O escândalo do Dieselgate afetou profundamente a Volkswagen, não só financeiramente, como também em sua imagem na Europa e Estados Unidos. Isso ainda afeta a fabricante até hoje e, mesmo assim, parece que a crise não acabou, pois a empresa é acusada novamente de ainda trapacear nos índices de emissões de poluentes de seus carros.

De acordo com o Automotive News, um conselheiro da corte de justiça mais importante da União Europeia disse que o sistema de medição de temperatura que a Volkswagen coloca em alguns motores é ilegal. Isto não significa que a fabricante já está sendo investigada novamente pela União Europeia, embora os juízes normalmente sigam a opinião dos conselheiros. Ou, para simplificar, a Volkswagen ainda não está sendo investigada, mas a UE pode iniciar o processo a qualquer momento.

Esta situação foi revelada por consumidores da marca na Áustria e foca no software da VW que controla a válvula que faz a recirculação dos gases de exaustão. Em certas condições, quando as temperaturas externas estão fora do parâmetro entre 15°C e 33°C, e em uma altitude acima de 1.000 metros, a válvula é desativada pelo sistema, assim emitindo mais gases poluentes durante o processo de combustão.

Em teoria, o programa foi desenvolvido para impedir que o motor afogue, mas o conselheiro da União Europeia diz que é um mecanismo para driblar a legislação, assim como foi o caso do software usado no caso do Dieselgate. Os consumidores austríacos dizem o mesmo, afirmando que a faixa de temperatura usada não representa condições reais de uso para o país ou para a Alemanha. Athanasios Rantos, advogado-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia, diz que o uso desse programa para proteger o motor não é uma justificativa para o seu uso.

Caso a Volkswagen seja investigada novamente, pode sofrer mais um dano sério, em um momento em que a marca está investindo pesado para fazer a transição para carros totalmente elétricos. O Dieselgate custou mais de US$ 33,8 milhões (R$ 180.806.340) em multas e outros custos como a recompra dos veículos, o que pesou muito no bolso da empresa, além de ter levado a demissão de executivos como Martin Winterkorn, ex-CEO do Grupo Volkswagen.

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