Fruto do mesmo projeto da Nissan Frontier e Mercedes-Benz Classe X (essa já descartada por aqui), a Renault Alaskan finalmente pode chegar no mercado brasileiro. A provável - e futura - rival das consagradas Hilux e S10 pode desembarcar em terras tupiniquins já em 2022, pois o presidente da Renault Argentina, Pablo Sibilla, revelou que retomou as negociações para exportar a Alaskan para o Brasil, além de Chile e Colômbia.
Atualmente, a Renault Alaskan é feita na fábrica de Santa Isabel em Córdoba, na Argentina, e desde novembro de 2020 ela é comercializada somente no país hermano. Com produção local que no momento atende apenas o mercado argentino, a intenção agora é exportar a picape para outros países afim de justificar o investimento na planta de Córdoba. No entanto, vale lembrar que a Renault Brasil já tinha anunciado em julho do ano passado que não tinha intenção de vender a picape argentina em terras tupiniquins, apesar de a marca mostrá-la no último Salão do Automóvel, realizado em 2018.
Além da Argentina, a picape já foi vendida no Chile (por pouco tempo) quando era importada da Espanha, enquanto que as unidades vendidas na Colômbia vêm do México. “Estamos trabalhando no salto das exportações, conversando com parceiros do Brasil, Chile e Colômbia para ver o modelo de negócios que fará com que a Argentina volte a ser lucrativa”, disse Sibilla. “A ideia é transferir toda a produção da Argentina para esses mercados, já falando em 2022 por questões de homologação que levam algum tempo”, acrescentou.
Como confirmado em março deste ano pela Renault Argentina, a meta é a criação de mil novos empregos que serão gerados com o salto das exportações da picape. No total, seriam criados 500 empregos diretos e outros 500 dentro da rede de fornecedores locais.
Procurada por Motor1.com, a Renault confirmou os planos de trazer a Alaskan ao Brasil, porém isso ainda depende da situação do mercado no Brasil e outros fatores:
A Alaskan é um importante produto para expandir a atuação da Renault no Brasil, participando de um segmento extremamente competitivo. Estamos trabalhando para trazer o veículo, mas no momento a equação econômica ainda não é rentável.
Embora compartilhe grande parte de suas peças com a Nissan Frontier, a Renault Alaskan traz desenho próprio na dianteira, que tem faróis mais arredondados e uma grade frontal com o losango da Renault em destaque. Porém, olhando tanto a lateral quando a traseira da picape, dá para notar que o desenho é praticamente igual ao da irmã japonesa. No geral, a Alaskan ostenta um visual mais próximo de um veículo de passeio, com a Frontier mantendo a imagem de picape mais parruda.
No mercado argentino a Alaskan tem o motor 2.3 turbodiesel de 160 cv nas versões mais básicas, enquanto que as versões intermediárias e topo de linha têm o mesmo 2.3 diesel, só que biturbo e com 190 cv – basicamente o mesmo conjunto da Frontier. O câmbio pode ser manual de 6 marchas ou automático de 7 velocidades, dependendo da versão, com opções de tração 4x2 ou 4x4. E se confirmada a vinda da Alaskan para o país esqueça o motor flex, pois o alto custo de desenvolvimento e as baixas vendas da irmã Frontier por aqui não justificariam o investimento. Ou seja, se não tem essa opção para a picape da Nissan, não haverá para a irmã “francesa”.
A expectativa é que a picape seja lançada no Brasil em 2022 como já mencionado pelo presidente da Renault Argentina. Resta saber qual será o posicionamento de preços da Alaskan no mercado brasileiro, já que a irmã Frontier nunca deslanchou nas vendas entre as picapes médias. Uma boa alternativa seria que a picape Renault ficasse posicionada logo abaixo do modelo da Nissan, assim o efeito de “canibalização” entre as duas seria menos adverso.
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