Podemos dizer que em 2021 a Volkswagen teve um ano “morno” no mercado brasileiro, com seu principal lançamento ficando a cargo do novo Taos, modelo da marca para concorrer no aquecido segmento de SUVs médios e que tem como líder o Jeep Compass. É verdade que este ano foi desafiador para a maioria das marcas, com a Volkswagen sendo bastante afetada pela crise dos semicondutores, mas tudo indica que em 2022 bons ventos soprarão para a marca instalada no país desde 1953.
Antes de entrarmos nos detalhes sobre cada lançamento que a Volkswagen terá em terras tupiniquins em 2022, vale dizer que o lançamento de maior importância para a marca será o novo Polo Track, no entanto, a inédita versão do hatchback chega somente em 2023 e por isso não vamos considera-lo na lista.
Para o ano que vem que se inicia na próxima semana, o lançamento mais esperado é o novo Polo reestilizado, que aqui no Brasil deverá receber as mesmas atualizações do modelo europeu. Outras novidades ficam por conta de mais uma reestilização para a Saveiro, bem como os modelos Jetta GLI e Tiguan também com facelift. Não descartados também o híbrido Golf GTE e o SUV elétrico ID.4.
Para começar bem 2022, a expectativa é que o Polo nacional receba o visual da variante europeia, cujas mudanças visuais bebem bastante na fonte do Golf de 8ª geração vendido no Velho Continente. Vale dizer que ainda não há confirmação oficial por parte da Volkswagen para a chegada do Polo com facelift do europeu, mas o hatchback está com o mesmo design desde 2017 por aqui, ou seja, o ciclo de 4 anos já se completa em 2021. Tempo padrão para a chamada mudança de meia-vida.
Não confunda com os planos da marca para o Polo Track, que será posicionado como uma versão de entrada na gama do modelo, sendo ainda o substituto mais provável para ocupar o lugar que hoje está Gol – que morrerá na forma como como conhecemos, mas que ainda se manterá vivo em 2022. Assim, a expectativa é que a VW lance o novo Polo reestilizado apenas versões mais equipadas, a partir da Comfortline, passando pela Highline e a topo GTS.
Em relação as novidades visuais, o novo Polo deverá manter praticamente o visual do europeu, com destaque para os faróis mais afilados com os cantos mais largos e nova assinatura em LED, com a grade dianteira ficando também mais fina – podendo receber ainda um filete de LED como o Taos.
A entrada de ar inferior também muda, mas não está descartado alguma alteração exclusiva nessa região, algo que aconteceu com o Polo atual brasileiro – que traz uma faixa preta adicional e um desenho levemente diferente do antigo europeu. Atrás, as lanternas invadem a tampa do porta-malas, reforçando a inspiração no Golf. Por dentro, melhores materiais de acabamento e atualizações para o multimídia são esperados.
Em relação a motorização, tudo deverá seguir como hoje. Ou seja, o motor 1.0 TSI com até 128 cv e 20,4 kgfm de torque nas versões Comfortline e Highline, enquanto a topo de linha GTS (e de apelo esportivo) trará o conhecido 1.4 TSI, que rende até 150 cv e 25,5 kgfm de torque. O propulsor 1.6 16V MSI deve sair de linha, sendo usado somente Gol, Voyage e Saveiro Cross. E por falar na picapinha derivada do Gol...
Falando em Polo, o sedã derivado Virtus também prepara uma mudança, mas com uma outra estratégia. Nosso colega Renato Aspromonte do OverboostBR, junto com o site Mobiauto e o jornalista Leandro Alvares, apuraram que o sedã prepara sua reestilização para o ano que vem, porém adotando um design diferente do Polo, de forma a ter uma identidade própria.
Estas novas linhas seriam inspiradas no Nivus (enquanto o Polo foi baseado no novo Golf) e receberia até mesmo a barra de LED atravessando a grade, enquanto o para-choque teria linhas semelhantes à do Jetta. Já na traseira, as lanternas receberão LED e um novo para-choque mais agressivo.
Como a marca prepara uma nova linha de carros de entrada e o Jetta deixou de ter versões abaixo da GLI, o Virtus pode subir um pouco de patamar em equipamentos, recebendo o painel de instrumentos digital em todas as versões e equipamentos vistos no Nivus como controle de cruzeiro adaptativo e frenagem automática de emergência.
Sob o capô, espere pelo 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm, sempre com o câmbio automático de 6 marchas, enquanto o 1.6 MSI com 117 cv e 16,5 kgfm deixará de ser ofertado. Como o Jetta 1.4 TSI não é mais vendido, caberá ao Virtus seguir com a oferta deste motor para um sedã nas versões mais caras, ao invés de ser restrito ao esportivo GTS. A estreia deve acontecer após o Polo, como foi durante a chegada da dupla ao país.
Sim, a Saveiro vai ganhar mais um facelift – o terceiro ao longo de 12 anos de produção da atual geração. De acordo com informações da revista Quatro Rodas, a Saveiro atual vai ganhar uma sobrevida para não deixar a Fiat Strada reinando sozinha no segmento de picapes compactas, com previsão de lançamento ainda no primeiro semestre de 2022 para durar ao menos até 2024 ou 2025, isso até a chegada da nova geração.
As maiores mudanças visuais serão feitas na dianteira da nova Saveiro, que ganhará grade com entradas de ar mais robustas em todas as versões, seguindo a linha da atual Saveiro Cross – que deverá ser descontinuada. Assim, a gama de versões da picape deve ser formada pelas variantes Robust, Trendline e Highline – que retorna ao catálogo da picape como versão topo de linha. O site ainda afirma que a picape deve receber novidades de acabamento no interior e mais equipamentos, ficando também mais segura ao poder contar com controles de estabilidade e tração – algo positivo, pois hoje a Saveiro tem somente os airbags duplos frontais e ABS obrigatórios por lei.
No mais, o famigerado motor 1.6 8V da família EA111 sairá de cena por não atender as regras do Proconve L7, ficando a cargo do 1.6 MSI 16V de até 120 cv e 16,8 kgfm de torque a missão de equipar todas as versões da Saveiro. Por fim, o câmbio manual de 5 marchas deverá ser mantido, existindo ainda a possibilidade da transmissão automática de 6 velocidades da Aisin surgir na versão Highline para disputar mercado com a recém-lançada Strada Ranch CVT.
Apesar do segmento de sedãs médios estar cada vez mais enfraquecido devido a preferência do mercado por SUVs, o Jetta ainda continuará à venda no Brasil na versão GLI. Prova disso é que ele foi flagrado em agosto deste ano em testes nos arredores da fábrica da marca, em São Bernardo do Campo (SP). O Jetta GLI reestilizado terá mudanças bem leves, basicamente formada por entradas de ar e grade colmeia um pouco maiores. Na traseira, a maior diferença fica mesmo para as ponteiras de escapamento agora ovais (as atuais são redondas), enquanto a peça preta que emoldura as saídas de escape no para-choque ficou maior.
É esperado que o sedã mantenha o atual motor 2.0 turbo de 230 cv e 37,5 kgfm de torque, porém, a dúvida fica para a transmissão automatizada de dupla embreagem DSG, que hoje tem 6 marchas. Assim como o Brasil, os Estados Unidos importam o Jetta GLI do México, de onde sai com transmissão DSG de 7 velocidades. Resta saber se essa atualização também chegará em terras tupiniquins.
Fora do configurador do site oficial da Volkswagen desde outubro, o Tiguan Allspace R-Line não é vendido no Brasil desde então por conta do fim das unidades em estoque. Mas o SUV com facelift voltará a ser comercializado no país no ano que vem, quando chegará importado novamente e com a mesma cara do modelo vendido nos Estados Unidos – e que o Motor1.com já andou.
As novidades visuais ficarão principalmente para a dianteira, com faróis espichados nas laterais e mais afilados com clara inspiração no Golf de 8ª geração. A grade dianteira também foi redesenhada e ganhou uma linha de LED na seção central (olha aí a mesma solução do Taos), enquanto os para-choques têm entradas de ar maiores. Atrás, as mudanças foram mais discretas, com destaque para o nome “Tiguan” por extenso logo abaixo do logotipo da Volkswagen, com a cabine recebendo o multimídia MIB3 do Golf com tela de 10”.
Com potência de sobra no modelo que era vendido até então, o motor 2.0 turbo de 220 cv e 35,7 kgfm de torque deve seguir, mas resta saber qual configuração virá para o Brasil. Nos EUA o 2.0 TSI tem calibração “amassada” comparado ao Tiguan que era comercializado por aqui, com 186 cv e 30,6 kgfm de torque (34 cv e 5,1 kgfm a menos). Já na Europa o mesmo 2.0 TSI tem 245 cv e 37,7 kgfm, mesma configuração do último Golf GTI.
O Golf saiu de linha no Brasil em 2019, quando deixou uma legião de fãs do hatch médio, que era ainda mais agraciado na versão esportiva GTI – que acabou sendo substituída em partes pelo sedã Jetta GLI, que não tem a mesma dinâmica do modelo dois volumes. No Brasil até foi vendida a versão GTE de 7ª geração, fruto de um lote que sobrou no mercado europeu e que acabou sendo “desovado” por aqui. Mas o Golf GTE pode voltar a ser vendido no Brasil na atual 8ª geração, isso como forma da marca eletrificar sua linha por aqui, já que o modelo é híbrido e ainda mantém a proposta esportiva.
Além da proposta mais sustentável, o hatch médio serviria como carro de imagem da Volkswagen no Brasil, onde o nome Golf ainda é bastante forte. O modelo ainda poderia servir como “vitrine de tecnologia” para a montadora, algo confirmado por executivos da marca para a geração anterior do GTE. Vale lembrar que no início de 2020 a VW registrou o desenho das versões convencionais do Golf no Brasil, o que poderia ser uma intenção de trazer o modelo para o país. Porém, é comum que montadoras registrem desenhos de veículos mesmo que eles não sejam vendidos no país afim de proteção de propriedade industrial.
Na Europa, o Golf GTE vem equipado com 1.4 turbo de 150 cv combinado a um motor elétrico de 116 cv (85 kW). Assim, o conjunto híbrido entrega potência máxima de 245 cv e 40,7 kgfm – 41 cv e 5 kgfm mais do que o Golf GTE que foi vendido no Brasil e 2020. O câmbio é DSG de dupla embreagem com 6 marchas.
A Volkswagen trouxe os novos elétricos ID.3 e ID.4 no começo de novembro para avaliação de mercado e público no Brasil, ocasião em que tivemos nosso primeiro contato com ambos. O primeiro é um hatch, enquanto o segundo é um SUV – que por ser maior e mais caro faz mais sentido de ser vendido por aqui. Afinal ambos são importados, o que deverá fazer seus preços serem altos em nosso mercado, por isso o ID.4 tem maior potencial, já que traz mais espaço e maior percepção de valor ao consumidor.
Mas depois de andarmos nos dois modelos em segundo momento, ficou claro que o ID.4 é o que mercado pede, inclusive executivos da marca disseram que o SUV elétrico é o que tem mais chances de ser vendido no país. Construído sobre a nova plataforma MEB, o ID.4 tem 4.584 mm de comprimento, 1.852 mm de largura, 1.640 mm de altura e 2.771 mm de entre-eixos, trazendo uma proposta mais familiar em relação ao Volvo XC40, por exemplo, que tem aceleração mais rápida.
Apesar de ser possível que o preço fique próximo de modelos das marcas premium, a vantagem do ID.4 é o grande espaço interno e bom pacote de equipamentos. Por fim, ele traz motor elétrico de 204 cv e 31,6 kgfm de torque instalado no eixo traseiro, cuja autonomia declarada é de até 522 km com uma única carga. Agora resta saber se o SUV 100% elétrico vai chegar (seria uma ótima aposta em 2022) e com qual preço poderá desembarcar por aqui. Arriscamos algo na casa entre R$ 350 mil e R$ 400 mil. Será que ele teria sucesso por aqui?
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