Transmissão manual pode acabar em nome da segurança dos carros

Equipamentos como frenagem automática de emergência e controle de cruzeiro adaptativo funcionam melhor em carros sem pedal de embreagem

Nissan Kicks Sense manual 2022 Nissan Kicks Sense manual 2022

Cada vez menos presente entre os veículos comercializados no mercado norte-americano, a transmissão manual está enfrentando novas ameaças nos Estados Unidos e Canadá, e deve ser extinguida de vez em breve. E isso será uma tendência por causa da adoção de equipamentos de segurança mais avançados, como mostra um estudo da ZF Group.

Os sistemas avançados de auxílio ao motorista, como a frenagem automática de emergência (AEB), controle de cruzeiro inteligente e outros sistemas são motivos de atenuação na compra de veículos equipados de câmbio manual.

De acordo com o fornecedor mundial de automóveis ZF Group, o mercado norte-americano abrange apenas 1,2% de veículos manuais, que aos poucos deixaram de ser a preferência dos clientes, ainda mais quando o funcionamento de segurança inteligente é melhor executada nos automóveis de câmbio automático. Os itens incluem câmera de ré, radar, lidar, entre outros sensores que auxiliam no controle de cruzeiro, além de deixar o motorista alerta a possíveis colisões e contar com frenagem automática, se necessário.

Outros países também concordaram em tornar a AEB como um item obrigatório entre os veículos, segundo relata a Automotive News Canadá, além dos sistemas de freio ABS e controle de tração. No Brasil, um estudo divulgado em 2020 mostrava que somente 5% dos carros vendidos contavam com o AEB.

Já é considerado pelos países norte-americanos a criação de um mandato em relação à AEB. Em 2019, a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos EUA chegou a um acordo com 20 fabricantes de veículos para equiparem voluntariamente a maioria dos novos modelos produzidos com o sistema AEB até 2022.

O sistema AEB será necessário em novos carros e caminhões de pequeno porte que forem comercializados pela Europa a partir do ano que vem. A maioria das montadoras já adotaram a adição do recurso antes mesmo do regulamento entrar em vigor, segundo apontou Manfred-Meyer, vice-presidente sênior de engenharia de segurança ativa da ZF Group, da sede na Alemanha.

Esta tendência do fim do câmbio manual ainda gera posicionamentos diferentes das fabricantes. A Mercedes-Benz já confirmou que encerrará a oferta deste tipo de transmissão nos próximos anos. Já BMW, Porsche e Volkswagen seguirão oferecendo modelos com o terceiro pedal enquanto houver uma demanda por eles.

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