Com o até então chamado "Progetto 363", a Stellantis colocará no mercado seu primeiro motor 1.0 turbo. O grupo já apresentou o 1.3 turbo, chamado de T270, e inclusive já o testamos na Fiat Toro e no Jeep Compass com boas impressões e números de desempenho e consumo para o porte do SUV e da picape. Mas o que podemos esperar e o que sabemos até então sobre o irmão menor, que estará em diversos modelos nos próximos anos?
Como aconteceu com o T270, o 1.0 turbo deverá ser o motor mais moderno produzido no Brasil. A produção acontece em Betim (MG) ao lado de outros motores da família GSE, inclusive os Firefly 1.0 e 1.3 aspirado que já conhecemos há alguns anos em Argo, Cronos e Strada, além de já terem equipado o Uno e Mobi. E apesar de serem de uma mesma família, muito muda para a sobrealimentação.
A Stellantis ainda não deu muitos detalhes sobre o 1.0 turbo no Brasil, que na Europa é chamado de GSE T3, uma referência aos 3 cilindros. E como acontece entre o 1.0 e 1.3 aspirados, há diversos componentes compartilhados entre os 1.0 e 1.3 turbo, como pistões, bielas e até mesmo tecnologias - o 1.0 é, em termos simples, o 1.3 com 1 cilindro a menos. Isso reduz os custos de desenvolvimento e produção ao criar volume.
O GSE T3 (vamos chamá-lo assim por enquanto) terá as mesmas tecnologias do T270. Injeção direta de combustível, etanol e gasolina, cabeçote com 12 válvulas (4 por cilindro) e comando de escape variável. Na admissão, o MultiAir, atuadores eletrohidráulicos que acionam as válvulas no lugar de um comando comum, permitindo uma maior variedade de tempo e abertura individualmente, permitindo maior controle e aproveitamento dependendo da situação e condição de uso.
Assim como o irmão maior, o T3 terá coletor de escape integrado ao cabeçote, reduzindo o turbo lag, bobinas individuais e trocador de calor ar/água entre o turbo e a admissão, reduzindo a temperatura do ar pressurizado.
É assim que a Stellantis deixa o pouco escapar sobre o GSE T3. Considerando os até 128 cv do 1.0 TSI da Volkswagen, são esperados entre 120 e 130 cv. Na Europa, são 120 cv com gasolina, mas o próprio 1.3 turbo por lá tem uma versão com 150 cv e que chega aos 180 cv. Em torque, algo entre 20 e 22 kgfm de torque, mais que os 20,4 kgfm do motor da Volkswagen.
A transmissão esperada é a caixa automática de 6 marchas, fornecida pela Aisin, e que está no 1.3 turbo, mas com uma relação própria para cada uso. O esperado câmbio CVT ficará para o 1.3 aspirado em Argo, Cronos e Strada, além do 363 e o futuro SUV cupê, o 376.
A estreia ficará a cargo do SUV 363, mas seu papel será ainda mais amplo em praticamente todas as marcas da Stellantis no Brasil. Na Fiat, Argo e Cronos o receberão junto com uma reestilização em 2022, substituindo o 1.8 aspirado nas versões mais caras - o 1.3 firefly aspirado terá o CVT na faixa intermediária, assim como o 1.0 e o próprio 1.3 com o câmbio manual na entrada. Sem esquecer o futuro 376, o SUV-cupê originado do 363 que deve ser apresentado em 2022.
Até para a picape Strada existe a possibilidade de adotar esse motor em uma versão topo de linha, mas ainda é cedo para cravar tal fato. A Fiat desconversa sobre essa decisão, mas nunca negou que estudava o caso, principalmente considerando o sucesso da picape em nosso mercado na nova geração com o público geral, não apenas com as vendas diretas.
Na Jeep, o Renegade foi cotado para ter o 1.0 turbo, mas aparentemente o SUV compacto ficará mesmo com o 1.3 turbo e o 1.8 aspirado na faixa de entrada, assim como aconteceu com a picape Toro.
Duas marcas que deverão se aproveitar do novo motor são a Peugeot e a Citroën. Na Peugeot, muito se fala sobre o uso no 208, que foi bastante criticado por manter o 1.6 aspirado mesmo com versões perto dos R$ 100.000. Já a Citroën, que apresentará o novo SUV C3 no segundo semestre, deverá usar esse motor, mas não de cara no lançamento.
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