que isso faz parte de um plano maior para a empresa.
Ele também aproveitou a oportunidade para lembrar que está envolvido com o desenvolvimento do projeto LiveWire desde o início, como membro do conselho da Harley-Davidson antes de se tornar CEO. Em parte, é por isso que ele diz que a SPAC é um próximo passo crucial no crescimento da presença da empresa no segmento de elétricas.
De acordo com a Reuters, em setembro de 2020, duas firmas de investimento formaram este SPAC particular com objetivos muito específicos em mente. AEA Investors LP e Bridges Fund Management Ltd. uniram-se para formar a AEA-Bridges Impact Corp (ABIC) com o objetivo de se fundir com "uma empresa que está trabalhando em prol dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas". Tanto que a ABIC e a Harley serão sócias nesse negócio.
Curiosamente, há outro investidor envolvido também: a taiwanesa Kymco, conhecida no Brasil por suas maxi-scooters. Embora os produtos LiveWire sejam projetados e desenvolvidos nos EUA, o plano seria "aumentar experiência da Kymco em engenharia, fabricação, distribuição, infraestrutura de cadeia de suprimentos e recursos de logística global", de acordo com um comunicado para investidores emitido pela Harley-Davidson.
Espera-se que o negócio seja fechado no primeiro semestre de 2022, com a Harley-Davidson mantendo 74% de participação na nova empresa. Os acionistas da ABIC deterão 17%, enquanto os fundadores da ABIC e a Kymco terão ambos 4% da propriedade no futuro das motos da LiveWire.
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